"Sonho é destino". "Dream is destiny". You do it to yourself, you do, and that's what really 'happens'. "Tudo que não invento é falso."

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quinta-feira, 30 de novembro de 2017

Pontos e Vírgulas ao Segundo Tempo de Impedimento

Pontos e Vírgulas ao Segundo Tempo de Impedimento

 A República poderia ter caído por um plantão de televisão; Históricos sequazes de Brizola entravam em polvorosa e pensaram que a máxima de seu líder se tornara um paradoxo; Memes pululavam pela internet até serem proibidos por decreto, num ato que apenas geraria mais piadas; O presidente do Conselho de Administração da Empresa controladora da delatora, atualmente ocupando o cargo de Ministro da Fazenda, nada tem a declarar; A perícia mais rápida do planeta é feita; Esquerda e direita viram e ouviram o mesmo sinal por um breve momento. Nada mais à cara do Brasil. Nada mais a cara do país sinônimo de uma síntese da estética de contradições.

 Se a metáfora do futebol pode ser utilizada para explicar o Fla-Flu recente atinente à tensão política no Brasil, o jogo parece carecer de um árbitro. O poder, disse o presidente, parecia estar vago: então resolvi mostrar quem lá está, retrucou a si próprio o equilibrista numa aporia poética antimesoclítica. Desde o injungir à plotagem, o movimento tido como sagaz à sub-reptício de início a todos leva em onda maremotal pedindo "a cabeça" do Presidente. Raros analistas políticos mais experientes pensavam que a morte de um peixe só se dá pela boca, mas a de um tubarão não. Um dinossauro menos ainda.

 Explicando os fatos à beira dos acontecimentos, na tarde do dia 17 de maio do ano corrente, o jornalista Lauro Jardim do Jornal Carioca O Globo divulga um furo daqueles. O scoop do jornalista conteria provas de que o presidente da República Michel Temer teria sido gravado cometendo crime de responsabilidade durante o exercício do mandato: passível de impeachment, portanto. A gravação por um delator de não pequena monta, a saber, Wesley Batista, o dono de uma das maiores empresas do mundo, líder do seu setor, em conversa pouco republicana na residência oficial, após o horário oficial e no porão - viemos a saber depois - no entanto seria mais uma das usadas em um acordo de delação premiada. Tal notícia gerou plantão na Rede Globo, rebuliço na capital Brasília, terremoto político no Congresso, maremoto na rede mundial de computadores e media, criando ainda uma enxurrada de memes, a nova especialidade do humor típico do povo brasileiro. Só o humor salva, lembrou um psicografado Millôr.

 Entretanto, na política como no futebol, até o árbitro dar o apito, todo impedimento é um suspense. Quem está para sofrer o gol treme nas bases e quem está para marcá-lo, se não tiver a frieza de um baixinho que hoje é Senador, também fica inseguro e olha para o bandeirinha e todos árbitros auxiliares para saber em que condições se encontra. Porém, como já aduzido, antes do pronunciamento oficial do presidente, após a suspensão de atividades temporariamente do Congresso e durante o entardecer na Capital Federal o rumor dominava a pelota em tabela com o humor, uma vez que não havia árbitro para tal jogo.

 Ocorre ainda que, no campo da política de crise, enquanto se vislumbrava o impedimento daquele que dizia ser campeão da ética e herdeiro da responsabilidade, o capitão do time da situação e presidente de um dos maiores partidos da nação também se via escorregando em cascas de banana que ele próprio jogara. Aécio Neves estava lesionando a si mesmo e lesando a parte da nação que nele acreditara para uma mudança de rumo quando das eleições gerais de 2014. Em um minuto de um jogo sem acréscimo, sua vida política poderia ter ido de uma vez para o brejo. Por hora, fora suspenso das atividades como Senador por ordem do Ministro da Suprema Corte Edson Fachin, que não acatou o pedido da Procuradoria Geral da República e ordenou sua prisão por detalhe hermenêutico. Mas, sua irmã, Andreia Neves, fora detida.

 Então, seguindo a sequência metafórica futebolística e real do trhiller político de um campeonato inexistente mas há muito transformado em Fla-Flu, a sensação pululante por um bom período de tempo era de que o jogo não passara de um amistoso e que ao fim e ao cabo os jogadores trocariam suas camisas e dariam de presente uns aos outros os contatos de grandes companhias patrocinadoras, insinuante momento no qual a epifania do povo fora a de que o pirarucu se come em mesa grande e com a mesma farinha. Em termos políticos, a sensação era de que Maquiável e Hobbes jogam juntos e ao mesmo tempo que os fins justificam os meios não se pode confiar em ovelhas travestidas. Todos eram lobo até que a inocência viesse à tona. Sim, a inocência está nos lobos, parentes distantes dos dinossauros, e fora atribuída a um ser jurássico desses.

