"Sonho é destino". "Dream is destiny". You do it to yourself, you do, and that's what really 'happens'. "Tudo que não invento é falso."

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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Em Guarda

Em Guarda

Atiram calados e, irriquietos,
Postulam maneiras de escapar.
Ostentam prazer em pouco espaço,
Emergem sem fôlego de tentar encontrar
o lado de fora que os separa do crível,
no ponto que aguardam um princípio.
Almejam falar ao mundo e ao espaço
que querem mais alto o rarefeito
gás abrangente exclusivo a viver.
Mas, eminente excluído é o ser
Quando, desprovido de escudo
Para uma briga contra o aperto,
Tenta livre sentir o novo.

Expresso é quente e amargo;
Espesso e expele o pigarro;
Atira na mira que ontem almejava
E achava incerto; a bala de birra
Engoma a borracha, que apaga.
Só briga exposta à raiva.
Respira fundo até a nobreza
Esvair-se do caldo distinto
E urgir depressa o instinto,
Que atroz é se necessário.
Porém, sempre hostilmente passivo,
finge que inflinge o certo errado
e certo está que almeja o alvo,
errando, por pouco, de propósito,
para não derrubar em um só golpe
e fazer com que o veneno prove
Da cobra, que transforma senil
em desprovido de etílico flavor,
humanamente ao estilo ator.

Atua e é autor da peça real.
Trespassa solene o mal
e abraça a angelical
certeza errada da paz,
Esta coexiste apenas se aguerrida
está à guerra, que a faz existir.
E paradoxo estranho pode aferir
a dor provocada pela busca incessante,
causada pela ferida certa do errante
do sistema correto, e que se importe
e porte e dê igual modos aos mesmos ocultos
equívocos causados pelo ditado ousado:
um que apresenta o fim no começo
e sustenta o incólume adereço
que é o meio o príncipe culpado
pelo começo errado e fim justo-posto.

Yuri Cavour

Tanto quanto

Tanto quanto

Mais brabo que o mar
mais bravo que o feroz
mas fraco ao comparar
mais que qualquer atroz
mastiga o que segue
deixa para trás o cerne
de chá inquieto o flavor
de chuva adorna a dor
do pingo faz uma faca
da gota a lâmina é fraca
distante da íngreme pedra lasca
durante o golpe demarca
um pouco de fundura
um tanto de largura
uma grande fenda da pele
une o espaço à sangria
unta com digna maestria
aflinge o ser dormente
a fingir que não sente
a mentir o deixa evidente
ao tremer dos nervos do queixo
a medir a força que vejo
na melhor das incertas
no atingir em diretas
nem remete ao recente
num sorriso sem dentes
no aviso dos ventos
que de início prediziam
quão cruel é a tormenta
qualquer e um bom navio
quer seja ou não com frizos
qu'inda feito de aço
reparou em seus nós
nos mais forte dos laços
lá se iam as ligas
ligariam a vida
vide um fraco bote
botando em xeque sem fundo
afundando a náu
naufragando a força
forçando a desculpa
de uma culpa orientada
e num mesmo oriente
há um comum horizonte
sem alegria perspectiva
duma perplexa platéia
que pleiteia a vida
mas ávida está hoje
pois amanhã não existe.

Yuri Cavour

Falta título

Falta título

Não é novidade.
porque todos se perguntam?
não se esqueça da lista
você não pode entrar também
nunca é o suficiente
eis aqui outra mentira
se é verdade porque insiste?
acho que nunca conseguiram(ão)
ainda não chegaram
então essa é a verdade
na medida do possível foi o bastante
nem sempre os convidados são os melhores
olhar para ela é tentar acha-la lá
a maioria não tem resposta
sempre foi assim.



obs:agora leia a 1ª linha e a última, e depois a segunda e a penúltima , e assim sucessivamente, e ache o (mesmo) sentido escondido. O fim torna-se a linha centralizada ( a do meio).

