"Sonho é destino". "Dream is destiny". You do it to yourself, you do, and that's what really 'happens'. "Tudo que não invento é falso."

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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Fim das reticências

Fim das reticências

Com nossa superioridade dominante
Pensamos em construir novos caminhos
E continuamos nos mesmos
Por nossas elevações subterrâneas
Tentamos remodelar nossos ideais
E continuamos nos mesmos
Em nossa incapacidade absoluta
Sentimos que mudamos todas as formas e conteúdos
E continuamos nos mesmos
Ao nosso sobredeterminado insconsciente
Sofremos as agonias transformadas
E continuamos nós mesmos


Em suma
Sentimos mudar a forma transformando
Pensamos criar atalhos caminhando
Tentamos modelar ideais com fôrma única
Sofremos as mesmas dores imutáveis
Porque somos uma espécie de mentira

E o tipo de mentira de dor de espécie
Não pode ser remediado
Porque não comensurável...


Nossas reticências não imaginam mais
Aquilo que outrora era novo é velho
E o raro é amálgama do comum
Se suposições são esperanças

Assim retumbantes em ignomínias,
Espelhando ignorâncias,
Inquebrantamos

No fim não choramos mais do que a dor
Do início ou do fim da vida
Somos todos certos de um incerteza
E acabamos relativos

Sem relativos, não somos;
Com relativos, estamos

Esta certeza cabal angustiante grita-nos
Paz: pois após não há mais

Não há o que temer sem esperança verdadeira

Assim, o fim da esperança é um alento

E o caminho incerto, um sucesso


Y.C.O

29-4-10

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Rio polulindo: poluído e lindo.

Rio polulindo: poluído mas lindo.

Estamos distantes. Distantes do mundo e espaço. Não se dão mais passos, parece.
A avenida já retumbante, e bate. E riocorro lentamente num trânsito incessante, de cidade adultescente, adulta criança, com cara de gente. Riocorrremos porque fomos alagados pelo despreparo, pecaram em nosso nome e abriram as torneiras da água do céu. Lavaram nossas almas, mas não nos afetaram. Estamos agora surfando e tomando sol nessas novas praias dessas novas ilhas, a Ilha da Tijuca e a Ilha da Lagoa. Não nos preocupamos, mandamos piadas por e-mail.

Mas nossas piadas são descontrações, pois estamos tensos. Estamos virando paulistanos paulistas, quase são-paulinos e corintianos. Não bambis, de fato, nem marginais. É um preconceito bem conceituado, apolar. Sem mais adjetivos, o tifo populacional alastrou-se. Contaminou o governo, as autoridades e tudo o mais importante sem letra maiuscula porque incompetentes. A lama se arrasta em pó e adoece olhos e narinas. E a gripe encontra um repouso. Mas as vacinas não chegam lá da mais alta estância num poder dito equilibrado.

Nos postos de saúde há jovens com medo da segura gripe tipo mortal. A água também é perigosa, lepstospirante, hepatítica. A luz que falta, a estrada bloqueada, o lixo nos bueiros, a nova jangada: caixas d'água e orelhões como bote salva-vida. E a religião semanas após a trágica chuva, vem com uma passeata de tirar os dentes. Um show para seis mil vira show para dois milhões. Mais um caos no trânsito, mais bebês passando calor no meio do Túnel Rebouças. A prefeitura assume a culpa e exime a religião. Então a praia lotada não volta pra casa, e o metrô se salva. Viva o metrô e suas paisagens!

O metrô é em parte subterrâneo, sem paisagens, a não ser em propagandas tipo quadros de cinema. A parte elevada do metrô é em parte cercada por muros, talvez por segurança, talvez por insegurança. A paisagem não é tão bonita, porque pobremente enfeitada. Mas isso é a cidade. Isso é o caos, e isto faz a diferença: o povo. Se o metrô expirra, a gripe engarrafa ou o trânsito está sem ar condicionado e estamos presos nos vagões sem luz, a piada é: "-Ei, tira a mão daí!" "- cadê minha carteira cheia de Euros!?" e por aí vai, um povo bem informado, sobre a economia internacional e sociologia masculinizada, pelo jornal do metrô, lido barra escrito na pressa dos túneis. A vacina não e visível, é risível.