 Lêdo engano. Os dinossauros da política confiam que a verdade é uma tese. O direito é interpretação e o telefone sem fio dificulta a gravação: fosse por fita magnética não se teria dúvidas do teor; mas, com versão xingling em mp3, a edição é mais do que possível, é infantil probabilidade: até uma criança saberia fazê-lo, disse o perito The Flash Ricardo(?) Molina. A Polícia Federal, no entanto, assim como a Justiça, é cega e lenta. Acredita que somente com o equipamento da gravação, que agora sabe-se que foram 2 e já está nas mãos da justiça, e uma equipe trabalhando em um período de 15 a 30 dias pode elucidar a questão levantada pela defesa do dinossauro-equilibrista Presidente da República de que tudo não teria passado de plotagem no sentido inglês da palavra: edição e sabotagem. As palavras do dinossauro-peixe-mór, no entanto, deram mais motivos para a Ordem dos Advogados do Brasil, entidade que durante a semana afirmou protocolar pedido do impeachment do presidente, levando em consideração mais do que a prova sub júdice da gravação mas também os próprios pronunciamentos oficiais do presidente: eles corroborariam a própria tese obnubilada pela gravação digital.

 Assim, o segredo da fonte que resolve divulgar a um jornalista específico, sabe-se lá a troco de quê, se da Verdade ou da Justiça à Nação, fica preservado, a investigação antes sigilosa é tornada pública e mais lenha se joga na onda de manifestações que por fogo grego se mantém acesa debaixo de maremóticas águas. Apenas o soldador de plataforma de petróleo, acostumado a manusear maçarico de fogo telúrico, sabe que para aparar as arestas de aço político no mar revoltado da política nacional o mais importante é checar o nível de oxigênio: sem informação fundamental tem-se apenas a versão dos fatos e a pós-verdade. No entanto, a verdade na política é discursiva e prescritiva. Faz-se ao dia-a- dia seguindo mais ou menos as regras escritas do jogo.

 Assim, quando alguém, com intenções pouco nítidas com o especular da bolsa e a garantia à sobrevivência própria, resolve jogar a vaca no brejo, dar nome aos bois e mostrar a fraqueza da carne em sangria franca, a nação pensa que os árbitros escalados somente têm validade na guardiã máxima da Constituição. E num atropelamento casuístico quer-se eleições indiretas e a Ministra Carmén Lúcia, atual Presidente da Corte Suprema, desponta como única com envergadura moral para assumir a Presidência da Nação. De outro lado, pede-se eleições diretas  ainda que tal processo demore cerca de 6 meses pelos trâmites legais da aprovação da Proposta de Emenda Constitucional do deputado Miro Teixeira da  REDE do Rio de Janeiro, e não se tenha mais nomes de confiança nos maiores partidos do país, inclusive porque o segundo lugar do último pleito parece estar condenado às grades. E com tudo isso, esquece-se que o presidente é dinossauro da política, arauto mór da peroba facial e com a destreza de Direita conecta o mercado às leis enquanto engambela a là Garrincha e suas pernas tortas ao Centro à esquerda a Esquerda. O drible maior do presidente redundou em grandes manifestações. Contidas pelas Forças Armadas, a finta do presidente chamou a fita de armada e Brasília de demi-sitiada. Será que a história se repete como Marx ou acaba como Fukuyama?

 Não sabemos. Se é verdade que tudo é um jogo, resta-nos torcer e influir. Influenciar. Fazer coro. Vaiar. Apoiar. Lembrando que o adversário maior do povo não podem ser representantes do povo, mas sim quem trapaceia, não segue as regras do jogo e além de implodir o estádio com todos dentro, pensa que reformas são necessárias. De fato, são necessárias reformas. Mas não mexendo nas bases pouco estruturadas e iníquas mas sim nas coberturas marmóreas dos palácios que o comunista, diga-se, Niemeyer projetou imaginando que somente a Arquitetura salva. Que a arte do país das contradições do futebol arquitete o jogo dentro do campo, dispensando a dose de suspense e mal humor típicos dos fardados. Que prevaleça a justiça democrática!


