Partículo

Mais metapoesia...

Partículo

Sozinho e pena
falta companhia
Esta parece fazer mal só
Volve para ler minhas poesias
Egoísta e atento
Ao resto do mundo se joga
e no movimento de queda
Quedes o que não se renova.

Escrita é desordem

Escrita é desordem

Será a poetisa, ingênua, a dona dos sentimentos?
Carrega ela, sozinha, as noções e as culpas?
Responderemos aos poucos
pois respostas simples são dúbias.
Afirmando-se a certeza se interroga
a fraqueza e fica exposta
a ferida, que não gosta
de ser tocada
e posta à prova.
Não é desejo do desejo desejar.
Não é o sentido das ondas se quebrar.
Não indica posse o tomar por decreto.
Uma tentativa não justifica um gesto.
Uma prerrogativa não implica um ato
De uma escolhida pelo acaso
E direcionada por uma perdida flecha.

Sem perspectiva desenhada, sorteia-se,
Fazendo o efeito drástico ser imediato
E a falta de alternativa uma escolha
Do pensamento, abstrato a uma folha.
O enaltecer dos inanimados
Torna tudo tão vivo;
E, sem mais adjetivos,
As grandes estátuas aparecem.
Lembrada, pelas letras, de seus fatos
e pelas escritas de suas vidas.

Mas as pequenas não são glórias,
São detalhes. E pedaços do pedaço.
São minúsculas sem acento grave,
Não lembradas até que haja um embate
de letreiros e letrados, em recíproca:
aumenta-se a importância do conjunto da obra
à proporção que se diminui a harmonia
do indivíduo pensador solitário.

Foi Preciso, e não Foram Precisas, umas horas ao feitio,
para anotar as anedotas do deslumbre,
e recolher as ânsias dos leitores,
Acolhendo as dobras e as premissas:
Resguarda-se a psique sedenta
desfomeando a índole direta.

Antítese que confirma a cisma:
Opostos pelas idéias utópicas,
compostas dos ideais dos erros,
melhores em não assegurar mais nada
para não deixar cair-se em medos
e enganar quem, sem radar,
persegue a verdade nas páginas
[de vaidade.

A vida em uma palavra: Saudades

A vida é saudades

Não posso falar das saudades, se não eu já a sinto
Só sente saudades quem sente
E assim como você
a sinto
O longe, se causa a saudade traz por outro lado a felicidade
Que é lembrar da sua companhia
Saudades sinto até daquilo que não foi vivido
Se falar muito de saudades eu minto
Para esconder em mim as saudades
Até isso é factível
Guardar no labirinto
Do coração
Buscar a emoação
É tudo na vida

A vida é saudade

Saudade sinto até daquilo que não foi dito
Saudade tenho quando não aguento fugir
Saudade espero nunca mais não ter mais
Saudade é um exagero de metalinguagem poética
Saudade pode ser definida como: inextricável à vida

ao viver, a saudade
ao vencedor, a saudade
ao perdedor, a saudade
ao morrer, a saudade

Saudade daquilo que não pode ser sentido
Saudade de algo inexplicavelmente do ego
Saudade da definitiva anedota da vida: a vida
Saudade da ausência da classificação
Não posso mais falar da saudade, eu já a sinto
Não posso mais escrever a saudade, senão eu minto
A sua saudade é maior do que a minha, decerto
Se sentes saudades é porque enxergas num imenso
Universo
Se sentes saudades é porque mergulhas num intenso
Viver
A saudade é vida

Só sente saudades quem vive ou
Só vive quem sente saudades?
Retire o ponto de interrogações:
Assim descomplica-se a vida;
Mas não retire o ponto das interrogações,
Pois a saudade inibi-se

Se é bom interrogar-se,
melhor ainda é responder-se.

Onde estou, estás!...
Saudades

Y. Cavour 

Só pra quem gosta de Física...

Mistérios das massas dos quarks

O Modelo Padrão não prevê nenhum valor específico para massa dos férmions, mas há pelo menos duas características do espectro das partículas que são ainda mais curiosas. A primeira é a seguinte: os quarks de carga positiva interagem todos do mesmo modo com as forças fundamentais. Em outras palavras, as "cargas" dessas partículas são todas idênticas. O mesmo vale para os quarks de carga negativa. É natural que os quarks de carga positiva tenham uma massa diferente dos de carga negativa, uma vez que o valor absoluto da carga não é a mesmo: a carga elétrica do up, charm e top (u,c,t) é +2/3, do down, strange e bottom (d,s,b) é -1/3; então a contribuição da nuvem de fótons virtuais para a massa dos quarks de cargas opostas é diferente, mas entre quarks de mesma carga a contribuição é idêntica. Uma vez que os quarks interagem todos com a mesma intensidade com os glúons, a diferença na massa dos quarks provenientes da contribuição de partículas virtuais poderia vir da diferença das cargas elétricas.