Mas o povo já longe da revolta da vacina é também sério, pensamos. Pensamos reclamar pegar todo dia santo sem feriado o metrô lotado, mas o pensar é estressante e nos estressamos só de pensar. Agora há uma promoção para quem madrugar no metrô, metade do preço. Quando o mais fácil seria termos mais trens, ou mais opções de transporte. Talvez bicicletas. Porque a saúde está em pauta. A gripe se vacinada não é letal. A vacina porém não chega, não é suficiente, é preciso coragem para agir e comprá-la, e toda ação é coagida. Não há ajuda, há trapalha. A educação é esquecida no feriado e o lotado passa a ser o culpado.

Mas tutti está cambiando, fazemos provas aos domingos, estudamos entre dois feriados e, dizem-nos, nem mesmo Zumbi estaria contente com a ideia de 13 de maio virar feriado nacional. O vigésimo de novembro já é bastante como estadual. O comércio não agradece, só o comércio do turista. Àquele que comercia em várias línguas na praia, na sala ou na fazenda, no ônibus ou numa casinha de sapê, que vende sacolé. O soultaque do Rio é brasileiro, porque noveleiro, porque aconchegado de gente de todos os lados. Porque caipira in very good english é chic, em francês. E o breakfast de cada meeting é um trem "bão" de cada dia. Mas os mais arretados são mesmo os baianos, alagoanos e paraibanos logo atrás, junto com os cearenses.

O soultaque do Rio brasileiro é confuso e metido, intrometido, "introconfuso". Ao mesmo tempo que relaxa contando piadas nas drogas dos fim de semana, reclama do cotidiano sem segurança. Mas a mentira não é apercebida, são as medias, as mídias. A insegurança, o estresse todos os problemas da coluna do coração e dos nervos da cabeça são frutos de uma mentira. Que culpa tem a mente de ser violenta naturalmente e alimentada ou calma normalmente e procurada? Nenhuma, evidente. A única preocupação do carioca é saber se gasta àqueles dois e trinta e cinco do ônibus na próxima cerveja e volta a pé ou racha o táxi. Porque no racha e na camaradagem do motorista, a noite é mais barata e o dia menos.

No dia a dia do trabalho a noite toda, o horário de verão que está longe é sentido, a frente, fria, é sentida, o calor, úmido, é sentido. E não há porque reclamar por não ter dinheiro ou segurança, reclama-se da corrupção, dos abusos de poder dos chefes, da derrota do Flamengo e empate do Vasco. E comenta-se o "sacode" do "Inter de Milão maioconês" no "Barcelona messiano"... O resto é consequência da falta de saúde, aquela falta de vacina inicial. A falta inicial que é também penalty. Pois da estância superior vêm os problemas. As opressões das minorias entram em confronto com a soberania dos homens perante as mulheres. Não se admite em hipótese nenhuma o machismo, mas uma presidente mulher também já é demais.

O Rio politicamente incorreto é correto. É correto porque julga defender a minoria num regime onde a opinião da maioria deve prevalecer, sem paradoxos. Sem mais palavras estrangeiras, o melhor turismo alegre pede votos também para as melhores campanhas do verde, da estrela, da serra tucana. O Rio é também correto porque julga a mulher masculinizada mais feminista, e a obriga a despir o terno pelo decote. Para, no fim, eleger os mesmo homens de sempre, os velhos romanos da batalha grega democrática. Impossível não usar palavras estrangeiras, o português já o é. O carioca quase o é, não o é pelo amor à pátria, pela Copa que vende camisas e televisores em mais de três dimenões. E este ano, nem a conversa durante o jogo será um problema: mulheres no poder. Está quase proibido.

Proibido é fumar. Fora de moda é xingar. Mas zoar é sempre permitido. E toda zoação é ingenuamente preconceituosa quando não inteligentemente permitida, aos homens, pelas mulheres. Que mandam no fim, têm sempre a última palavra. Ainda que nos pensamentos isto não faça sentido. Na discussão elevada de gênero isso não faça sentido. Não há mais preconceitos, apenas falta de educação e desobediência. E basta irmos aos gramados e arquibancadas para perceber como um torcedor gritando "goleiro viado!" é logo reprimido por um companheiro querendo saber qual o preconceito. Não fosse a diferença de tamanho entre os dois, talvez houvesse uma tentativa de explanação. Entre o Corinthians e o Flamengo, a diferença está nas cores e local. O que determina tudo, em última instância.

