"Sonho é destino". "Dream is destiny". You do it to yourself, you do, and that's what really 'happens'. "Tudo que não invento é falso."

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quarta-feira, 27 de agosto de 2008

A verdade é limpa, preta e branca.

A verdade é limpa, preta e branca.

Toda e qualquer acusação deve ter fundamento. Acusações sem fundamentos são oriundas de pessoas maliciosas, com intenções segundas ou enganadas. Tome muito cuidado com suas afirmações, pois elas podem ser emitidas com um tom e interpretadas com um outro tom. E este último tom tem uma potência maior quando é diferente do primeiro: quando é verdadeiro.

Quando ouvimos, lemos ou falamos algo devemos ter em mente que aquelas palavras captadas ou proferidas não necessariamente estão em sintonia com os fatos, crus. Algumas palavras podem ser acrescentadas, outras podem servir de sinônimo exagerado, exageiros de linguagem podem ser cometidos pois tudo isto faz parte de um conto de um bom orador e/ou escritor. Porém, quando uma nota é inventada, com o intuito único de enganar as pessoas e prejudicar outras pessoas, e sem o menor compromisso e responsabilidade para com a verdade, deve-se constatar que há algo muito errado: há mentira no ar.

De fato, mentir é também um recurso de linguagem. É um recurso sujo. Um recurso baixo. Um recurso daqueles que não tem qualificação suficiente para fazer algo sério e preferem utilizar o recurso jamais cogitado pelas pessoas probas. O mentir é tão estúpido que não se reconhece. Não conhece o velho e verdadeiro dito popular, a saber, "mentira tem perna curta". Para ficar mais nítido ainda, o dito popular quer dizer o seguinte: aquele que mentir será descoberto, cedo ou tarde. Em outras palavras, a mentira não consegue ir muito longe, pois, uma hora ela esbarrará na fronteira máxima, a fronteira da verdade.

Agora que a mentira foi descoberta e que está nua, ela se vexa. Se envergonha. Fica tímida e se esconde ou se encolhe. Recua para o seu canto, sujo. Sujo porque ninguém quer se intrometer a limpar. Sujo porque gosta da imundice e baixaria. E, principalmente, sujo porque quando teme por aquilo que cometeu, tenta inverter a mancha do papel e utilizá-la para criar manchas desordenadas, incoerentes, falsas, mentirosas. Não tem a cor e a cara da verdade.
A cor e a cara da verdade é limpa, preta e branca. Limpa porque o texto não tem baixaria,sujeira que significa mentira, no caso. Preta porque a tinta da impressão foi essa e branca porque essa é a cor do papel A4 utilizado. Portanto, antes de espalhar sujeira pelo ao redor, antes de ludibriar as pessoas, passe um pouco de óleo de peroba na cara de pau da mentira. Pois assim ficará brilhante e com uma melhor aparência e, melhor ainda, ficará evidente que tudo aquilo que ali está descrito é uma mentira lavada, a óleo de peroba!

sábado, 23 de agosto de 2008

Mito do altruismo

Uma remela de monotonia,
Um tédio para além da agonia.
A vida passa e a nota voa a sós...
Girando ao redor do ego, o mundo para;
Parar o novo é o surgir da fadiga,
É reencontrar o caminho no estreito
Pedaço de saúde doentia.
Infindo andar de melancolia...
O passo destro destoa e soa
Como o pássaro morto não voa
E insistir no erro é absurdo
Quando lê algo sente-se mudo
E o mundo avesso engana estanca,
Algo parecido com o sangue amargo
Preso à garganta seca, cem pigarros!
Engasgados com a verdade e cercados
pela liberdade, imensa e imersa ao infinito,
apenas mais uma palavra-mito e um antigo
que mantém palpebras dobradas e desperta.

