"Sonho é destino". "Dream is destiny". You do it to yourself, you do, and that's what really 'happens'. "Tudo que não invento é falso."

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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Assalto- Drummond

Assalto - Drummond

No quarto de hotel
a mala se abre: o tempo
dá-se em fragmentos.

Aqui habitei
mas traças conspiram
uma idade de homem
cheia de vertentes.

Roupas mudam tanto.
Éramos cinco ou seis
que hoje não me encontro,
clima revogado.

Uma doença grave
esse amor sem braços
e toda a carga leve
que súbito me arde.

No quarto de hotel
funcionam botões
chamando mocidade
fogo, canto, livro.

Vem a quarteira
depositar a branca
toalha do olvido
insinuar o branco

sabão da calma.
A perna que pensa
outrora voava
sobre telhados.

Em copo de uísque
lesmas baratas
acres lembranças
enjôo da vida.

Ponho no chapéu
restos desse homem
encontrado morto
e do nono andar

Jogo tudo fora.
A mala se fecha: o tempo
se retrai, ó concha.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Gabriel García Márquez

Lança novo livro no dia 29 de outubro.

Homo sapiens versus Neandertais versus Clima

Homo sapiens pode não ter gerado a extinção dos Neandertais, como supuseram alguns cientistas; a verdadeira causa pode ter sido o clima.

Erupções vulcânicas há milhares de anos devastaram os Neandertais na Ásia Ocidental e na Europa, relatam antropólogos na publicação “Current Anthropology”.

Naomi Cleghorn, antropóloga da Universidade do Texas em Arlington, e colegas, estudaram um assentamento de Neandertais na cordilheira do Cáucaso, no sudoeste da Rússia. Eles conseguiram identificar cinzas vulcânicas de duas erupções distintas, que ocorreram na região entre 45 mil e 40 mil anos atrás.

Recentemente, um estudo separado descobriu que houve outra grande erupção vulcânica na Itália há 40 mil anos, numa região também ocupada, na época, por Neandertais. Na ocasião, nossa própria espécie estava principalmente na África e no sul da Europa, áreas menos afetadas pelas erupções. Os Neandertais estavam concentrados na Ásia e na Europa.

“Os primeiros humanos modernos, mesmo que houvesse algum deles nas áreas afetadas, tinham populações também em outros locais”, disse ela.

Aproximadamente dois mil anos após os eventos vulcânicos (embora as datas exatas não sejam conhecidas), parece que humanos migraram para partes da Europa anteriormente ocupadas por Neandertais, dizem os antropólogos. “Gostaríamos que as pessoas examinassem mais cuidadosamente outros locais de Neandertais, para buscar com maiores detalhes indícios de eventos como este”, afirmou Cleghorn.

Com base no que os cientistas sabem atualmente, uma extinção relacionada ao clima é mais provável do que um fracasso numa batalha de inteligência entre Neandertais e humanos, segundo ela.

“É realmente difícil argumentar que eles não eram tão bons em obter recursos como os primeiros humanos modernos”, disse ela.

Tradutor:
Pedro Kuyumjian

fonte:http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/2010/10/12/a-grande-derrota-dos-neandertais-foi-para-o-clima-e-nao-para-os-humanos.jhtm

Tratamento de células-tronco

WASHINGTON, 11 outubro 2010 (AFP) - Médicos americanos iniciaram o tratamento de um paciente com derivados de células-tronco embrionárias humanas como parte do primeiro teste clínico desse tipo autorizado, o primeiro no mundo para este tratamento tão promissor quanto polêmico.

O início deste estudo clínico foi anunciado nesta segunda-feira pela empresa de biotecnologia americana Geron Corporation que obteve uma autorização da Agência Federal de Medicamentos (FDA) em janeiro de 2009.

"O início do teste clínico GRNOPC1 é uma etapa importante para os tratamentos humanos com base em células-tronco embrionárias", ressalta em um comunicado o Dr Thomas Okarma, PDG da Geron.

O principal objetivo deste teste clínico, chamado de fase 1, é avaliar a segurança e a tolerância a essas células derivadas de células-tronco embrionárias -- chamadas de GRNOPC1 -- nas pessoas paralisadas devido a uma lesão da medula espinhal.

Os participantes deste estudo devem ter sofrido seu ferimento recentemente e receber os GRNOPC1 em um período de menos de 14 dias, indica Geron.

