"Sonho é destino". "Dream is destiny". You do it to yourself, you do, and that's what really 'happens'. "Tudo que não invento é falso."

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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

No Frio

No Frio

No mistério da fala, a falta é óbvia.
Não se culpa a reta pela trajetória abrupta.
O espaço é o tempo em curvas, como seu corpo.

Nesse contexto sensível, seu trajeto sigo.
É o meu admirar indiscreto à janela da alma.
Poderia calcular qualquer desvio à normal
Para compreender seu magnetismo anormal
Mas me perderia no erro mais grave
Que é transformar o encanto em frio número.

Ao pensar (em) escrever, evito (hein) pensar.
Apenas escrevo o que desejo.
A mente agradece quando é limpa ao tormento
E se esquece no seguinte momento
[que o fim
Do sofrimento leva ao novo sofrimento
De sofrer por não mais sofrer por amor.

No entanto, não é o caso.
Não cabe nesse trecho ribeiro, francamente falando,
O que ainda persiste desde o primeiro encontro.

Naquele dia do atraso e cadeira convite.
Não sendo de propósito, passou a ser.
E hoje a espera é por este lembrete.
O formato aqui ainda me permite
Dizer-lhe em estrofes-limite
O que evidentemente não cabe ao cuore.

Pois supera o que se espera e lhe prepara
Para não parecer, mas ser.
E toda a dificuldade da palavra apara
A revelada cartada.
Aquela carta, ainda a guarda?

Então saiba: aqui a tenho e não a mudo em nada.
A não ser na ênfase, que duplico.
E no frio, no qual me escondo...

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

"Há neste estrambótico e complicado negócio que é a vida, certos períodos estranhos em que o homem considera o universo inteiro como uma simples e enorme farsa, ainda que mal vislumbre em que pode consistir a brincadeira e tenha bastante desconfiança de que esta se realiza à sua custa. Entretanto, nada o desalenta e nada parece valer a pena enquanto está lutando. Engole todos os acontecimentos, ideias, credos e opiniões e todas as coisas duras, visíveis ou invisíveis, por mais encaroçadas que sejam; como um avestruz de poderosa digestão engole balas e pedaços de pedras. E quanto às pequenas dificuldades, preocupações, perspectivas de desastres imediatos, perigos, grandes e pequenos, tudo isso, e até a própria morte, aparecem apenas como dissimuladas, benévolas e graciosas palmadinhas nas costas, dadas pelo velho e misterioso trocista. Essa espécie de humor estranho e rebelde se apodera do homem apenas em momentos de extrema angústia e surge no meio da própria ansiedade; de modo que, o que até então parecia da maior importância, torna-se uma alternativa a mais da enorme farsa. "(cap. A Hiena, em Moby Dick de Herman Melville )

Quem sou eu (em agosto de 2012, pois quem se define se limita, dizem)

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Mais preocupado com a criatura do que com o criador. Existem perguntas muito complicadas. Existem respostas muito complicadas. Existem pessoas que não são complicadas. Existem pessoas que tentam complicar. Eu sou aquela que procura entender; complicando un peu primeiro para poder descomplicar. Quero dizer: se eu entender o problema de forma completa, poderei encontrar a solução mais correta, eu acho. Um sonhador, dizem. Mas não creio apenas em sonhos. Gosto mesmo é da realidade, empírica ou não. Gosto de estudar sociologia e biologia. Sou acima de tudo, e pretensamente, um filósofo, no sentido mais preciso da palavra: o sentido do amor a sabedoria, ao saber. Mas a vida é para ser levada com riso e seriedade. Sabendo-se separar uma coisa da outra, encontraremos nosso mundo, nosso lugar, nossa alegria. Nossa Vida, com letra maiúscula! "o infinito é meu teto, a poesia é minha pátria e o amor a minha religião." Eu. Um ídolo: Josué de Castro; um livro: A Brincadeira (Milan Kundera) ; um ideal: a vida.