Os quarks de carga negativa s,b são mais leves que os quarks correspondentes de carga positiva c,t. Porém, para os quarks u,d a relação é a inversa! O quark d é mais pesado que o u. Como isso é possível, se a diferença de massa entre os pares (u,d), (c,s) e (t,b) deveria ser devido a carga elétrica? Isso seria uma curiosidade tola se não fosse o fato de que essa inversão da diferença de massa do par (u,d) é responsável pela estabilidade do próton! Se a diferença das massas dos quarks u,d obedecesse o mesmo padrão dos demais quarks, seria o próton que decairia para o nêutron, e o universo seria um mundo muito chato sem nenhum átomo. Até o momento, não há nenhuma explicação para essa diferença de massa entre gerações.

Outro fato curioso da massa dos quarks é o valor da massa do top. Inicialmente, imaginava-se que o top deveria ter uma massa ~ 80 GeV. Foi uma surpresa quando as colaborações CDF e D0 do Fermilab apontaram em 1995 que o valor é 172±3 GeV [6]. O aspecto curioso desse número é o seguinte. Se tivéssemos um medidor do valor do campo do Higgs no vácuo (este valor existe tanto quanto o valor do campo elétrico num determinado ponto), obteríamos 247 GeV, que quando dividido pela raiz de dois é o valor da massa do top! Será que o top desempenha algum papel especial na unificação da força eletromagnética com a força nuclear fraca que explicaria esta coincidência? Há uma versão da Technicolor (lembra do último post?) onde o top sofre interações que fazem com que ele forme uma partícula tipo-techni-hadrônica, formada apenas de top e techni-gluons, e interage de tal forma a substituir o bóson de Higgs. Essa idéia é chamada de Topcolor, ou Technicolor auxiliada pelo top. A Topcolor pode ser diretamente observada (ou descartada) no LHC, e tem a vantagem de matar dois coelhos com uma cajadada só: a coincidência entre o valor da massa do top e o valor do campo de Higgs e o problema da hierarquia.

fonte
http://leo-motta.blogspot.com.br/2008_02_01_archive.html

Eu vejo um medo

Eu vejo um medo

Algo perturba, mas não fere.
Está ultimamente fria, e não cede.
O espaço, a sanguinea pele
Move-se demais, de uma vez.
Oscila sempre para o lado múltiplo.
Teme.
Esconde.
Aparece.
Sem querer.

Vistas voltam-se envergonhando.
Ser invisível é um desejo:
impossível,
impensável,
improvável.
(Todos "is", porém, minúsculos.)
Há, no entanto, causas.
Evidências que denotam.
Manias que arrebatam.

Proceda de modo a não transpor,
Não transparecer e não transmitir.
Não transpirar.
Não seja o oposto do seu espelho.
Pare de ser você mesma!
Ao contrário do que digo, faça!
Seja o oposto do seu oposto.
Não pare de ser você mesma.
Será então recompensada.
Pois tudo que dura tem um prazo.
Pouco ou muito não se sabe.
Sabe muito, mas não se acha,
Acha pouco, e teme mais.
Mais do que isso, é difícil.
Mas seja razoável na escolha.
Esquive-se das manchas e bolhas,
Só atrapalham.
Mantenha assídua sua vontade,
Afie de dia sua garra
E casse à noitinha.
Ao alimentar(es) a fome,
Matarás a sede;
Ao fomentar(es) a vida,
Vagarás escondida
E alcançará o sonho;
Realizará a oportunidade.
E irá fazer o que sempre quis:

...(este espaço é só seu, preencha-o)

Ser forte. Porque ser feliz
É vencer valores,
É vingar-se de vilões.
E fazer valer seus simples porém sublimes.
Para provar do doce é preciso aprender,
Cozinhar aos poucos e saber porquê
o tempo leva embora sem você querer.
Quem antes fora imóvel saberá mover-se?
Quem sempre quer na hora tem um triste
[fim.
Bem no começo da história foi avistado
Bem no meio não se encontrava parado
Bem no final está porque avançou o sinal
De Alerta,
De Prossiga,
De Não Desista!
Só desobedecendo o erro do princípio
O pensador encontrou a principal escusa:
-Quero ir ao fim do mundo com a sua ajuda.

Y.Cavour

Calmo e Frio...

Calmo e frio

Senti um frio calmo
eu vi um calmo frio
Vivi um rio claro
Revi um claro rio
Escorri límpidas águas
Salguei rígidos rostos
Eu senti e revi e vivi
Um frio calmo e claro
Em um rio límpido
Mas, seu rosto...
não o tive.

Não as mudará

Idiotas somos todos.
Tentamos impor nossas verdades aos estranhos,
chamamos os estranhos de iguais a nós,
pois queremos eles como nós;
Porque nos achamos melhores;
porque o egoísmo puro vinga.
Não existe verdade absoluta, nem esta.
Cada um sabe de sua verdade, eu acho.
E todas elas são mentirosas, em algum ponto.
Pare de criticar a/os outros porque eles discordam de você,
aprenda a entender porque eles são daquela forma e,
depois, fale com ele a respeito, talvez ele mude, talvez não,
dependendo da forma pela qual você o aborda...
Mas não tente mudar as pessoas o tempo todo,
isso torra a sua paciência inutilmente, existem variedades:
Pessoas frívolas per si e convictas de si.
Qualquer outra variação não é conhecida.
Acho que não existe meio-termo neste caso:
pode haver um estado temporário de incerteza
mas o muro é estreito e a queda iminente!