O objetivo deste teste é injetar nos voluntários paralisados células derivadas de células-tronco embrionárias humanas na esperança de que elas possam regenerar as células nervosas danificadas e, eventualmente, permitir à pessoa de recuperar a sensibilidade e a capacidade de se mover.

O primeiro paciente foi selecionado no Centro Shepherd de Reabilitação e de Pesquisas com Ferimentos na Medula Espinhal e no Cérebro de Atlanta (Geórgia, sudeste), um dos sete potenciais centros de recrutamento de pacientes nos Estados Unidos para este teste clínico.

"Quando começamos a trabalhar neste projeto em 1999, muitos previam várias décadas antes que esses tratamentos celulares seriam aprovados para testes clínicos no homem", lembrou o Dr Okarma.

Geron já havia realizado uma série de testes pré-clínicos in vitro e também em animais de laboratório.

As células-tronco embrionárias são as únicas células do organismo com a capacidade de se multiplicar sem limite e de se transformar em qualquer tipo de célula do corpo, apresentando, com isso, um enorme potencial para o tratamento, não só de lesões na medula espinhal, como também de doenças incuráveis, como o Mal de Parkinson ou a diabetes.

O maior desafio para os pesquisadores é fazer com que essas células-tronco "se diferenciem" para se transformarem nas células que eles desejam obter, sem o risco de se transformarem em células indesejáveis, como de tumores cancerosos.

Mas a pesquisa e a utilização dessas células-tronco é controversa porque elas são retiradas de embriões humanos no primeiro estágio de seu desenvolvimento (blastócito), causando a sua destruição.

Grupos religiosos e políticos conservadores se opõem a esses procedimentos. Um juiz federal congelou em agosto os recursos federais destinados à pesquisa com estas células.

No entanto, essa decisão foi suspensa no início de outubro, permitindo a manutenção destes trabalhos pelo tempo que a corte de apelações decidir.

Em um decreto de março de 2009, o presidente Barack Obama retirou as restrições à utilização de recursos públicos impostos pelo governo Bush em 2001.

Mas esse problema poderá ser contornado graças a um novo método apresentado no final de setembro e considerado promissor para reprogramar células-tronco humanas adultas (da epiderme) que são idênticas às células embrionárias, segundo esses pesquisadores.


http://noticias.uol.com.br/ultnot/cienciaesaude/ultimas-noticias/afp/2010/10/11/eua-tem-primeiro-tratamento-de-paciente-com-celulas-tronco-embrionarias.jhtm

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Inerte ao meio

Inerte ao meio

Na agulha da ponta está o laço
o nó que segue não vem por baixo
fina e reta parece torta
àqueles que lêem por de trás
das mesmas suas que me parecem
distintas quando não atormentam
se o estarrece não é incauto
pequeno pulo mas grande salto
para o início de velhos tempos
não atingidos pelos mais moços
ainda que cultos não conscientes
de que todos servem mas não o fazem
apenas por ser não é, inerente
só pensa se é importante
para o lado que tende à queda
reduz-se um tanto que até alcança
um equilíbrio numa balança
de vários fatores preponderantes
que sobressaem em importância
por quê lhes são dado valores
a que nunca forjados foram
antes mesmo por incertezas
pareciam mas não confiavam
até ao máximo são explorados
por isso que são confidentes
de uma verdade incoveniente
quando o mentir é o soluto
o desmentir perde seu gosto
e até o cheiro fica mais fraco;
quando aberto e exposto está (a)o frasco
jorra sem fim aparente
mas não é incoerente
só não domina todos em volta
por ser mais justo do que julgado

Banho sujo (repost)

Banho sujo

De tanto brincar com fogo
O menino tomou gosto
Virou artista e apresenta espetáculos
A Vaga platéia não se anima
O troco é pago sem consenso
Mas ao menos é uma fonte de renda
Aos poucos a brincadeira vira rotina
O trabalho é agora o nome
Todo dia de sol e de chuva em cada esquina

Por pouco. Estudar com vontdade.
A vida seria melhor...
Tentou sozinho e alcançou finalmentes
Os outros não se importam se alimentam
O encosto à sombra sem vida
Ainda sustenta o resto da casa de ponte
E uma percepção é melhor desviada
Não mover-se é escolher nada
A intenção boa pode valer em cada rua

