"Sonho é destino". "Dream is destiny". You do it to yourself, you do, and that's what really 'happens'. "Tudo que não invento é falso."

Arquivo do blog

sábado, 24 de dezembro de 2016

Entrevista com Marx hoje

Entrevista com Marx nos dias de hoje.

- Marx, o que é o Capital e/ou o capitalismo hoje?


Marx: -A produção é a chave do Capital: ela cria os consumidores. Isto porque o homem é um animal objetivo!

- Ah, Marx!... Mudemos esse paradigma filosófico! Acrescentemos a cultura: o capitalismo não seria um modo de produção cultural ou que atua via cultura? Vide Hollywood ou o Rock... Esquecemos a alienação pela produção e a invertemos?

- Não! A diferenciação de si ao objeto liberta, possibilita a consciência de si! É claro! Mas o objeto é mesmo o fetiche!...A imaginação é anterior à produção e é remissiva.

- Mas como livrar o homem, o ser-humano da criação, produção, objetividade, desejo e imaginação ? Impossível!? Talvez uma nova forma de arte! A arte zero. Da não criação. Do não desejo. Talvez o minimalismo! Menos é mais?

- Então,... o produto torna-se sujeito para o objeto!... E aí o problema da financeirização e monetarizaçao do mundo! O moeda de troca tornou-se o próprio Capital! E o ciclo se reinicia pelo sentido  errado (mais do que inverso!): deseja-se algo que não se produz! Dinheiro! Mas não pelo seu valor de troca, e sim pelo seu fascínio! Fetiche! O dinheiro virou mercadoria! Bitcoins!

- Qual a solução para o paradoxo, bom velhinho?

- Ora, a transcendência da alienação! Trocando em miúdos, o comunismo. Somente este substitui o consumerismo. Precisamos voltar à antropologia original: desejar transformar o mundo e se tornar o mundo. Transformar-se nele! Estar totalmente imbuído dele! Em uma palavra, autopoiesis.


24 12 2016

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Fakenews


Noticias falsas do dia. Ou não.  (Dezembro está tão agitado. 2016 então...)

-Delator do Cortinhtians afirma que Vanderley Luxemburgo não assumirá vaga da Williams na Fórmula 1.

-Moro denuncia Jô em última entrevista com Ziraldo  youtuber.

-Após queda do avião, inflação despenca e economia faz estreia de novo Star Wars ser adiada.

-Diretor da mega Sena da virada explica bactérias no cérebro de quem tem Alzheimer e militares se aposentam mais cedo.

-Após vitória de Trump, OPEP corta produção e preço da gasolina desce.

-Pastor é levado à condução coercitiva e diz que cem mil em sua conta foi por oração.

-Aos 98, ator que fez seu Peru cai, quebra bacia, se recupera em casa e pode ser novo reforço do Botafogo.

-Réus, Lula e Renan pensam em fazer nova facção se se juntarem à Cunha e Cabral em Curitiba: PPQP.

-Com gasolina batizada, religioso bate recorde de transferências de clube e se apresenta ao Bangu.

-Volkswagen anuncia carro vegano, feito por impressora 3-d e viúvo.