6/6/2017

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Mar de Ventos

Mar de ventos

Mar de ventos e lembranças quentes
Imaginação por um futuro utópico presente
Rir de anedotas persistentes
Navegação em águas íntimas
Amar os detalhes mais pequenos

Palavras Difíceis

Palavras difíceis 
Não me dizem
Não te dizem
Não nos dizem.
Mas dizem-nos nós 
no caminho.
Amo-te!
É simples.
E extremamente difícil.

Amar é de graça. 
Amor não-é cobrança. 
Amar é doação.

Quem ama per-doa.

Amor é colaboração.
Amar é simples.
Amor é-difícil. 
Amar é instantâneo. 
Amor é (des-)construção .
É difícil pois dói erguer. 
Mesmo o prazer dói des-cer. 
E o que mais dói é sofrer-ser.
Sofrer por amor-ser.
Por amar-ser .
Por ser difícil existir.
Por ser difícil ser-amor.
Ser alguém sozinho sem você.
Amar, amor, amo-te.
Narciso, ego , altere. 
Amor, amar, te amo.
É muito simples saber. 
É muito difícil viver
Enquanto amo e não posso nada fazer.

Igno-r-ante seria feliz.

Amar-amor é .
Amor-amar está. 
Amor ser-parecer.
Amar estar-transparecer.
Amar é verbo trans-forma-dor.
Amor é substantivo próprio. 
E impróprio. 
Outrem.
Amor é verbo transladado. 
Retiro o que disse sobre ser próprio e impróprio. 
O amor-próprio é narciso. 
Pode ser esquecido. Abolido.
O amor impróprio é paixão. 
Pode passar no verão. 
Mas o amor verde e vermelho...
Este é folha e duração.

Vida e coração.
Coração e vida.

Enquanto dura, mantém vivo.
Enquanto vive, amadurece.
E não endurece. 
Pois se perder a ternura, padece de ser e passa a ser erro.

Transformar a dor do desejo 
Em mais que desejo é preciso: em cotidiano beijo se verifica o amor amado.
Beija o dia e a noite: à tarde e à manhã.
O amanhã e o ontem.
O presente.
é o mistério
de ser sério.
Amor é mistério e desejo.
É tudo que vejo e o que não vejo. 

Sabedoria paciente.

Amar é inscrever na pele
O que se deve e não; 
O que não se é e é.
E o tempo quente e verde.
Cru e maduro.
Cozido e saboreado.
Amar o amor. 
Amor ao amar.
Amar é ser.
Amarelar.
Amar-casa.
Amor-caso.
O ocaso do amor é acaso.
E ao acaso o amar acasala

Formando um casal,
Emandala num sonho-mistério o risco de ser sério 
Quando o riso pede passagem.
E quando a tristeza invade
o erro do amor faz cócegas
e errante acerta 
em cheio a flecha.
Que de lá da Lua me atinge.
Esfacela e confrange. 
Estatela e abrange.
Estima e decide.

Das luas de maio a outubro
O amor estrela-guia Maria
Pirâmide de Órion à Origem
Lã do carneiro-esfinge
Os deuses Hórus-e-Ísis 
Finge que é
pelo caminho 
do meio
budista
não-o-são
no entanto é o anti-desejo.
Mistério  da luz.

Por tudo isso, não é vedado;
É luz e frestas.

A luz entra pelas frestas.
A que de longe me flecha
É o cupido.
A que de perto me erra
é o caminho.
O caminho do meio
É além do equilíbrio 
O vão para a luz. 
A fresta por onde passa a flecha com a fagulha do amor.

Quando vir o pote hermético, esforce-se para abri-lo, portanto. 
A esperança, pois, não escapará, mas irá transbordar e cingir novas frestas
Qual o amor e as frechas.
Lembre-se sempre que a luz entra pelas frestas. 
E o amor. .. às flechas !

11 8 17  6:01 a.m.





Precisamos de uma intervenção.

Precisamos de uma intervenção.

Precisamos de uma intervenção já! Esse é o diagnóstico. Mas não intervenção militar ou deísta, como proposta na última votação no Congresso por um cabo-deputado. Precisamos de uma intervenção cirúrgica, metaforicamente falando.
E quem precisa ser operado são os jovens brasileiros. Pois, velhacos estão no poder e com sede de. Vejamos a situação vampiresca em que nos encontramos! Nada contra os velhos, os jovens há mais tempo, como re-dito ontem em evento das forças progressistas do Brasil em que estive, mas tudo contra os velhacos do poder. Estes podam os jovens!