Num país de preconceitos, numa cidade de estresses pelo trânsito moroso das coisas e só isso (só isso?), e pela falta de fé na política, exagero de fé na religião, o povo sempre prevalece. Menos para os seres ditos elevados, transbordantes de saber, inquebrantáveis do alto de seus castelos de cristais e marfins oriundos da exploração da ignorância. A posse passa ao largo do saber. A arte é o savoir-faire. E o laissez-faire está out por pelo menos oito meses. A decisão é do povo, repito, defensor das minorias pela maioria, ou ao contrário.

A moda dita tudo, conforme diz o ditado ainda não inventado. As crianças ditam a moda e não ao contrário, como se pensa. O consumo volta-se para elas porque elas gostam de comprar aquilo que inventam. Temos adultos crianças criando produtos na ponta da lança, para atingirem seus consumidores favoritos modificados. A relação tecnologia-criança perpassa o ipad, e o mercado mais acessado na internet é o de games, jogos eletrônicos. Agora pais ultrapassados são ultrajados pelas crianças que não lêem o manual e escrevem leem sem saber das regras novas. Pois as regras novas delas vêm, das crianças. E por isso o domínio da cidade é infantilizado, os problemas amenizados, os emos motorizados.

A adulta cidade que perdeu a maior idade há cinquenta anos agora sofre com os hormônios da descentralização política e administrativa. A sua maioridade foi reduzida e agora vota: ou ser pré-estabelecida como preguiçosa e sem função social adequada ou fica sem pré-sal, petróleo antigo e leve tudo embora nada, nada modificando o humor verdadeiro. Nada para se exercitar, criar um novo curso no vestibular, surgir uma nova holding, crescer com Eike ou com Slim. Crescer é temer e o Rio teme a desordem, mas recebe a ordem com receio. Receio de falta, receio de excesso de recreio e falta de prazos, porque o sol quente dá `aquela preguiça. Quando o que falta na verdade não é um grau de investimento do Banco Interamericano de Desenvolvimento, do Fundo Monetário Internacional ou da Bolsa de Nova Iorque, é a intergração sem entrega.

Se o Rio é o Brasil, porque rachar o Rio, porque rachar o Brasil? O sentimento não é grandeloquente para todos os lados, é humilde e quer respaldo. Porque quando um gigante cai, os tremores são sentidos nas distâncias menos prováveis. Itaipu é no Sul, Belo Monte no Norte, mas no todo se lá cai, o todo cai. Assim como o petróleo. Como a empregabilidade, estabilidade, o crescimento, o desenvolvimento, a ordem da migração. Entender a lógica destes sentidos é estender a inteligência aos ouvidos. Ouvir é sempre preciso e o Rio tem ouvido de todos e para todos. Mas a boca é uníssona. E reclama inepta. Se não há mais gargantas para votar o correto, se cante o funesto.

Assim a arte prossegue com sua falta de vacina necessária, ordinária. A adolescente cidade pormenorizada se sente quase abusada, pelos donos do poder, pelos gostos de bolsos salpicados verdes. O povo vê, assiste, sofre, doa e dá o que falar no dia a dia. Até age, em vento contra, na proa ou na popa avista um comando e, em seguida, esquece, porque lembrar é angustiante, não se esqueça. O comandante-em-chefe da batalha não é Caxias, é Cabral. E a força não é expedicionária tampouco visionária, e oportúnua. Essa força não se quer, é do mal. Só a força dos sonhos são do bem. Mas sem dormir não há sonho. É por isso que o aparente marasmo carioca, quase sonâmbulo, é inspirador. Sonhar acordado é querer o melhor mundo.