terça-feira, 6 de dezembro de 2016

A crise e a corrupção: sistemas atávicos ou atavismos sistêmicos

A crise e a corrupção: sistemas atávicos ou atavismos sistêmicos

                “Crise política!” Lê-se nos jornais. “Crise econômica...” Já está na boca do povo. Ocorre que ambas as crises são sempre momentâneas e oriundas de uma falácia do sistema, e de uma falácia sistêmica: a crise política parece encadeada por fatores relacionados à corrupção e ao mau uso do dinheiro público por parte de governantes e a crise econômica é a ela ligada e à quebra de empresas e de confiança. Acontece que para a balança ser equilibrada são precisos pratos adjacentes com pesos idênticos: se há o corrupto, há o corruptor; se há distribuição de riquezas das massas, há quebra de maciços do capital. Ocorre, ainda, que o meio muda a velocidade de propagação da mensagem. E o meio no qual se encontram corruptos e corruptores é líquido, enquanto a vida geral pulula pelo ar, sólida. A velocidade das trocas das mensagens nos meios é descompassada, e no meio do caminho informações são distorcidas e/ ou perdidas. As medias também têm seu papel crítico. O crítico crítico melhor seria. Logo, as crises ocorrem quando os atores políticos mais poderosos estão insatisfeitos e exageram na ganância.
                 Numa palavra, para manterem-se em seus meios, políticos corruptos e corruptores do sistema atuam de forma coordenada e em sintonia jamais imaginada por aqueles de fora do meio menos lamacento, nas bolhas de ar. O sistema político-capital é engrenado e não enredado. As trocas em rede direta inexistem e perdem conteúdo e validez a cada mudança de meio. O sistema entra em crise graças à pontos fora da curva, e à peixes fora d’água: aqueles que de alguma forma desobedeceram alguma regra de conduta tacitamente aceita. Os seres normais desta história são seres que se adaptaram para sobreviver em meio aéreo, e de fato apenas isso fazem: sobrevivem em bolhas. Sentem falta de mais ar e pensam que não têm muito tempo: têm pressa de viver. Enquanto que a classe dos seres engrenados mantém-se viva porque, no mundo líquido de práticas de lógica capitalista em que todos vivem e que dominam como peixes, a política se mercantilizou. O que era privilégio de poucos se tornou desejo de todos: a política ligada ao capital perdeu qualquer viés, se deturpou. Estão engrenados políticos e capitalistas e estão desengrenadas as pessoas normais. Assim, temos uma constatação e um paradoxo.
                Percebe-se que exatamente quem tem mais pressa pelo fim das crises à vista ou mediatizadas somente as visualiza extemporaneamente, quando a mensagem muda de meio e pede solução para crises do e no meio líquido. Este por sua vez é composto de seres normais mas que se tornaram especiais, políticos, e diferentes dos peixes fora d’água das bolhas, são aves que têm longo fôlego para, depois de observar em planos de voo, mergulhar em tal meio líquido e caçar suas presas, com o intuito de sobreviver e poderem então retomar ou aproveitar a vida aérea - para ficar com uma primeira imagem. Aqueles que vivem nas bolhas, portanto, pela diferença da velocidade de propagação da mensagem nos meios distintos demoram a perceber a gravidade da situação e de forma desorganizada tentam buscar soluções, as quais seriam paliativas ou reclamação ad infinitum caso não politizadas à contento.
                Ocorre, no entanto, que tais crises são criadas artificialmente e real-conjunturalmente somente dentro deste sistema-mundo-líquido onde as classes políticas deturpadas têm um valor para fazer continuar a rodar as engrenagens do sistema onde o aparato do Estado tenta minimamente controlar os movimentos do capital. Mas este estando presente num mundo paralelo, virtual, sem fronteiras, pode, a qualquer momento, migrar se não encontrar as condições favoráveis para a sua vida e manutenção: com os fluxos de capital há também os fluxos de pessoas. E tudo isto faz com que os Estados sejam também benfazejos ao capital, pois creem que este faz girar o-mundo-como-o-conhecemos e minimamente querem manter as pessoas ordenadas. O capital é o peixe-ave da primeva imagem. É onipresente.
                Em uma outra imagem, o capital é como um timão, e os políticos são marinheiros ou marujos mais ou menos experientes, e as pessoas normais... bem... já assistiram (a)o Titanic (1999) e jogam-se na água fria torcendo para a sorte. O Titanic é o sistema do capital, por onde navega, opera e manobra o capital. Nesta outra imagem, o capital atua numa quádrupla-fronteira: navio, timão, oceano e mapa do mundo sem destino fixo. Quem controla o timão deste navio tem que ler o mapa do capital, ver o que dizem suas coordenadas e ainda tomar cuidado com os arrecifes, icebergs e outros acidentes naturais e aumentados do capital, evitando ainda severas tormentas, instabilidades artificiais e naturais, crises, em uma palavra. Nesta imagem, os marinheiros-timoneiros-políticos para garantirem a vida de suas tripulações e as suas ficam de mãos atadas com o capital, e sempre atuam vislumbrando a previsão do tempo, feitas por analistas politico-econômicos, analistas do mercado do capital.
                Então, o capital faz acordo com a classe política e a classe das pessoas normais para ser sustentado e fazer crer que deve sê-lo, tanto pelas pessoas normais quanto pelos políticos. Estes dependem da sua sobrevivência enquanto políticos e aquelas são levadas a crer que a culpa das crises é justamente de seus representantes, quando tais representantes, na realidade, são pessoas normais, mas que se tornaram especiais, pois, políticos, e escolheram quase todos se aliar à classe do capital, seja por ideologia e crença de mudança pela infiltração ao meio, seja por conhecer as benesses do bem-viver do puro capital. Desta forma, os atavismos sistêmicos são consolidados e surge um paradoxo que retroalimenta crises: a corrupção é vista como vilã máxima de todas as classes. A visão dentro e fora das bolhas está embaçada.
                Quer dizer, diz o paradoxo que é a própria corrupção a moeda de troca para fazer valer, para fazer continuar girando a engrenagem no sistema engatado e ela é cegante: para movimentar o timão e rodar o mundo são precisas mãos e pensamentos coordenadas na direção. E com o sistema engrenado em seu perfeito funcionamento há a criação de desigualdade, com aumento da pobreza, redução de salários, perda de direitos, precarização trabalhista, leis cada vez mais protetoras dos de dentro do sistema líquido e excludentes aos de fora, e esquemas se aperfeiçoando aos encalços das leis populares ou ordinárias. O paradoxo do sistema líquido diz-nos que quanto mais as leis tentarem ir atrás dos corruptos, mais estes se especializarão em fugir delas, pagarão bons advogados, protelarão, aperfeiçoarão as técnicas para burlar as leis e se aliarão aos detentores de capital corruptores, para pedirem dinheiro em forma de lobby, propina e corrupção com o respaldo de aprovarem leis beneficentes a ambas classes: a manter a ordem atávica do sistema. Não há saída dentro do sistema.
Então é explicado: a reprodução do sistema só acarreta mais crises, estas são oriundas de vaidades e malfeitos, e se são buscadas soluções em outros meios, pelo ofuscamento de visão, demora e desvio da mensagem e expertise inerente acabam por beneficiar em contrapartida aqueles que se dizem representantes do povo, mas que na verdade atuam mancomunados ao capital e de forma atávica: não é à-toa que existem heranças políticas e econômicas. Herdeiros de famílias políticas e de detentoras de capitais se revezando à baila do poder. Assim, a solução para as crises de fora e de dentro dos sistemas dos Estados do Mundo, sejam eles democratas, republicanos, monarquistas, legais, líquidos, gasosos, sólidos ou airosos é apenas uma: soluções internas nos meios internos e influências recíprocas nos demais meios que deixem uma coisa clara: a preservação do status-quo é a permanente ordem do dia. Em mundos mais progressistas, só se pode mitigar os atavismos sistêmicos; em mundos mais fascistas, criam-se heróis salvadores de pátrias.