 E tais velhacos estão intervindo não para fazer algo bom, mas sim algo imposto verticalmente. E em qualquer cirurgia, mesmo as impostas, o paciente consciente tem de discutir ou ao menos ouvir do especialista sobre o que será operado e como, para buscar métodos alternativos e para que na troca seja aprendido algo por ambas as partes.

 Mas não é este o caso que ocorre no Brasil. A poda cirúrgica faz conter os galhos. De frutificarem. Têm medo de frutas podres e cortam o mal pela raiz? Não. Têm medo de frutificar e o deixam solo atílico e não ático: Como o cavalo de Átila, no qual por onde passa nada cresce. Exceto talvez a soja- devastadora. Desfrutificar não é a solução.

 Bom, sejamos otimistas. O Brasil de hoje, ao menos, luta. E parafraseando Euclides da Cunha, o brasileiro é, sobretudo, um forte. Os brasileiros. As brasileiras. Todos somos. Falta-nos o senso brasiliense, apenas: em Brasília, não existe união. Até existe, mas apenas com letra maiúscula. Ademais, temos de ser mais do que unidos, refletidos, conversados. E quem mais precisa conversar ao que parece são os jovens. Mas como?, se no seu rizoma mais inteligente é podado: universidades com cortes de recursos.

Quer dizer, a defesa da universidade é precípua. Não porque ela seja a fonte do saber por excelência, à-penas, mas porque ela é uma fonte de troca. Um país não avança sem inteligência. Até avança mas rumo ao barranco. Ou ao improviso. O que Nelson chamou de vira-lata e Sérgio explicou cordialmente, como jeitinho, é esta falta de preparo. E preparo é diálogo, já antevira Jandira. Diálogo é troca com ação, subscrevera Mariana.

 Portanto, os jovens brasileiros não têm que descrer na política, mas o oposto exato disso: têm de atuar politicamente para reverter a situação; pois se acreditam na revolução constantiana de que a liberdade dos modernos é delegar o poder, têm de entender que a delegação é construída pelo diálogo. E o diálogo é com todos os segmentos, como nos ensinou Irandir: para haver diálogo democrático, há de haver espaço para a voz das minorias politicamente estabelecidas mas majoritariamente des-representadas. Explico a seguir o aparente paradoxo.

No conceito político, uma minoria é um grupo que pode até ser maior numericamente mas é menor na representação. Exemplos? Mulheres no Congresso; Negros no Brasil. E o problema da delegação que des-representa é que ela atua de forma pouco democrática, não dando espaço para o diálogo, a troca, e acaba por ser taxativa e autocrática. Ou aristocrática. Se a solução para o Brasil fosse outra que não a líquida do diálogo, que fluxiona, a monarquia resolveria: um máximo imperador manda, nós outros obedecemos. Michel parece ter revelado sua face obscura da Força no último 7 de setembro, aliás.

E para citar datas, convoca-se antes do feriado da República, às ruas. Tantos jovens como jovens há mais tempo. Para expressar via mídias alternativas e tradicionais o poder popular. O poder da população de demonstrar tanto para si quanto para os donos faorianos do poder que têm voz ativa. Sem vírgulas. Pois assim se exprime a contradição do discurso articulado. Ele pode ser enviesado para a esquerda ou direita, mas, no entanto, a Práxis resume.

 Em tempos de um monólogo esperando pelo outro, num mundo que dialoga com o umbigo, até mesmo o último importante texto de José faz sentido. Ou então corremos o risco de no próximo 15 de novembro a revolução ocorrer ao contrário e não ocorrer mudança alguma mas convervança.

Das favas com o poder às favelas com o poder,
conclui-se que o diagnóstico é de que há uma doença acerba na sociedade brasileira. E esta doença chama-se letargia anêmica por inanição descrente.

 Portanto a intervenção cirúrgica necessária é na alma, no espírito, na 
anima, no ânimo dos bravos jovens brasileiros. Para que eles, mais do que refletir nos bares da vida, tomem as praças, as ruas, e não sejam massa de manobra da esquerda velhaca ou da direita senil. Mas sim estejam caminhando ao lado dos bons jovens-velhinhos à lá Karl lui-même. Carlos, em bom português, já prescreveria em paráfrase atualizada: jovens pobres do mundo todo, caminhai-vos unidos! Pois, é na caminhada que se faz o caminho.

13 -11 -2017 publicado em 28 -11- 2017

segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Ai, que preguiça!

Ai, que preguiça!

