"Sonho é destino". "Dream is destiny". You do it to yourself, you do, and that's what really 'happens'. "Tudo que não invento é falso."

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sábado, 17 de outubro de 2009

Teoria da Pesquisa Equivocada

Tudo surge do mercado?

Emprego, educação, religião, origem familiar, cor, raça, sexo, saúde, violência, governo: cidadão.

Para se visualizar a equação não linear da sentença acima é preciso uma análise tangencial relativa a algo maior, que leva a característica cidadão como um fim último e ideal. Para ser inserido no primeiro item da sentença primeva é preciso um objetivo subjetivo, que é também o ideal final ser cidadão. Uma vez inserido dentro da ordem lógica da equação não linear supracitada, é preciso manter-se na mesma de alguma forma, e esta forma inclui uma variante aparentemente fundamental, propositalmente excluída da equação, o mercado. O objetivo é descobrir se tudo é determinado pelo mercado, ou pelas vontades individuais subjetivas, comuns em uma crença de querer viver em sociedade ou se nada é determinado pelo mercado ou pelas crenças.

Tarefa esta que pareceria inglória não fosse a existência das pesquisas, das estatísticas, das análises e de toda a metodologia que consegue enxergar tudo isto num só plano e fazer as devidas conexões. Devidas porque aparentemente subjetivas mas, a princípio, objetivas, imparciais e não inconclusivas. Porém graças a estas ciências com metodologias bem definidas e ambiciosas pode-se chegar a conclusões do tipo: "Há um fator determinante como cor ou sexo para se alcançar um padrão de vida e mantê-lo.", ou ao menos uma indicação para uma conexão futura de dados, informações, todas influenciadas pelos direcionamentos, pelas subjetividades, de cada pesquisador ou coordenador de pesquisa.

Entretanto, um problema surge quando se pensa na velha subjetividade das interpretações, na falha da interpolação de dados, quando resultados inconclusivos ou dúbios são alcançados e quando se matematiza algo caótico em demasia, como a vida de uma sociedade moderna complexa. O problema que surge não é de natureza psicológica, nem teórica, mas sim de realidade física, material ou imaterial, mas real, política, sociológica e observável sob diversos aspectos. E todos os aspectos desta observação sociológica levam a crer que a falha num cálculo de uma variável pode não só levar a um erro de interpretação da realidade como a adoção de políticas baseadas neste erro, o que parece óbvio, porém, em prazo não curto, médio ou longo mas imediato, pode invalidar qualquer nova pesquisa que venha pela frente. E Este é o grande problema.

Porque, em havendo uma falha num cálculo como esquecer uma variante possível, pode ocorrer um efeito borboleta sem adjetivos. A interpretação equivocada pode provocar também uma discensão geral que leve a realizar uma nova pesquisa para se avaliar onde a falha parece ou pode ter surgido. Mas dependendo da fonte, do autor, do valor político ou ideológico e também de uma forte retórica inclinada a um viéis estranho pela certeza dada pelos dados matemáticos da pesquisa, pode ser tarde demais. E a ação ou as ações políticas, morais ou de natureza pragmática podem ter-se realizado, alterando um resultado futuro de uma nova pesquisa. Um novo ciclo de erros inicia-se. E assim uma variante torna-se uma determinante, mesmo não o sendo.

Por fosco exemplo, há uma entrevista de emprego, e devido a uma pesquisa a qual afirmara serem os homens pardos, canhotos, de nível superior e cardíacos mais aptos para tarefas executadas por computador em tempo superior a duas horas, o entrevistador, no momento da admissão do futuro empregado desiste porque viu que o mesmo começara a assinar o contrato com a mão direita, mesmo ele tendo demonstrado todas as outras qualidade anteriores as quais a pesquisa indicava como sendo fundamentais a realizar a tarefa para o pretendido emprego. Até aqui pode-se considerar como um excesso de rigor do contratante, porém a questão subjetiva se interpõe, e numa pesquisa futura o candidato ao emprego se autoproclama branco, porque entendera não ter sido contratado devido a sua cor, opinião esta que se lhe introjetou quando lera numa terceira pesquisa a indicação de maior chance de obtenção de emprego para o mesmo caso fosse branco.

O ponto não levou ao erro da pesquisa propriamente dito, mas ao erro da interpretação de uma pesquisa por um leigo, que, somados ao excesso de rigor do contratante e ainda ao pragmatismo da burocracia de uma pesquisa tão específica para um emprego homônimo, trouxe o imprevisto. Porém, o erro da pesquisa não foi de uma variável, da falta de uma, mas sim do excesso; não foi pela interpretação dúbia, mas para a mesma excessivamente burocrática do ponto de vista prático, da realidade; não foi por excesso de matemática estatística pura e aplicada mas pela falta de lógica social. E caso haja erros desse tipo pode-se chegar ao ponto de haver uma classe de excluídos em definitivo para entrar no modelo de sociedade onde o mercado é uma variante infixa, invisível, que não está nas pesquisas diretamente, mas sempre as comandando- devido às crenças, como veremos.