De tanto sofrer com todos
O menino jogou fora
Virou-se de costas e apresenta-se em pó
A vaga platéia continua ali
O troco é o custo sem sentido
Mas ao menos é uma prova de verdade
Aos poucos a realidade vira brinquedo
O trabalho é de renome
Todo dia de sol o ar fica mais fraco na esquina

Por pouco. Estudar sem direitos.
A vida prega peças...
Tentar sozinho é o Quase infinito
Os outros são restos e nem enxergam
O encosto é sinal de folga
Ainda debaixo da rota dos carros roncando
É uma ausência de perspectiva privada
Não mover-se pode, pois morte
A intensa que chega, sempre, em cada rua

Onde falta ao abrigo do sol
Onde anda ao pé do calçado
Onde pede ao nu de vergonha
Onde tenta ao menos comer
Onde volta ao início errante
Onde lembra ao bem-sucedido
Onde está onde foje onde briga
Sofre onde o sol não é abrigo da vida
Manca onde o sapato não tem solo sequer
Toma banho onde a nudez é castigada
Passa fome onde a comida soberba é dejeto
Espera um dia voltar ao passado onde havia
A esperança de um choro alto em uma vida
Diminuta insígnea mas ao menos justa e digna

A esperança que se torre não se colhe mais
Se a culpa soubesse de si desistiria certeira
A semelhança estende-se sem coibir as más
Sem a dupla dos deméritos, mentiria fileiras
De vezes quanto necessário, inoscência e impotência
As preces tanto evidenciaram mas apenas sozinhas,
sem ação e ajuda sem parceiros e sem companhia
Assolam o alarmado atolado no deserto quente e vago
Enquanto deliciam o gelado importado com novo frasco
Os odores não se misturam e o cheiro não perpassa
Há uma dezena de camadas de algo ou de água
Sob a superfície o entorno e a ribanceira
Ou é pena de todos ou puro eZagero contado
Pôe-se culpa em poucos esquecendo a besteira
Afinal a validade tem prazo curto no sistema
Quanto mais rápido apodrece, mais se consome
Mais mistura, se inventa; menos cultura, se corrompe
Mais dinheiro, se bebe; menos papel, se come
Mais pujância, se dorme; menos sono, se morre.

domingo, 10 de outubro de 2010

Poética - Manuel Bandeira

Poética


Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário
o cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja
fora de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante
exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes
maneiras de agradar às mulheres, etc
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare


— Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

citação

"O Brasil é um país feito por nós, basta agora desatar os nós." Barão de Itararé

Quem pode ser eleito?

Quem pode ser eleito?

O Tiririca pode ser candidato e eleito porque a lei "não exige que os candidatos possuam mediano ou elevado grau de instrução, mas apenas que tenham noções rudimentares da linguagem pátria, tanto que é preceito do próprio Estado democrático de Direito a pluralidade / diversidade, buscando-se evitar, inclusive, a formação de um elitismo no corpo dos membros dos poderes legislativo e executivo." Esta foi a declaração do juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Aloísio Sérgio Rezende Silveira. Mas agora, depois da eleição, parece que a ideia dele modificou-se. Ora, primeiro as coisas mudam e depois as ideias ou será ao contrário?

Quem sou eu (em agosto de 2012, pois quem se define se limita, dizem)

Minha foto
Mais preocupado com a criatura do que com o criador. Existem perguntas muito complicadas. Existem respostas muito complicadas. Existem pessoas que não são complicadas. Existem pessoas que tentam complicar. Eu sou aquela que procura entender; complicando un peu primeiro para poder descomplicar. Quero dizer: se eu entender o problema de forma completa, poderei encontrar a solução mais correta, eu acho. Um sonhador, dizem. Mas não creio apenas em sonhos. Gosto mesmo é da realidade, empírica ou não. Gosto de estudar sociologia e biologia. Sou acima de tudo, e pretensamente, um filósofo, no sentido mais preciso da palavra: o sentido do amor a sabedoria, ao saber. Mas a vida é para ser levada com riso e seriedade. Sabendo-se separar uma coisa da outra, encontraremos nosso mundo, nosso lugar, nossa alegria. Nossa Vida, com letra maiúscula! "o infinito é meu teto, a poesia é minha pátria e o amor a minha religião." Eu. Um ídolo: Josué de Castro; um livro: A Brincadeira (Milan Kundera) ; um ideal: a vida.