O melhor mundo é bom para todos que nele habitam. O melhor mundo é verde, sustentável, tem estrela e tucanos nas florestas tentando relampejar o que a natureza não permite. Mas a índole é uma vontade verdadeira, e mais e melhor é feito a todo instante quando o sonho é evoluir. As representações são meios das vontades, não são as vontades em si. No entanto, sem elas não há outro meio legal, apenas os radicais. Há muito não queridos. Mas os queridos também existem e são muitos. Os gostos são muitos e coexistem, não precisam ser vencidos, na maioria são vendidos. Se há sim espaço para todos, a moda comanda, e ela é majoritariamente feminina, a (falta de) representação se dá de forma estranha, na forma de aniversário eleitoral, quando todos aplaudem pelo hábito. Não pelo arbítrio, pelo pensar.

Desta forma, automática, a boiada assim autodenominada adentra o metrô, os trens ônibus e carros automóveis. E só as motos escapam, porque são mais individuais e carregam, quando muito, três. Assim ordenada a manada de gente, a população que dirige para o mesmo trajeto quotidiano discute preconceituosamente os preconceitos, reclama ignorantemente as burocracias e sorri impunemente as lamúrias. Porque lindo continua o Rio, amoar-se tolice é.

O viradão cultural é adiado pela enchente, mas não terá o fim decretado; festas e compromissos são marcados em datas simultâneas, mas isso não proibe a ideia da Maria e da Ana. Nem da Marianna. O festival de documentários, a bienal, o vulcão na Islândia também atrasaram, mas não é o fim do mundo ainda. É o fim de um mundo, particularmente universal. De um universo comprimido em poucos metros quadrados efervescentes em ideia. Projetos devem prosseguir, acreditar nas ideias e datas é um dever e uma ordem, mas hoje no dia do descobrimento ou no amanhã vivo as ideias podem morrer. Mas permanecem: pela vontade, pela garra, pela preguiça caminhante mas pensante. Não desistir é um princípio para a sobrevivência de qualquer espécie que acredita, mas o fôlego na perseguição dos compromissos não é infinito e a paciência idem. Será que somente Deus resolve tudo?

Deus é exageradamente atualmente para a física uma partícula do modelo atômico. E resolver encontrá-lo não é fácil, porém razoável. Quando tudo esta desordenado, tanto o universo quanto o seu lado é melhor mesmo descansar, criar um feriado. Relaxar e deixar porvir a solução divina. Assim o miolo não torrado é agraciado, religiosamente e ateumente. Parece mesmo não haver saídas quando o dinheiro é curto, o lirismo fajuto e o povo inculto, mas este é o mundo carioca. O justo e o injusto foram discutidos. E no fim ambos fizeram um acordo para continuarem existindo.

Fora os jovens, todos se divertem; fora os idosos, todos trabalham. Fora as crianças, todos são adultos. E se estressam pelas mentiras. As crianças, sábias por natureza, apenas vivem suas fantasias. Na praia, no cinema, na escola e no roller player games online. Não têm que se preocupar com o que não está ao seu alcance. Mas uma cidade governada pela moda, a qual é ditada pelas crianças, e que foi reduzida a maioridade transformando-a em adolescente, sem um salário digno, salário de bolsista, vê o artista ganhando como o relés. E o relés governando fantasmagoricamente, assustadoramente. A culpa de tudo não é do governo, foi do governo. Hoje a cidade adolescente já pode votar, e votou trabalhar. Esquecer que o mundo a visita pela sua beleza-alegria, tristeza e melodia que existe de noite ou de dia, não é angustiante como doravante.

Ao contrário, é estimulante. Mas não é uma droga, uma cafeína. É um esporte, uma Olimpíada. E o ritmo é do funk, frenético. Saudável no ponto do record. Recorde sempre e aja eficazmente, aprenda com o despreparo e ensine com preparo, diz-nos a cidade. Mas esta notícia receita não é notória, é antiga e reticente. Porém sem pensá-la não há quem cuide de nós. E o Brasil e o Rio é um "país feito por nós, basta agora desatar os nós". Se símbolos são interrompidos, se instituições são pixadas, há ao menos um sinal de movimento, movimento alpinista, que pensa e age alto e deve ser exemplo como figura de linguagem. Pensar alto e agir alto. E assim faz o Rio, mesmo descapitalizado, despetrolizado, mas heroico, Olímpico, Mundial.

Yuri Cavour Oliveira

domingo, 18 de abril de 2010

Poema à boca fechada - Saramago

Poema à boca fechada - Saramago


Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.

Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.

Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.

Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.

Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo.


Saramago

domingo, 11 de abril de 2010

Ao lado da razão está a loucura, mas tem ela razão?

Ao lado da razão está a loucura, mas tem ela razão?

A razão como uma arte louca, e a loucura como arte razoável.


Há interpretações para o mundo, e quase todas pressupõem a razão. A razão é humana, constituída aos poucos, moldada e bem ou malfadada. E para haver razão é preciso o raciocínio, a conexão de ideias abstratas e vívidas e experiências, vividas. Espaço entre os pensamentos nunca pode faltar, sempre haverá conexões mesmo numa mente repartida, racionalizada. E mesmo se o erro ocorre, se a memória falha, algo permanece dando força à razão, e dando concretude à personalidade. Este algo é uma consciência.

Uma consciência sofre, alegra-se, teme e cuida a todo instante para manter viva a razão - e a louca razão. Mantém ambas vivas porque tudo está conexado nas mentes humanas; até para se dissociarem precisam estar num mesmo local de armazenamento de informações, dados, personalidade e instintos. No entanto, algo mais prevalece, sobrepuja o intelecto sereno e engana mentes frívolas. Este outro algo tem também nome, ele se chama mentira com embasamento consistente aparentemente, mas de fato falsa ou interesseira. Toda mentira é interesseira.

O interesse personalizável da mentira é apreciação da própria personalidade e ao mesmo tempo um treino para a vida moderna, ou pós. No tempo atual, da informação instantânea, do conhecimento dilacerado pois não deglutido e maturado, da atitude imediata impensada, a mentira ganha fatores. Estes por sua vez alimentam algo na mente que nada mais é do que a verdade para uma mente razoável: até através do falso se obtém o verdadeiro, porque obliterada a mentira pela equação cerebral do raciocínio imparcial, presente em toda e qualquer mente, a raiz é dissecada e somente a falsidade ou leviandade pode interpretar errôneamente uma verdade mentirosa, uma sobredeterminada vontade. Para mentir nem preciso querer é.

A precisão da mentira está associada à vontade naturalizada de obter vantagem pessoal ou conjunta, quando nenhuma delas é necessária, sumariamente, ou existe de fato e necessariamente. Mas o mentir é por vezes desapercebido e torna-se um hábito, um conjunto de caracteres ou modo de agir de uma personalidade. A qual é vista como falsa por mentes mais sensíveis. A sensibilidade da mente está associada à sua vontade de ser sempre verdadeira, mesmo quando a verdade é uma mentira. A verdade pode ser uma mentira quando existe vantagem para isso. Os conceitos variam e mentira e verdade se igualam pela leviandade, frouxidão.

Esta frouxidão, ou desejo verdadeiro reprimido, faz com que a realidade seja então falsa a todo momento, em quase todo instante, com exceto para os momentos das relações íntimas. Numa interação de mentes que se querem autênticas, não necessariamente querendo agradar alheamente, o verdadeiro ou toma conta ou comanda. O tomar conta significa precavimento para não deixar transparecer algo inverídico; o comando ocorre por razões de funcionamento de uma mente original, verdadeira para si sempre, não permissiva a vontades mesquinhas. E o funcionamento dessa mente torna-se patológico se a mentira de alguma forma vence.

Neuroses surgem, embolias arteriais, desregulamentos hormonais, psíquicos, comportamentais são sinônimos de uma mente vencida pela mentira, ou reprimida por uma parte perversa. A parte perversa é o centro motor da mente maniqueísta: quando o mal vence, quando em suma a mentira convence o desejo a se reprimir ou manifestar-se em órgão alheio. Há sim uma dicotomia essencial em toda as aparentemente inúmeras personalizadas mentes, mas esta é em tempo congelada e nitrogenada de forma líquida. Quando o desejo transforma-se líquido ele espalha-se, contamina todo o caminho da corrente sanguínea e vai atravancar o funcionamento ordinário. É como um cisto.