Y.Cavour

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Ser simplesmente complexo

Ser simplesmente complexo

Às vezes o que digo não o faço direito
Os frisos que suponho não perscrutam a pleno
A minha vontade de fugir para o terreno
As vias de escape dos maltrapilhos sedentos
São os contos e terços em vãos momentos

Mas se chama de rude a atrocidade
Esquece-se de confrangir com enlaces
As impuras confissões dos recalços infaustos
Contorna-se a verdade com imaginárias raízes
E crescem árvores sem frutos sementícios

De nada serve o estandarte e a arte
Sem o consenso e o compromisso
O omisso ser tende a fechar-se
Escondendo o verídico esmero
De ser mais si: é menos sincero

Aos olhos dos prezados sensíveis
Destaca-se de uma tela magnímea
A linha infinita de um detalhe
Em contrapartida a aspereza inventada
Na maior parte da sacra alusão sonhada

O composto resultante não explicita
O sentimento transeunte de um artista
Se o sentido sentido não é imposto
No lado da face intacta do gosto
Aprazível e comum em concomitância

É presumível ser simples e preferível
Diretamente se atinge um alvo múltiplo
Compenetrando um ambíguo machado
Perde-se porém a totalidade aferida
Nas reentrâncias arrebatadoras
Das esmiuçadas confraternizações
Em formas pouco consolidadas

As próprias nocivas diásporas
Envergam-se de encontro ao acaso
Envenenando a graça das terras
Desavoando os abismos às quedas
Maneiras torram gestos
Gentis tornam insutis
Encontros em torno do frágil
Alimentam com pó o sufrágio

Então a fraqueza imposta
Explica a fala inóbvia
Enquanto a ordem inversa
Mitifica a derradeira conversa
Ser mais sintético, não, é poético...
Ser mais confuso(?) não(!) é injusto!

Y.Cavour

Teste em pessoa

Teste em pessoa

As vozes que ouço não me dizem respeito
Os risos que dou não pressentem meu peito
Amigo é aquele que adora e aguarda
As vozes dos amigos preenchem as dores
E seus risos sinceros eu os guardo.

Há chamas nas rodas de amizade
Mantê-las acesas é o verdadeiro segredo
Há brasas que fazem durar as chamas
Manter amigos aquecidos é não consumi-los,
E saber escolher as brasas é o mór desafio

Desafia-se a vida quando se nasce
Dessa escolha instintiva não se prescreve
Nem sequer uma alma apodera-se de um corpo
Nem um corpo, se quer, entumece-se de alma
É preciso haver consonância inata
Para não faltar o corpo e a alma

A alma não escolhe o caminho marcado
O corpo não marca um caminho pensando
A alma esquiva-se das manchas erradas
O corpo mancha-se de sangue com alma
Mas a calma do corpo e da alma são idôneas
Somente marcam e pensam completando-se

A completude do ser depende de seus valores
A inépcia do saber não destrói o mesmo
Valorizar o saber é contempla-lo a contento
Saber dar valor é cumprimentar o conceito

Desambiguos finais rememoram alentos
Construindo noções refazendo inventos
Destruir é também bom quando o erro é completo
Soerguer princípios e demarcar momentos
São as premissas infixas nos pesares tormentos

Yuri Cavour


*alento (inspiração)

Desengano

Desengano

Porque são insaciáveis.
São os egoísmos do tempo...
A vontade vencendo os viéis.
Os desenganos ganhando terreno...
Porque não me notaste.
É um subterfúgio antigo...
A destreza do desvio distinto;
Os instintos mandando no coração.
Apenas uma chance, um abrevio...
Não tenhas medo do sentir mais forte,
Pois, serás reconhecida afinco!
Aceite meu pedido, meu calafrio
Não cessará por não saber se é vivo!...
Serei fiel às premissas infindas
E o fim só ocorrerá se for sua...
E a felicidade só continuará se for seu...
E, só, a esperança não vai deixar destruir o meu...
A Vontade... e o Desejo... são versos do Amor...
e não versus ao...

Yuri Cavour

A interpretação

A interpretação

Falava como se uma hiena o possuísse
Interrompia-se com os pingos da chuva, graves.
Os relampejos apenas iluminavam, eram longes.
A curiosa história era descontínua,
Volvia a outras memórias repentinas.
Mas o momento do carteado era único:
as mangas de fora e as cartadas de dentro.
Um jogo limpo e um tanto quanto barulhento.
Entoava enquanto distribuía, a voz e as cartilhas.
Expressos os inquietantes eram contados,
[ e conferidos pelo adversário.
Assim o som límpido regia as regras,
durante os intervalos e embaralhos
engolia a saliva distribuindo a nós.
Nova rodada, novo inventário.
Quase um livro de regras em resumo.
Um sumário do cardápio das possibilidades.
As idas e vindas mexiam com as cartas
[e com os jogadores.
Mas o tom do riso era sempre honesto
e vinha primeiro que os ases do trunfo.
Inteiriças aulas de comportamento avesso
ao empreendimento e o compromisso,
pagos por preços ávidos por reinício
do embate de regressos de matérias,
contra desprezíveis segundos seculares.
A medida que envolvia-se no jogo
devolvia-nos a graça ao momento.
O porre do íntegro tempo de tédio
tornara-se agora um (que veio na hora certa, [esqueci a palavra]) remédio.
Então o badalar aferido era do vácuo
retumbescendo por ter ido embora o grito.
Quase que infinito no passado,
durara um psíquico piscar d'olhos.

