"Sonho é destino". "Dream is destiny". You do it to yourself, you do, and that's what really 'happens'. "Tudo que não invento é falso."

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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Forrest Gump - Bom dia


  Forrest Gump - Bom dia

Se acordo de dia, dou bom dia ao dia
Ele traz sempre a luz
Às vezes acordo 'a madrugada, mas não dou bom dia
Ela, silenciosa, não me diz nada

Na mesa tomo o café, leio as notícias
Dizem-me que o mundo é cruel,
Escrevem de guerras
Uma abelha me pica, luto com ela
Corro atrás dela, ela me persegue,
E, após a dor, a recompensa
Acho meu doce favorito da despensa,
Acho mel

Vou trabalhar atrasado
Meu relógio não se move
Sempre vejo o lado positivo da pilha
O negativo me atiça
Preciso de uma bateria nova
Aprendi a cantar, não toco
Leio partitura, não critico

Almoçando penso sozinho
Tive azar ou revés
Fui para a guerra, perdi uma perna;
Dei sorte, hoje sou para-atleta
Ganhei medalha por honra
Hoje luto por ouro

Mas a luta é a vida em si
Já é um tesouro

Nessa corrida de atleta, manquitolo
Sempre me atraso, e me apaixono
Porque vejo não só no espelho a beleza
Mas em toda a natureza
Hora de partir

Pela janela observo corpos à orla
A crueldade é nua
A nudez, inocente
A maldade nós colocamos
E a bondade devemos espalhar

No rádio ao retorno, filosofo
Não basta no mundo após o moderno parecer ser bom
É preciso ser
E diria Caetano, é preciso só ser.
Só ser seu., diria eu.
E fui.

A praia

A praia

A lagoa não reflete o céu, azul
o azul não reflete a lagoa, céu
o céu não reflete a lagoa, ao sul
o reflexo é da natureza, do instinto
e isto deve nos ser comovente
repare nas sequisoas semelhanças
anote a compleição da realidade
o verde e o azul são pares
E apenas o horizonte os separa.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Porque política


"A verdade está em alguma parte, mas é inútil pensar; não a descobrirei e, no entanto, vivo dela"
Clarice Lispector


Porque política

 Que é a cidade
que é a política
que é o cidadão
que é a justiça
quem vive na cidade
é cidadão
é político
política é polis
polis é cidade
cidade é desenvolvimento
cidadão vive na cidade
cidadão tem direitos
a justiça garante direitos
e deveres
cidadão tem deveres
fazer política é fazer justiça
a justiça busca a verdade
buca a igualdade
busca isonomia
busca a diferença
busca a liberdade
busca a razão
a razão busca a verdade
por isso repito o que disse Aristóteles em IV a.C.:
"o homem é por natureza um animal político".

Yuri Cavour

Vivemos?

Vivemos?

A verdade era produto do triunfo
Hoje é produto da razão
A verdade está no passado
A razão está no passado
A razão está na verdade
A verdade tem a razão
Temos testemunhas da verdade
As testemunhas viram o passado
As testemunhas têm a razão
Têm a verdade
Por isso a justiça
A justiça usa testemunhas para contar a verdade, vista no passado
Perdemos a prática da verdade
Vivemos na virtualidade
Vivemos no que pode ser, não no que de fato é, ou foi
Vivemos na especulação
Logo, não vivemos
Não se vive sem verdade.

sábado, 11 de agosto de 2012

Se procuras alguém que não te procuras,
Não perdes tempo,
Tens a chance de encontrar outro alguém.

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Pedintes


Pedintes
Sejamos honestos, ninguém gosta de ser atrapalhado quando está conversando. Quando, no entanto, um pedinte lhe interrompe a conversa no bar e você diz que não tem dinheiro, das duas uma: ou você está mentindo ou é caloteiro.
          Se estiver mentindo, há o embate na consciência, pois a mente humana é sã, e odeia mentir.  Se estiver mentindo, talvez você seja indiferente. Pensa que o meu, ou o eu, não tem nada a ver com o teu, ou o alheio. Se estiver mentindo, talvez esteja na continha, duro, sem grana para doar. Se estiver mentindo, talvez ache muita folga. Ache inconveniente. Se estiver mentindo, talvez seja do contra. Contrário à postura pedinte. Mas como conseguir algo sem tentar? Esse questionamento vale para tudo na vida.
Nu: o pedinte apenas pede. Às vezes atua, dramatiza, e até implora. Mas pede. Doar é opção. É algo moral. Tem a ver com a consciência que reflete. Mas esta uma situação deve lhe parecer inédita: chamar o pedinte para conversar e beber com você. Sim, isso eu já presenciei. E, pra dizer o mínimo, achei curioso. Não me lembro na íntegra do assunto entoado na conversa, mas evidentemente o interesse inicial é pelo estilo de vida. E esse interesse inicial é mútuo. O pedinte quer saber o que o puxador de conversa faz, e vice versa.
Então, passado o puxar e desenvolver da conversa vem a indagação: você já viu alguém fazer isso? E porque será tão rara essa cena? Será que a conversa cotidiana que você tem no bar é muito diferente da conversa do pedinte? Não lhe resta um pingo de curiosidade? Então, fica o desafio. Da próxima vez que alguém for lhe pedir trocados enquanto você está em altos papos no bar, convide essa pessoa à conversa. Se ela aceitar, será surpreendente. Até divida a conta com ela no fim. Calcule igualmente. E veremos...a pessoa vai se sentir mais humana. Afinal que diferença essencial há entre você e ela?