12/6/2016

quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Rede social do mês

Mais essa,
Passando na sua tl pra dizer
Lacrou.
E na escala de zero a nove,
Vai vendo...
Essa é a notícia que vai mudar a sua vida:
O seu par perfeito é o...
Convite para candid crush!
Aí você acorda de bom humor e
Tá dum pá!
Seu gato fez xixi na cama!
Off topic, foi épico!

1 12 2016







Cenário

Cenário
                     

Canário
Cenário
Paralelo
Leminiscata
Incontinente
Soltas palavras fazem
Sentido histórico
Hárpias
Mandraque
Anoraque
Circunceguidez
Roubada de Guimarães Rosa
Acutimboia de bangu
Escalafobético azimute
Desmesurada pantomima
Silhueta a galope
É dado um coice
Mais um golpe.
Cenário.
Canário.




segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Foro íntimo

Foro íntimo

Qual borboleta
Eu fora
um dia
hoje sou
noite

Eu aconteci de repente
E num repente
esqueci

Ainda me lembro da luz
da noite
e do não dormir

Por isso acordado estou
Sempre
E pisco ao sonhar...

Em foro íntimo,
Santa Clara clareou
E Jorge Ben
Jogou em mim um pó

Desce pó me refiz
joão-de-barro
Homem-de-água
e cabeça-de-vento

E por aí fui-me
A guiar-me pelo magnetismo
da Terra

Eu
qual borboleta

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

O bem do século.

Qual é o mal do século?