Yuri Cavour

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Vale a pena investir na consciência

Vale a pena investir na consciência

O que dá mais dinheiro? um trem-bala, um hospital ou uma escola?
Depende. Se for público e justo nenhum, se for particular eu diria que fica entre o trem e o hospital. E qual é mais importante para o desenvolvimento do país, ou qual é mais fundamental num país que pretende desenvolver-se? o trem, claro! O trem possibilita o deslocamento de pessoas, a reunião de investidores, o turismo inter ou nacional;o trem gera empregos, desabriga/realoca pessoas, desenvolve tecnologia, consolida megalópoles, acelera o tráfego, desobstrui estradas, economiza aviões, barateia o transporte... e mais argumentos a seguir.

Contrariamente argumenta-se:o valor do investimento é alto demais para o governo arcar, com empréstimos pelo BNDES (cerca de R$30 bi, o governo financiando mais ou menos 60%). Mas empréstimos retornam. E o retorno no caso é pela facilidade da infraestrutura, pelo desenvolvimento de tecnologia, deslocamento de pessoas, expansão de várias ordens de negócios, de cidades. E pelo fato de ser um serviço pago diretamente. Retorno: a médio prazo.

Também contrapõe-se: hospitais são mais necessários, com o dinheiro daria para contruir quatrocentos novos e bons. Mas hospitais não dão lucro, apenas despesas. E ainda indaga-se: e os salários dos professores? é irrisório!... Mas essa despesa é de outra ordem: educação não é transporte. São investimentos diferenciados. Há prioridades e prior idades.

Por que reclamar do preço do trem-bala argumentando que falta hospital ou escola? Porque não se entende a ordem dos investimentos. São pessoas diferentes negociando prioridades distintas, para áreas diversas. A gestão de um governo capta recursos com impostos e outros, e cada ministério, secretaria tem seu percentual para administrar. Se o aporte de recursos é maior para um ou para outro depende da carga tributária, da eficiência em angariar fundos em parcerias e da administração visualizar onde está sendo gasto e quanto, e porquê.

A questão não tem a ver com empresa privada ou pública, neoliberalismo ou intervencionismo estatal. É muito mais de ordem lógica, de consciência. A consciência é mãe da administração e somente aquela pode aconselhar plena ou corretamente. Assim, se falta água, teto, portas nos hospitais, escolas ou trens, a depreciação deve ser da ordem da consciência. Se uma má consciência age e a boa é coagida, há um problema. Mas se este embate de consciências (metapsicologizadas) ocorre quotidianamente, que vença a mais forte. Ou que o aporte dê rumo norte para o braço estender-se, envergando-se sem quebrar.

O aporte é a bússola que translocada aponta a direção do corte da ferida administração. Que haja admoestação; que não haja falência a qualquer boa instituição. Que este aporte contenha a dor e reconduza o impulso ao órgão ordenador - que nem dor sente, de facto, por não ter receptores de dor. Por ser apenas um fim para a dor. Por ser o cérebro. E que este órgão contenha a consciência, a preserve, faça-a próativa. E o embate das consciências serve de lição: se a ação provoca uma reação, se o meio influencia o ser ou se há uma adaptação, ou mesmo sem nenhuma influência externa, vence quem age com mais vigor.

Que o vigor esteja convosco, sensata consciência!


Yuri Cavour

sábado, 7 de novembro de 2009



Não tenham dúvidas de que está quente no Rio!
Mas o carinha ali na foto nem suando está, só está reclamando da vista, parece...
foto do centro da cidade, dia 06/011/09.

Sempre pense, pense Sempre

Sempre pense, pense Sempre

A voz do pensamento é infinita.
A voz do pensamento não falha.
Ela nunca fica rouca, não adoece.
Não grita, mas também não cochicha.
Não mede esforços para aparecer.
Não causa danos e desaforos.
Mas existe, assim mesmo,
Porque ela é superior.
Ela age quando tudo está parado;
E quando está se movendo também.
A inocência dela está presente,
Já a culpa dela traz outras causas:
Causa ações e impede ações,
Causa inovações e apaga idéias velhas.
Pode criar medos e alimentar esperanças,
Pode trair e subtrair ao mesmo tempo
Porque falha com dúbia intenção
E proposital sendo, ou não,
É a voz que marca.
Das ondas de descobertas
Às vagas das ressacas.