Este maligno cisto é amenizado por tratamento (psicoterapeutico), mas não pode jamais ser curado porque um espírito dominante já está incrustado, modificando e modulando o funcionamento perfeito da mente. A mente foi contaminada pela doença acerba da sociedade, a própria sociedade se torna uma doença e há espaço para sóciopatas serem considerados como tais, porque desvirtuados do padrão parecem loucos sem razão. No entanto a razão é também compartimentada, segmentada. Em um mesmo compartimento guarda-se a loucura e a genialidade, bem ao lado da prateleira dos desejos insólitos e dos quereres reais. Neste segmentos da personalidade o espaço para o gosto é amplo, e ele é acondicionado aos poucos, conforme a sua constituição instintiva e cultural ou social se lança, se alarga. Formado o gosto por essas experiências vitais e vocações inatas, torna a mente ordinária a originalidade de mentir e ser verdadeira.

A mentira verdadeira depende de um sujeito referencial pensado. E este pensar referenciado é um problema: se a mente quer ser verdadeira e precisa mentir para isso porque lhe é ensinada a descortesia das vantagens sob seres de idêntica espécie e condição existencial, o sujeito referencial torna-se inimigo em potencial, ou potência a ser dominada. Esta descortesia crê sozinha e coletivamente e faz acreditar, ao indivíduo e à coletividade, haver diferenças conflitantes que precisam ser vencidas, que não podem coexistir, que devem ser superadas. Mas esta lógica do ledo comunista pode ser oriunda de uma falsidade conceitual.

Um conceito falso acerbo na sociedade hipnotiza mentes para o agir irracional, o desrespeito, para o ser egoístico, o amor próprio exasperado, para o ter falso status, o querer parecer. E enfim para os desejos inalcançáveis, repressores da felicidade. Mas parecer não é ser. E ser exemplo é algo bom desde que o exemplo não seja incoerente com a realidade da mente, sempre verdadeira, íntegra, desposada de falsidades desordenadoras. Este conceito pode ser, por exemplo, a ideia frágil de Econômico.

Economia em sua originalidade tem a ver com foro íntimo e portanto não deveria se estender (a) mais do que isso. Mas, acerbo o conceito, compactuado irracionalmente, apreendido equivocadamente, ou distendido do sentido primevo causou e causa ainda verminoses em mentes, enxaquecas contagiosas: vontades irreais. Deste erro de interpretação nasce desde a teoria da macroeconomia ao teorema da simples determinação. Este último pode ser falso. Falso que se tornou verdadeiro pois houve crença em sua plausibilidade. Esta crença é abominável porque contém uma relação "efeitocausal" intrínseca e indissociável se não apercebida.

Quando uma crença
como tal instala-se na mente, que se quer verdadeira a todo o sempre, ela corrompe o funcionamento, e refunciona o agir. A relação de causa e efeito é esta: um condicionante principal é apreendido por mentes diversas e, a partir daí, a orientação da mente, sempre verdadeira em si, é de se combater este malefício. Mas se este malefício é falso, não existe, mas está incrustado na mente como verdadeiro pela crença, o falso torna-se verdadeiro, o pensar será equívoco, o agir irremediavelmente irracional. Como um mito orientador da ação, este conceito desvirtuado pela crença e erro de interpretação leva à teorias as quais explicam a situação macro pela simples soma de situações micro, e exatemente aí incorre o maior erro: a situação macro desgostada deu-se exatamente pela apreensão do conceito de forma equivocada, o que transformou ações em ambas as direções, tanto para obter vantagens deste erro de interpretação quanto para tentar combater os malefícios deste conceito.

Porém, o conceito não pode ser combatido porque seu significado original não o permite, somente o permite a desvirtuação do conceito, o conceito interpretado equivocadamente. Aí entra a loucura sobrepujando a razão. A razão é a mente verdadeira sempre, e a loucura é a mente querendo ser verdadeira sempre, mas impedida por um erro chave, conceitual, de entendimento, de inteligência. Desta maneira, um conceito equivocado em sua interpretação e a divulgação desta ideia equivocada em uma teoria torna-se uma realidade, torna-se material sendo inexistente. Esta materialidade é dispersa, divulgada, conquista mentes pela crença e persuasão com provas históricas não mui coerentes, não verdadeiras.