A mente é única e o tempo dúbio:
quando as cartas à mão são boas,
o tempo na mesa se fecha.
E vice-versa:
Quando o jogo não sequer inicia,
cada movimento do pêndulo é aflito.

Yuri Cavour

Morna e doce

Morna e doce

Tensas as vibrações são das cordas donas
Imensas as quebrantes dos altos mares
Marcas atenuantes das noções profundas
A extasiante milha é percorrida
Ao pé dos calcanhares frágeis
Correndo ao caminho das pedras
As águas se encontram com as léguas
E chocam-se umas nas outras lentas
Tremendo a subaquática esperança
Trazendo dos respingos os soluços
Que salgam e sempre aliviam
A dor ou a sensação de alegria
No fim da última gota quente
O esboço de um sorriso
Demonstra que nem somente
O dono do prejuízo
Escapa lesado e satisfeito
Pois sabe fazer melhor direito
Quebrar a frequência
E tomar a atitude.

Yuri Cavour

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Ganhar sem ti: perder

Ganhar sem ti: perder

Queria poder aconchegar-te e contemplater-te
sem ser invasivo e egoísta.
Meu sentimento por ti não é artíficie
para completar-me e ruir-te.
Um medo diz que juntos parecem perdidos
mas não achar-te torna vaga minha trilha.
Os caminhos constituídos pensando em ti
me levam diretamente ao delírio.
E finalmente sendo guiado por sua rima
encontro um meio para recomeçar minha subida.
Rumo ao Norte único e estreito, reafirmas:
Não podes mais porque o topo acima
culmina em vales profundos, enfurecidos.
O sábio jeito de fugir deste segredo
é permanecer oculto e mostrar-se direito
diante todas, reais ou rasas, pessoas feitas.
Com sua inerte mente precisa atingir
outras vertentes sem espalhar o que pertence
[exclusivamente a ti.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Trocos caros

Trocos Caros

Choques de cabines em plena segunda
saltos de ornamentos na piscina
idéias que viram páginas em jornais
seguidores de atletas ocupam espaço
assim é a vida do mundo, e do cão
vem à tona a breve menção
verdades que servem ao nu do caos
mensagens que seguem sem postal
atira-se a pedra e ondulações vêm,
contornando o pedaço da vertigem,
engolir a saliva à nuvem de pó
pois pegam o pato e o põem num prato
para servir àqueles que palatam
sem saber porque o gosto fraco
ajuda a papila a digerir a graça.
Enquanto a gula se espalha faminta
a fome procura nova barriga,
e encontro retóricos aluminam
os mesmos senhores com suas fadigas.
Não temem ser mortos pela indigna idade
só se escondem para provar do pecado
ou tentar escolher o melhor lado
da fuga do sempre perdido e achado
no buraco sem fundo e poço sem taco.
Um breve soluço empurra de volta
a nota que gira em torno do ego
causando verminoses em fracos
ao amadurecer de cada Sol
e ao resplandecer de todas as frutas.

Yuri Cavour

sábado, 2 de agosto de 2008

Pedras no caminho

Pedras no caminho
Pedras no caminho?
Chuto todas, um dia marcarei um gol!
Pois bem, ontem, dia 1502/2015, sofri um baque:
Uma pedra retrucou!
Ela me chutou!
Aprendi rápido: as pedras também sentem.

Yuri Cavour

No meio do caminho

No meio do caminho

Tinha uma prova no meio do caminho.
No meio do caminho tinha uma prova.
Ah, se não fosse aquela prova,
Ainda estaria no meio do caminho!