A tuberculose?
A solidão?
O individualismo?
O grudar na tela do celular?
O aquecimento global?
Os agrotóxicos?
O machismo?
As guerras por petróleo, diamante, terror, pela África?
A propaganda?
A Micro$oft?
Qual é o mal do século?
O consumismo?
Políticos ricos mandando?
A poluição dos mares, rios e cidades?
A estética da magreza?
A fome?
A síndrome da imunodeficiência adquirida?
A corrupção?

Falar do mal do século é fácil,
Que tal falar do bem?

Vivemos a era da doação:
De órgãos,
De sangue,
De dinheiro,
De trabalho.
O compartilhamento:
De fotos,
De conhecimento,
De poesia.
O copyleft.
A Wikipédia.
Que tal falar do bem geracional?
Da cura.
Da amizade virtual.
Da internet.
Da troca:
De presentes,
Histórias,
Prazeres.
Dos alimentos orgânicos.
Da sororidade.
Vamos lembrar do bem do século?
O lado bom da mundialização.
O rompimento de fronteiras.
A sucessão democrática.
A representatividade política.
A importância do detalhe.
Os satélites-cubo.
A computação quântica.
Chegar a outros planetas.
A medicina moderna.
A matemática pura e aplicada.
A comunicação por mais canais.
Qual é o bem do século?
A liberdade
 do viajar o mundo.
A esperança
 do esperanto.
A paz coreana.
A paz colombiana.
A Palestina.
O Curdistão.
O Sudão do Sul.
O fim do apartheid.
O fim das discriminação.
Ou ao menos as lutas pelo fim.
A tradução automática.
A consciência sobre o meio ambiente.
O Linux.
A música pop.
A cultura-mundo.
As novas mídias.
O cinema três dimensões.
O vídeo sob demanda.
A nuvem.
A publicidade.
Afinal, existe um bem do século?
A rede.

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

Senão

Pastrano em potocas?
Grosserias mentirosas all around...
É preciso descansar...
Dormir é sem-pre-re-confort'-ante-s.
A-livia.
Re-inicia.
Amigos...
O sistema-cérebro.
Trabalhar, estudar, nãofazer
nãodormirparaacordar.
Mas...
E os refreios?
São também necessários?
Eis a dúvida!
Dúvida...
Melhor continuar na...
Se não tem certeza...
Senão...

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Interrogação na cidade


Perfume sob uma capa
Uma taxista limpa o teto do carro
Escarros em plena quinta-feira
Argh
Mais uma dose
Dança sem música
Polícias pelas esquinas
Uma informação em movimento
Qualquer barulho agudo
Ou o som silencioso do vento
Sinergia estapafúrdia
Sincronicidade escapular
Eis aqui uma saída
Daquele
             escapulário desenhado
Na areia ou grudado no pescoço
Tende à rima cosmopolita
Atende de arrimo o soldado
Arruma a tenda transeunte
Esta cena é comum no Passeio
Na Cinelândia alagada
A qual o corretor muda para [Finlândia.
Mais de três meses sem te ouvir
Será que a recíproca é verdadeira?

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Certeza

Mel...
Fel...
Balelas para gozo.
Pranto...
Melancolia...
Besteiras para tristeza.
Espádua...
Cachos...
Vocábulos para ombro e cabelo.
Carne...
Víscera...
Bobagens para sexo e morte.
Eterno...
Encanto...
Bobeiras para engano.
Engodo, nó...
Tolices para paixão.
Palavras...
Vento...
Certeza para poeta.

sábado, 10 de setembro de 2016

Afinal, para que mundo vão os pensamentos?

Resumo da teoria do todo : o emaranhamento de partículas e o inconsciente coletivo têm em comum o fato de haver influência comportamental de objetos de um mesmo sistema. Humanos e sua psique constituem um sistema.  Partículas e seus pares emaranhados, outro sistema.
Uma modificação de algo de um lado do sistema provoca uma reação equivalente no outro lado  correspondente: a informação não se perde, ainda que seus dados sejam brutos e que um operador seja necessário pra decodificar: na mente, a linguagem operando; nas partículas as propriedades quânticas se fazendo valer.