Não verdadeiras porque um conceito desta magnitude pode arrastar tudo a seu bel prazer de explicação do tipo causa e efeito. Como um altruísmo, uma forma de egoísmo, um conceito baseado numa vontade de verdade pode decair em mentira. Porque esta supracitada verdade é referencial, ela é falsa. É uma verdade suposta.


Assim, a mente líquida, a água perturbada da mente pode agir tanto positiva ou negativamente. O efeito positivo é a concatenação de ideias para um agir livre, razoável e verdadeiro; e o efeito negativo é a confusão de ideias para um agir reprimido, escuso e covarde. A tentativa de suprimir uma realidade que não existe é chamada também de paranóia. Desta forma, a mente é dominada pela loucura não totalmente racional, ou racionalmente desassestada.




"Sad but true, we are looking still around, we can't help cause we are indiferent!"

quinta-feira, 1 de abril de 2010

O sol está derretendo

Cientistas afirmam :o sol está derretendo

Вчені говорять: Нд тане

"Uma experiência elaborada pela Universidade de Adariavsed, de Donetsky na Ucrâna, constatou que além do LHC (large hardons colisor) há uma outra coisa mais importante a ser estudada no universo: o derretimento acelerado do Sol. Sim, o Sol uma estrela de média grandeza, com idade aproximada em 6 bilhões de anos, estaria mais próximo de esgotar uma das partes de seu ciclo mais rápido do que se pensava.

Segundo o diretor do Laboratório de Física de Altas Energias Sorritnem Esvai, o núcleo do Sol que está em um temperatura alta o sufiente para transformar o Hidrogênio em Deutério e depois em Hélio quase que instantanemente, teria sofrido um colapso pela irupção de uma tempestade solar irregular, que poderá ser captada por sensores na Terra, em cerca de 3 dias (velocidade média da propagação das ondas da tempestade solar até o Planeta Azul.

E o titular da área de física atômica e energias condensativas Anich An Missao, da mesma universidade ucraniana, lembra que o processo de fissão da matéria tem uma taxa média de decaimento que pode ser acelerada com esse tipo de colapso. Um colpaso do tipo eletrônico-spin-irregular (quarks tornando-se gluóns pela inversão de spin possivelmente causada por antimatéra). O termo físico significa, em palavras ordinárias, que ao invés de primeiro se transformar no isótopo Deutério para chegar ao Hélio, o Hidrogênio do Sol está pulando esta etapa. E isso reduziria em mais de 100000 % a velocidade de autoconsumação do Sol.

Para os cientistas, talvez 2012 não seja o fim do mundo mas segundo eles há boas chances de a humanidade presenciar o fênomeno de extinção gradual da vida na Terra, devido ao superaquecimento solar, para em seguida tornar-se um anã-branca antes de virar um buraco negro, ou implodir. Neste sentido é possível afirmar que o Sol estaria "derretendo", pois um estado da matéria plasmático como o do Sol também pode assim denominar-se."

fonte ( e tradução literal do artigo sobre física)

https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/up.html

http://www.ukraine.ru/news/316459.html

http://www.pessanka.com.br/pessanka3.htm

Quem sou eu (em agosto de 2012, pois quem se define se limita, dizem)

Minha foto
Mais preocupado com a criatura do que com o criador. Existem perguntas muito complicadas. Existem respostas muito complicadas. Existem pessoas que não são complicadas. Existem pessoas que tentam complicar. Eu sou aquela que procura entender; complicando un peu primeiro para poder descomplicar. Quero dizer: se eu entender o problema de forma completa, poderei encontrar a solução mais correta, eu acho. Um sonhador, dizem. Mas não creio apenas em sonhos. Gosto mesmo é da realidade, empírica ou não. Gosto de estudar sociologia e biologia. Sou acima de tudo, e pretensamente, um filósofo, no sentido mais preciso da palavra: o sentido do amor a sabedoria, ao saber. Mas a vida é para ser levada com riso e seriedade. Sabendo-se separar uma coisa da outra, encontraremos nosso mundo, nosso lugar, nossa alegria. Nossa Vida, com letra maiúscula! "o infinito é meu teto, a poesia é minha pátria e o amor a minha religião." Eu. Um ídolo: Josué de Castro; um livro: A Brincadeira (Milan Kundera) ; um ideal: a vida.