Por outro pálido exemplo, chegará-se ao ponto em que as mulheres brancas, pardas ou pretas, de origem da região centro-oeste, sul, sudeste, norte ou nordeste com escolarização de nível superior e especialização em alguma coisa, com idade entre 14 e 99 anos, que possua alguma religião, não tenha nenhum problema grave de saúde, seja ambidestra e de orientação política x ou y não poderá encontrar um emprego pelo simples fato de ser mulher. Por que? Porque uma pesquisa anterior revelara que uma margem de 20% a mais de homens neste tipo de empresa seria mais produtiva em 57,5%, relativamente barata 26,44% e seria mais bem vista pelos acionistas majoritários em 78% dos casos. E na soma das estatística passa de 100% os motivos para não se contratar uma mulher.

Daí as pesquisas futuras apontarão que mulheres com todas as caracterítiscas citadas acima não podem econtrar emprego em determinada região e ponto final, mesmo a função no emprego não fazendo qualquer distinção com relação ao sexo. Mas, como nenhuma mulher havia conseguido aquele emprego, porque nenhuma sequer havia tentado antes, porque era desincentivada pela estatística, siginifica que, logicamente, elas não podem ter acesso ao emprego. Qual era o emprego? Não importa. O que importa é que a insensibilidade social refletiria nestas pesquisas de tal forma que isso acarretaria: a taxa de desemprego para as mulheres subiria em todos os níveis: escolaridade alta, em todas as faixas etárias, regiões do país, questões de orientação política, religiosa ou sexual, de qualquer cor, raça ou origem familiar.

E daí uma variável que não estava em nenhuma pesquisa aparentemente está, de facto, comandando a todas. Influenciando as análises e os direcionamentos de pesquisas futuras. Colocando nos indivíduos questões subjetivas de maneira generalizante. Tudo isto graças a um erro de interpretação ou ao rigor mortis numa pesquisa. Em suma. tudo isto graças ao mercado, que obriga as pessoas a se enquadrarem nos parâmetros ideais para as especialidades, ou graças a crença das pessoas que o mercado tudo comanda? E assim uma mentira contada mil vezes torna-se uma verdade e as estatísticas ainda a comprovam. Claro, com margem de erro tradicional de 2%, para mais ou para menos.

Yuri Cavour




Continuando desta forma, se você for agora, imediatamente para a Antártida, para a Lua ou para o Vaticano, segundo uma pesquisa, as chances de você encontrar um emprego como entregador de pizza são de 98%, basta que você seja um ser humano, e tenha coragem e vontade de trabalhar. As chances são altas assim porque até hoje nenhum ser humano se candidatou a tal emprego, e por uma lógica logarítimica de fração inversa, quando se multiplica dois fatores e coloca-se numa base comum, basta somar os percentuais. Assim sendo, quanto mais variáveis como sexo, idade, religião, time de futebol, nacionalidade, cor, e etc mais contribuem para chegar a 100% de chance de obtenção do emprego, mas nunca chega-se a 100% porque um limite infinitesimal diz que mesmo tendendo a 100%, quanto mais perto de 98% mais longe de 100%. Bom, de qualquer modo, está dentro da margem de erro de 2% tradicional...



Conclusão comentada: o mercado não é um fator determinante como se pensa, e a partir daí tira-se conclusões como que o critério cor é preponderante, o fator sexo é fundamental e o valor idade é importantíssimo. O que vale de fato é a crença de que isto tudo é fundamental para o bem do mercado e o espalhar, disseminar, inseminar, globalizar, defecar, incucar, fertilizar na mente dos seres essa realidade do que é bom para o mercado. Afinal, quem é o mercado? O mercado somos todos. Se a lei da oferta e procura faz sentido, ele que se ajuste a nós e não o inverso. Ditemos nós o ritmo que queremos para construir a nossa melodia e não plagiemos a melodia alheia. Sejamos originais e autênticos. Construamos a nossa identidade. Ficar apenas se baseando no que está nas esquinas da vida é para modelos e manequins sobreviverem, e como nem todos podemos ser modelos e manequins para os outros sejamos para nós mesmo, nosso bem comum de querer justiça. Ou a justiça não é um bem comum a todos? Se queremos o bem comum da justiça e delegamos isso a um Leviatã, ora pois não reclamemos das ditaduras do mercado! reclamemos de nossa postura individual. A próxima vez que for pedir uma cerveja no bar a noite, tome antes uma atitude: não se esqueça que você é o seu espelho, e tudo que você faz reflete em si mesmo. O homem é o espelho do homem, não apenas o lobo.

Quem sou eu (em agosto de 2012, pois quem se define se limita, dizem)

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Mais preocupado com a criatura do que com o criador. Existem perguntas muito complicadas. Existem respostas muito complicadas. Existem pessoas que não são complicadas. Existem pessoas que tentam complicar. Eu sou aquela que procura entender; complicando un peu primeiro para poder descomplicar. Quero dizer: se eu entender o problema de forma completa, poderei encontrar a solução mais correta, eu acho. Um sonhador, dizem. Mas não creio apenas em sonhos. Gosto mesmo é da realidade, empírica ou não. Gosto de estudar sociologia e biologia. Sou acima de tudo, e pretensamente, um filósofo, no sentido mais preciso da palavra: o sentido do amor a sabedoria, ao saber. Mas a vida é para ser levada com riso e seriedade. Sabendo-se separar uma coisa da outra, encontraremos nosso mundo, nosso lugar, nossa alegria. Nossa Vida, com letra maiúscula! "o infinito é meu teto, a poesia é minha pátria e o amor a minha religião." Eu. Um ídolo: Josué de Castro; um livro: A Brincadeira (Milan Kundera) ; um ideal: a vida.