Em detalhe, há a teoria de que para cada partícula há uma antipartícula correspondente( de propriedades idênticas mas invertidas, e invisíveis). E isso lembra o funcionamento da mente , de sua estrutura. A imagem de si e a sombra ; O consciente e o inconsciente (e o pré consciente): de propriedades idênticas mas invisíveis e invertidas.

Assim, o mundo invisível das partículas e antipartículas(partícula e partícula par, melhor dizendo) e o dos estágios  de consciência têm ideias bem similares quanto à sua formulação  esquemática.

Quanto à encarnação, o entendimento é similar: a cada encarnação um inconsciente coletivo viria junto. A realização da tomada de consciência seria uma encarnação. A tomada de consciência seriam essas forças pré-conscientes, advindas do inconsciente coletivo( portanto, do sistema do mundo humano de interações psíquicas) traduzidas pela linguagem, (falada, escrita, emocional) possibilitada, portanto, pelo pensamento racional e pelas emoções, sintetizada e operacionada na estrutura da mente.

De fato, ver a proximidade do inconsciente coletivo antropológico ao inconsciente constitutivo da estrutura da mente não é coisa das mais difíceis. Mas sim, ver aí o emaranhamento quântico que são elas!

Acho que se pensarmos nas leis de conservação de energia (nada se cria, tudo se transforma), fica mais plausível o entendimento: Afinal, para que mundo vão os pensamentos? E os pensamentos vãos? ;p








Validade Interna

Subsumida pelo diálogo
ainda que este seja unidimensional,
ou monológico.
De todo modo me parece
uma questão de estética.
Afinal a acepção
das próprias palavras pode ser um empecilho para a análise social.
Quer dizer, conceitos.
Assim, a verdade monológica seria objeto da filosofia (estética)
ou da análise do discurso.
E só teria validade interna.  

NIHIL

Homem!
Homem! Mendigo do Infinito!
Abres a boca e estendes os teus braços
A ver se os astros caem dos espaços
A encher o vácuo imenso do finito!

Porque sobes à rocha de granito?
Porque é que dás no ar tantos abraços?
E cuidas amarrar com férreos laços
Um reflexo da sombra de um espírito?

Vê que o céu, por escárnio, a luz nos lança!
Que, à tua voz, a voz da imensidão
Responde com imensa gargalhada!

A idéia fechou a porta à esperança
Quando lhe foi pedir agasalho e pão....
Deixou-a cara a cara com o Nada! ...


ANTERO DE QUENTAL
IN Sonetos, 1861


Tudo é impermanente!...

Tudo é impermanente! Esta é a lei que rege o Ciclo das Existências." - Dalai Lama
"Sábias Palavras do Dalai Lama."

Post livremente pensado no Renato...

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Toda palavra tem um peso



Toda palavra tem um peso
.
Principalmente
[esta.
Algumas rimas ficam
No plural.
E assim são mais fáceis:
O s rima com s.
Escrever era um ato humano;
Agora máquinas já fazem
Poesia...
O que nos diferencia?
Talvez o calor do sangue.
Assertivas afim assim findam
O que parecia estar no início.
Sabe aquela vontade de quero mais?
Então...

terça-feira, 21 de junho de 2016

Mói



Mói
Rói
Sói
Dói
Foi
A sós
A nós
Desatou
Desabou
Desassossegador

Y. C. O.


domingo, 29 de maio de 2016

A mor te cido

A mor te ci do

Nós, uma composição

A melodia mais bem elaborada da natureza
Se no ritmo do coração

Entretempo nublado...
Entretenimento ameno.
Entristecer ao entardecer.
Entretanto a sombra lunar alegra!
Ela sorri!

E a madrugada trás o mistério...
O risco e o medo de ser eterno...
Como o pó que nos compõe,
A um só tempo faz e desfaz ...
a vida ávida;
a morte tecida...
Já nos dizia Leminski...
A
Mor
Te
Ci
Do




Inflação aumentar é pleonasmo

Inflação aumentar é pleonasmo

Inflação aumentar é pleonasmo.
Crescimento negativo é possível.
Juros no singular é blasfêmia.
Economia, no limite, é política ao quadrado.
Heterodoxo é o ortodoxo vexado.
E a raiz dessa equação é imaginária, um paradoxo.
Como resolvê-lo senão vê-lo?!
Escrito em código binário .
Decomposto ao óleo carbono
O combustível do capital é amoral: uma normal.
Medindo-se tudo, tudo perde-se.