Yuri Cavour

Pátria minha- Morais,Vinicius de

PÁTRIA MINHA

A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio
Assistindo dormir meu filho
Choro de saudades de minha pátria.

Se me perguntarem o que é a minha pátria, direi:
Não sei. De fato, não sei
Como, por que e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.

Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos...
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias, pátria minha
Tão pobrinha!

Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho
Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço
Em contato com a dor do tempo, eu elemento
De ligação entre a ação e o pensamento
Eu fio invisível no espaço de todo adeus
Eu, o sem Deus!

Tenho-te no entanto em mim como um gemido
De flor; tenho-te como um amor morrido
A quem se jurou; tenho-te como uma fé
Sem dogma; tenho-te em tudo em que não me sinto a jeito
Nesta sala estrangeira com lareira
E sem pé-direito.

Ah, pátria minha, lembra-me uma noite no Maine, Nova Inglaterra
Quando tudo passou a ser infinito e nada terra
E eu vi alfa e beta de Centauro escalarem o monte até o céu
Muitos me surpreenderam parado no campo sem luz
À espera de ver surgir a Cruz do Sul
Que eu sabia, mas amanheceu...

Fonte de mel, bicho triste, pátria minha
Amada, idolatrada, salve, salve!
Que mais doce esperança acorrentada
O não poder dizer-te: aguarda...Não tardo!

Quero rever-te, pátria minha, e para
Rever-te me esqueci de tudo
Fui cego, estropiado, surdo, mudo
Vi minha humilde morte cara a cara
Rasguei poemas, mulheres, horizontes
Fiquei simples, sem fontes.

Pátria minha... A minha pátria não é florão, nem ostenta
Lábaro não; a minha pátria é desolação
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular
Que bebe nuvem, come terra
E urina mar.
Mais do que a mais garrida a minha pátria tem
Uma quentura, um querer bem, um bem
Um libertas quae sera tamen
Que um dia traduzi num exame escrito:"Liberta que serás também"
E repito!

Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
Que brinca em teus cabelos e te alisa
Pátria minha, e perfuma o teu chão...
Que vontade me vem de adormecer-me
Entre teus doces montes, pátria minha
Atento à fome em tuas entranhas
E ao batuque em teu coração.

Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha
Brasil, talvez.

Agora chamarei a amiga cotovia
E pedirei que peça ao rouxinol do dia
Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:
"Pátria minha, saudades de quem te ama…

Vinicius de Moraes

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Perpassa à sua mente

Perpassa à sua mente

Ânsia de perplexidade
Não saber o que não saber fazer
Coragem de medo
Querer ir até o fim do questionamento
Angústia sobre a própria ira
A impura pena pede perdão
Sinta-se a sós acompanhado
Porque a sua companhia é a minha solidão
Não entender é estar de acordo
Com a lógica da incerteza
Balbuciando pensamentos intactos
Não obtém-se resposta apta
Porque a sua inconclusão perfeita
Perfaz uma estreita perversidade
E o caminho esguio engana
Quem segue sem piscar pestanejando
É a dor do fogo amigo abraçando
E a cor da ferida aumentando

Quem sou eu (em agosto de 2012, pois quem se define se limita, dizem)

Minha foto
Mais preocupado com a criatura do que com o criador. Existem perguntas muito complicadas. Existem respostas muito complicadas. Existem pessoas que não são complicadas. Existem pessoas que tentam complicar. Eu sou aquela que procura entender; complicando un peu primeiro para poder descomplicar. Quero dizer: se eu entender o problema de forma completa, poderei encontrar a solução mais correta, eu acho. Um sonhador, dizem. Mas não creio apenas em sonhos. Gosto mesmo é da realidade, empírica ou não. Gosto de estudar sociologia e biologia. Sou acima de tudo, e pretensamente, um filósofo, no sentido mais preciso da palavra: o sentido do amor a sabedoria, ao saber. Mas a vida é para ser levada com riso e seriedade. Sabendo-se separar uma coisa da outra, encontraremos nosso mundo, nosso lugar, nossa alegria. Nossa Vida, com letra maiúscula! "o infinito é meu teto, a poesia é minha pátria e o amor a minha religião." Eu. Um ídolo: Josué de Castro; um livro: A Brincadeira (Milan Kundera) ; um ideal: a vida.