Umas vírgulas

Umas vírgulas

Sim, todas as comparações são idiotas
tanto quanto as letras e as notas
São mentiras e incertezas juntas
As próprias pedras se acumulando
As parcas gramas se avolumando
O tamanho não importa, e o peso
Não existe e insiste que há

Mas é inútil o fim, é reticente
Intuito que gera dúvida
Confusão que mistura
Por que se perguntar por coisas tolas?
Porque não existem tolices
Porque as respostas são sempre cruéis
Por saber mais, erra-se mais.

É preciso não se espelhar e ser o espelho
Force ao máximo sua curva até quebrar
Os pedaços formados são como esperanças
Voam a distância que lhes é peculiar
Parecem sempre infinitos e complementares
Nunca pare e pense e compare e compense

Toda a trajetória é um desvio padrão
Para onde quer que se olhe há trechos
inundados; os brejos são atoladores.
Secos, os aqüíferos matam o assíduo
Perpértuo, em busca do silêncio.

Silenciar a sede não é matar a fome,
É alimenta-la.

Satisfaz a própria ira ao dif-ama-la.
Compenetra no eixo tronco aumentando-o.
Esmera nos outros o seu explendor.
Persegue um que busca a recíproca.
Tenta em vão falar de tudo e cansa.

Para que tantas metáforas e direções?
Por que tantos golpes indiretos e sãos?
Porque é preciso respeitar quem respeita;
E preciso é interpretar quem não inventa.
Taxa e tocha, fogo e dívida:
Há quem pague, há quem cobre,
há quem ganhe e quem roube.
Sendo como o espelho, só se reflete.
Se quer ser refletido, ou entra em cena
Ou aparece iluminado, ou pensa que pensa.

São Palavras

São Palavras

Prestígio é uma palavra: sem transpiração.
Inspiração é o prestígio de uma palavra.
Palavra é a formação de idéias comuns.
Comum é a quantidade de coisas estranhas.
Estranho é achar que existe algo eterno.
Eterno é caber no mesmo espaço do vácuo.
Vácuo é ficar esperando para sempre.
Sempre é a vontade superando a si.
Si é cada um que decide sua rota.
Rota é a chance de seguir ou vencer.
Vencer é avançar e não é poder mais do que o poder.
Poder é engano e não é querer ter tudo diferente.
Diferente é poder ter inato prestígio.

Y.Cavour

atualizado 24/12/2014
original 07/06/2008

Ângulos Divinos

Ângulos Divinos

Obtuso, porém, salientar
é preciso e agudo.
É elementar e fuso,
um lado complementar.
Retilíneo pode entortar
seu caminho ao tangenciar
a confusa e rudimentar
estrada da vida,
a rota do questionar,
as arestas e linhas
do momento e do pensar.

Todas rimas pelo ar.

Decisões planas podem influenciar
rios de idéias coplanas ou a par
das traçadas retas do querer, do amar.
Ao escanteio erros podem aumentar
o tamanho da próxima distância a galgar,
desviando do original, perfeito, triangular
construído no dia-a-dia sem eira nem beira,
com pausas nas mínimas e notas nas máximas
distorções semi-breves que confundem o ler
demonstrando, de início, obras de um arquiteto
e pondo fim 'as obras com divina maestria.

Yuri Cavour

Quem sou eu (em agosto de 2012, pois quem se define se limita, dizem)

Minha foto
Mais preocupado com a criatura do que com o criador. Existem perguntas muito complicadas. Existem respostas muito complicadas. Existem pessoas que não são complicadas. Existem pessoas que tentam complicar. Eu sou aquela que procura entender; complicando un peu primeiro para poder descomplicar. Quero dizer: se eu entender o problema de forma completa, poderei encontrar a solução mais correta, eu acho. Um sonhador, dizem. Mas não creio apenas em sonhos. Gosto mesmo é da realidade, empírica ou não. Gosto de estudar sociologia e biologia. Sou acima de tudo, e pretensamente, um filósofo, no sentido mais preciso da palavra: o sentido do amor a sabedoria, ao saber. Mas a vida é para ser levada com riso e seriedade. Sabendo-se separar uma coisa da outra, encontraremos nosso mundo, nosso lugar, nossa alegria. Nossa Vida, com letra maiúscula! "o infinito é meu teto, a poesia é minha pátria e o amor a minha religião." Eu. Um ídolo: Josué de Castro; um livro: A Brincadeira (Milan Kundera) ; um ideal: a vida.