Oração com C

Oração com C

Coração partido
Metade feliz
Metade agulha
Coração impossível
Meio apito
Meio grão
Coração resfolegar
Inspira líquido
Não expira
Coração polivalente
Duas batidas
Duas paradas
Coração estatelou
Com frio
Com ausência

Coração vidente
Anteviu, avisou,
Teimou e não temeu,
Acertou e aceitou

Coração relógio
Regula
Diuturnamente
Coração cabeça
Esquece
Agradece
Coração gente
Cabe no mundo
Acaba contido
Coração bálsamo
Alegra
Intempérie
Coração inteiro
Acelerado!
Na garganta!...

14/02/2016. 02:57.

P.s. Postagem número 400!

Uma Explanação Política

Uma explanação - 07 de abril de 2016*

Não votei na Dilma nem no Aécio. Pois sou ecologista e achava ambos candidatos muito parecidos no seu tratar o meio ambiente. Sempre gostei e, por vezes, votei no partido Verde (ou no seu ideal) e depois este deixou de me representar pela atuação no Brasil e passei a me identificar mais com a Rede (com o seu ideal), que tem uma visão cosmológica para com o ecológico.

 Mesmo assim, tenho feito meu dever de sociólogo e comparecido às manifestações, seja as majoritariamente vermelhas ou seja as verde e amarelas. O objetivo é sempre tentar entender o que se passa com a sociedade, estar antenado com a realidade política. E de todas as observações uma me parece a mais importante: as pessoas voltaram a debater política com mais interesse e seriedade, mas parecer haver carência de acesso 'a informação verdadeira'.

Em uma palavra, a informação verdadeira custa caro, e nem todos podem pagar.

 Então, temos a mídia marrom e a chapa branca fazendo-se portadora dos fatos. Acontece que existe a interpretação dos fatos. E aqui recai a dialética ou a maiêutica. Ambos métodos  filosóficos buscam extrair a verdade através do diálogo - que dá existência ao discurso e à própria política: e um não pode existir sem o outro. E aqui temos uma constatação: sem o diálogo, a verdade dos fatos narrados não pode ser compreendida, pois será incompleta. Então, quando da elaboração de questões politicas, o pior mal que se pode ter é a ausência de diálogo, principalmente entre argumentos díspares ou discordantes.

E aqui está o resumo do tema: nas manifestações de lado único, ao invés de se pregar o diálogo se prega a diferença. Não é preciso lembrar que o diálogo exige dois momentos, a saber, o de fala e o de escuta. E se não há este tipo de debate profícuo, dificilmente se chegará ao bem maior da cidade - como aduziria um moderno Aristóteles. Por isso, finalizo dizendo que antes de prejulgamentos temos que saber praticar o diálogo. E de preferência com debatedores que sabem a importância do discordar.

*Estou colocando agora este e mais outros dois textos antigos, por motivos de perda parcial dos artigos e arquivos.

Crise e Impeachment

  Crise e impeachment ( 30 de março de 2016)

Não acho que as instituições democráticas estão correndo risco. Não é um novo 1964. O impeachment é uma possibilidade. O problema é a famigerada judicialização da política, quando parece que a resolução dos impasses políticos só se dá pela justiça. O que é falso. É falso porque as coisas da política se resolvem com política, e mesmo o impeachment pode vir num caso meramente político mas que tenta se justificar juridicamente para ganhar legitimidade. É como se a politica ou os políticos não tivessem credibilidade.

 Talvez seja a constatação deste fato.

 Tudo na política depende de confiança e nisto o PT está falhando. Mesmo o PMDB, histórico por ser o partido da governabilidade, por se aliar com quem está no poder, parece ter perdido a confiança no PT, e este com sua cúpula manchada por corrupção tem de se reinventar se quiser ainda colocar seus projetos de governo na ordem do dia.
Mesmo sem o PMDB, que mostra que sai do governo porque quer continuar no governo, num paradoxo possibilitado pela iminência do impedimento. Hoje mais um partido da base e aliada decidirá se se mantém junto ao governo ( o PP).