Macunaíma tinha razão
Não tem mais pois hipossuficiente
Morto está
A pós...
Nós depois dele vislumbramos a ideia

A penas
Iludidos pela fantasia
De não ser que o somos
Bra

szil
Adjetivos mil não lhe faltam
Mas o povo mantendo a ~media~
A mediana
O quartel
Descente
A média
O quartil
Tangente
Tanta gente tende ao nada
Assintotica m ente
Bestializada


Vamos melhorar!
Melhore, Brasil!


Senão , voltemos à era andradiana da preguiça
Atualizada por Ferreira Gullar e Paulinho da Viola e :
" Posso ter razão, mas se tiver que explicá-la...";
" Não quero ter razão, quero ser feliz".
O debacle ente Gullar e Viola decerto supera Gilmar e Barroso.
Mas não o Goleiro de seleção masculina de futebol e o compositor da Aquarela da nação
Mas sim os dos supremos ministros expostos.


Extremos opostos impostos.


Portanto, afirmo,
O caminho do progresso da bandeira deve ser progressista e não regressivo.
Altivo e não mesquinho.
À ordem do dia é o respeito.
E todas as cores
Macunaíma resume.
Ai, que preguiça!

https://www.youtube.com/watch?v=bhsKcw15ILU

Normal

Quando estou calado não estou normal
Quando estou falante não estou normal
O que é normal
A média entre o silencio e a fala
Pode ser!
Porém,
ah, Porém,
A vida não é um sistema.
De soma ou tendência zero.
E nem um sino de medianas.
Não se pode escolher o quartil
Em que se encontra...

sábado, 11 de novembro de 2017

The Mystery of the Things

The Mystery of the Things - Alberto Caeiro (editing, tradução livre minha, Yuri Cavour)

The mystery of the things, where is it?
Where is it, that do not appear to flash
At least to show up that is a mystery?
What does know the river about that, and the trees?

And me, hence I am not bigger than it, what do I know about it?
Every time that I look to the things and think about what the men think about it, 
I laugh as a small river sounding fresh on a rock.

Because the only hidden sense of the things
Is the fact that they have none,
Uncanny then all other uncaninness
And that the dream of the poets
And the thoughts of all philosophers,
May the things have been what they seems to be...
And there is nothing else to understand but it.

Yes, that is what my feelings learned on by themselves:
The things has no hidden meaning at all: they have existence.
The things are the only hidden meaning of the things.


07/04/2015




Original abaixo


Alberto Caeiro

XXXIX - O Mistério das Cousas


   O mistério das cousas, onde está ele? 
   Onde está ele que não aparece 
   Pelo menos a mostrar-nos que é mistério? 
   Que sabe o rio disso e que sabe a árvore? 
   E eu, que não sou mais do que eles, que sei disso? 
   Sempre que olho para as cousas e penso no que os homens pensam delas, 
   Rio como um regato que soa fresco numa pedra.
   Porque o único sentido oculto das cousas  
   É elas não terem sentido oculto nenhum,  
   É mais estranho do que todas as estranhezas  
   E do que os sonhos de todos os poetas 
   E os pensamentos de todos os filósofos, 
   Que as cousas sejam realmente o que parecem ser  
   E não haja nada que compreender.

   Sim, eis o que os meus sentidos aprenderam sozinhos: — 
   As cousas não têm significação: têm existência. 
   As cousas são o único sentido oculto das cousas.

Quem sou eu (em agosto de 2012, pois quem se define se limita, dizem)

Minha foto
Mais preocupado com a criatura do que com o criador. Existem perguntas muito complicadas. Existem respostas muito complicadas. Existem pessoas que não são complicadas. Existem pessoas que tentam complicar. Eu sou aquela que procura entender; complicando un peu primeiro para poder descomplicar. Quero dizer: se eu entender o problema de forma completa, poderei encontrar a solução mais correta, eu acho. Um sonhador, dizem. Mas não creio apenas em sonhos. Gosto mesmo é da realidade, empírica ou não. Gosto de estudar sociologia e biologia. Sou acima de tudo, e pretensamente, um filósofo, no sentido mais preciso da palavra: o sentido do amor a sabedoria, ao saber. Mas a vida é para ser levada com riso e seriedade. Sabendo-se separar uma coisa da outra, encontraremos nosso mundo, nosso lugar, nossa alegria. Nossa Vida, com letra maiúscula! "o infinito é meu teto, a poesia é minha pátria e o amor a minha religião." Eu. Um ídolo: Josué de Castro; um livro: A Brincadeira (Milan Kundera) ; um ideal: a vida.