 No momento o governo federal conta votos para continuar vivo. E o que parece incrível nisto tudo é que se deposita no governo federal a culpa pela crise econômica, o que forma espiral de desconfiança e de políticas econômicas regressivas que atingem toda a população, passando a crise aos níveis estaduais e municipais, que dependem do crescimento da nação.

Mas, ao mesmo tempo sabe-se que grande parte da crise é devido ao desaceleramento da economia Chinesa, o que puxa os índices de exportação nacional para baixo e influencia a flutuação do dólar internacional, atingindo mercados baseados em superávit, como o brasileiro. Mais uma vez criando um círculo vicioso, no qual o crescimento não é possível porque fogem investimentos estrangeiros voláteis, que só querem ganhos rápidos, baseados na moeda e mãos de obra barata atrelados a um mercado interno aquecido, e que ao menor sinal de crise, desconfiança política retiram seus capitais - restando ao governo a garantia para aqueles dos juros altos.

 Estes seguram dólar e mantém tais investidores. Por outro lado, há as desonerações que visam manter o número de empregados e de empresas de investimento de longo prazo ainda presentes mas que, por outro lado, endividam o governo no curto prazo. Então, é curioso depois de um ministro do perfil de Levy vir o Barbosa e dizer que está na hora da política ajudar a economia. É como se ele dissesse que o ciclo crítico (de crise) de crescimento foi resolvido, mas que o ajuste é de médio prazo e que a única coisa restante para a politica anticíclica funcionar seria a resolução do impasse político.

Finalmente, tenho como resolução a premissa: enquanto um dos poderes, a saber, o jurídico, continuar acreditando (batendo na tecla) na sua imparcialidade política, teremos a prevalência deste sob os demais. Quando, de fato, são as decisões políticas que devem influenciar no rumo do país. E não a questionável  hermenêutica jurídica aplicada.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Feliztristeza

Feliztristeza

Hoje estou tão feliz que lembrei de algo mais importante
Acho que quem dizia isso era Vinicius de Moraes
Lembrei-me da tristeza
E de como é bom ouvir uma música triste
Tim Maia resume
Se a felicidade toma conta
A tristeza invade

Estando a sentir o momento da felicidade
Aproveite-o para refletir sobre a tristeza
Nada mais justo do que pensar no pesar
Quando a felicidade vem à tona.

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Life's good


Life's Good




Life's easy:
Live it!
Live isn't easy:
Live it!
Never leave it.
Life's good!
Life is easy and good!
Live it!

Vis-à-vis

Vis-à-vis

Não brigue pela paz!

Corra pela lentidão!
Torça para a derrota!
Ao contrário do que digo, faça-o!
Quando estiver cansado, se esforce!
Se for pego escondido, apareça!

Mente. Só brinque com o rapaz.

Morra por emoção!
Force a anedota,
estando a rever o falado entorpe,
qual só-cego e encardido se fecha.

Abre a porta sem maçaneta

para entrar na saída da rua
e chegar no fim da passagem
de ida direta à (a) volta pelo mundo.

Anda cercado pela liberdade?


Tronco (troco o) amplo em sua estática carga,

carrega nos ombros um piano,
sem calda, de choque elástico.
(                                             )
 Feche a janela com a luneta.

Quer entrar na vida de lua,

pegar um óleo de massagem,
pela metade da nota semínima,
sem fundo denotado por idade?

Um porém (pólem) sem uma tremenda marca

esfrega a penumbra de um ano
em farsas de baque nefasto.

Sombras sombrias, no entanto,

esclarecem a clara gemada,
cortando a fenda em pedaços
mostrando ao surdo a voz...
parece algo... nunca visto!

Ostenta um ar puro-vácuo

e sustenta sem-par suas duplas
de sentimentos em torno do infinito
ao alcançar o cume abaixo 
do escrito sem tinta grafite
nos mármores feitos de aço,
que moldam as massas informes
e roçam sem contato o livre,
prendendo a grande chave
que fecha
ou abre
a rua-sem-saí-r-da-mesma.

Se passa nas esquinas da vida,

retorna sem ida ao começo.
Confuso-conciso e assertivo,
do tamanho do átomo gigante,
que parte o perfeito errante,
cobrindo a luz com o vidro
tão grosso quanto fino.
Itálico macarrão indo-chino.
Apenas conjunta sem senso o arrimo.
Haste fincada em cepo,
onde se pendura a candeia de garavato.
Está lá.
No dicionário.

Tentando encobertar a descoberta:

recém-velha terra aberta aos mares
fechados e secos;
salgados ao ponto do gelo
queimar o frio e belo
inferno de graus equatoriais.

A longitude anda à baixa altitude

e toma latitudes sem precedentes!

Oriunda da mesma certeza

do real sobre a nobreza,
mas enseja por vontade alheia
um simples complexo de teias
circundando o quadrado avesso;
trocando o certo azado caótico
por um fim enfadonho e metódico
que segue a meteorologia
e conforme o informe varia.


Yuri Cavour _ set 2007.

quinta-feira, 3 de março de 2016

Divina Comédia Antero de Quental

Divina Comédia - Antero de Quental, in "Sonetos" 


Erguendo os braços para o céu distante 
E apostrofando os deuses invisíveis, 
Os homens clamam: — «Deuses impassíveis, 
A quem serve o destino triunfante, 

Porque é que nos criastes?! Incessante 
Corre o tempo e só gera, inestinguíveis, 
Dor, pecado, ilusão, lutas horríveis, 
N'um turbilhão cruel e delirante... 

Pois não era melhor na paz clemente 
Do nada e do que ainda não existe, 
Ter ficado a dormir eternamente? 

Porque é que para a dor nos evocastes?» 
Mas os deuses, com voz inda mais triste, 
Dizem: — «Homens! por que é que nos criastes?» 

quarta-feira, 2 de março de 2016

Sono narcoléptico

Sono Narcoléptico

Sono narcoléptico
Foge-me à regra

Pegando a palavra pelo rabo,
O erro do poeta
É escrever sem meias
Verdades assombrosas
Sem sombras, porém
Entre sílabas, saias vogais
Crases,
Em inglês, torto como poesia
Já choveu na diagonal
no telhado
Ainda assim somos secos
Estamos acostumados à poeira
No asfalto de cada esquina
Encontramo-nos
A sós
A pós de estrelas
De sóis

Árvore - Manoel de Barros

Árvore - Manoel de Barros (1916 - 2014)

Um passarinho pediu a meu irmão para ser sua árvore.
Meu irmão aceitou de ser a árvore daquele passarinho.
No estágio de ser essa árvore, meu irmão aprendeu
 de 
sol, de céu e de lua mais do que na escola.
No estágio de ser árvore meu irmão aprendeu
para santo 
mais do que os padres lhes ensinavam no internato.
Aprendeu com a natureza o perfume de Deus.
Seu olho no estágio de ser árvore aprendeu melhor o azul.
E descobriu que uma casca vazia de cigarra esquecida
no tronco das árvores só serve pra poesia.
No estágio de ser árvore meu irmão descobriu que as árvores são vaidosas.
Que justamente aquela árvore na qual meu irmão se transformara,
envaidecia-se quando era nomeada para o entardecer dos pássaros
E tinha ciúmes da brancura que os lírios deixavam nos brejos.
Meu irmão agradecia a Deus aquela permanência em árvore
porque fez amizade com muitas borboletas.

Quem sou eu (em agosto de 2012, pois quem se define se limita, dizem)

Minha foto
Mais preocupado com a criatura do que com o criador. Existem perguntas muito complicadas. Existem respostas muito complicadas. Existem pessoas que não são complicadas. Existem pessoas que tentam complicar. Eu sou aquela que procura entender; complicando un peu primeiro para poder descomplicar. Quero dizer: se eu entender o problema de forma completa, poderei encontrar a solução mais correta, eu acho. Um sonhador, dizem. Mas não creio apenas em sonhos. Gosto mesmo é da realidade, empírica ou não. Gosto de estudar sociologia e biologia. Sou acima de tudo, e pretensamente, um filósofo, no sentido mais preciso da palavra: o sentido do amor a sabedoria, ao saber. Mas a vida é para ser levada com riso e seriedade. Sabendo-se separar uma coisa da outra, encontraremos nosso mundo, nosso lugar, nossa alegria. Nossa Vida, com letra maiúscula! "o infinito é meu teto, a poesia é minha pátria e o amor a minha religião." Eu. Um ídolo: Josué de Castro; um livro: A Brincadeira (Milan Kundera) ; um ideal: a vida.