09/08/12



Sem querer ser apocalíptico já sendo, vejam....http://d24w6bsrhbeh9d.cloudfront.net/photo/4964621_700b.jpg

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Omnibus; Para a Educação; Para Todos

26/10/2013
Omnibus; Para a Educação; Para Todos

(repost de 2012, atualizado/modificado)

          Teorias econômicas são importantes (afinal, não se vive sem dinheiro, diria o apedeuta), e teorias políticas também. Pois bem, este artigo rememora trechos de teorias políticas que nos auxiliam a pensar um projeto de Governo e dá base, fundamenta teoricamente os nossos pensamentos do projeto para a Educação.

      Como se sabe, para Políbio, historiador grego do século II a. C., todos Estados passariam necessariamente por uma physis (um ciclo natural de nascimento, crescimento e morte), por um anakul sis politei n em grego, ou em português, um ciclo de constituições. Isto é, todas as formas de governo assinaladas por Aristóteles (IV a.C.), a quem se refere como O Filósofo, estão neste ciclo, seja a forma Democrática, a Aristocrática ou a Monárquica de governo; ou suas deturpações em Oclocracia (ou Anarquia), Oligarquia e Tirania, respectivamente.

             Em verdade, este ciclo é necessário, mas não natural; é algo episódico, repetitivo, é, portanto, um fato observável (e também um fato não desejável, ou mesmo maligno). Com este ciclo, necessariamente, da tirania se passaria à monarquia, até haver o ordenamento no Estado com um sistema melhor de governo, como uma Democracia, ou ainda melhor com uma Politeia. De fato, o único sistema de Estado estável seria àquele que escapa desse ciclo. Seria a Politeia, para Aristóteles, que assimilaria o melhor da Democracia, da Aristocracia e da Monarquia (formas viáveis, definidas de Governo, segundo Aristóteles).

         Por outro lado, a palavra Politeia pode ser traduzida por Constituição, significando a distribuição formal de autoridade para tomar decisões com um processo de tomadas de decisões universal, no qual todos os cidadãos participam.

           Acontece que cada forma de Governo, de sistema de ordenamento do Estado, tem suas virtudes, e somente a deturpação destas virtudes acarretaria o decaimento do Estado, a sua degeneração. E esta ideia tem a ver com a corrupção dos fatos que garantem a estabilidade de um governo; tem a ver com a própria corrupção dos agentes do governo.

           Textualmente, pode-se lembrar de que nessa ideia da corrupção de um bom agente pelo excesso,  sobrevalorização de seus bens individuais sobre os bens comuns, e suas pretensas qualidades individuais, há algo da chamada hubris da Tragédia Grega. E esta hubris nos remete ao conceito de Aristóteles de que a ditadura de um bom (agente de governo) sobre outros era crucial tanto para fazer o bem prevalecer quanto para arruiná-lo; de fato, a sobreposição de um bem individual sobre um bem coletivo seria fatal tanto para aquele que governa quanto para quem é governado.

       O que estamos falando é que isso pode arruinar o governo quando isso se chama corrupção no governo; isto é, querer obter o melhor para si apenas, e ainda tirando do todo, dos outros. Pois, em qualquer forma de governo no qual um bem particular de um grupo é tratado de forma idêntica ao bem do todo, há algo de um governo despótico. Em outra análise, isto se aproxima de um pensamento utilitarista.         

          É preciso explicar que a hubris grega seria, em resumo, um embate com as forças do espírito humano, por assim dizer. Porque a tentação, a oportunidade, a boa índole, a corrupção estão sempre presentes; e algumas destas forças estão tentando confundir o bom espírito, o espírito verdadeiramente humano. Outras dessas forças querem indicar o bom caminho, a tomada de decisões acertadas, justas.

              Mas os gregos não são unânimes, e tampouco estão sozinhos nesta discussão. Por exemplo, para os Romanos do medievo esta separação entre a Fortuna e a Virtus seria normal, natural. (Com Fortuna estamos nos referindo ao sentido de sorte ou azar, chance-em inglês-, ou oportunidade, que pode decair em mau oportunismo; em verdade, o conceito de Fortuna torna-se mais claro com a leitura de Maquiavel [1469-1527]; e Virtus é referência ao conceito também medieval que degenera atualmente na palavra "virtude").

            Ademais, a Fortuna seria a adversária onipresente, em qualquer sociedade, da Virtus. Assim, somente o embate das virtutes (ou virtudes) de uns com as virtudes de outros, somando assim as virtudes de todos e achando um equilíbrio, poderia vencer, ser gloriosa, impor a ordem sobre a fortuna, sobre o oportunismo indelével, degenerado, corruptor.

              Acontece que cada virtude, para não degenerar, tem de estar correlacionada com o todo, não pode pensar apenas no individual. Ela tem de subsistir de forma autorreflexiva e com reflexividade extensiva: ela tem de existir pensando-se em relação, de forma relacional, com o(s) outro(s).

  Repito, ela tem de existir pensando-se em-relação-com os outros. E é isto o que a vida política deve proporcionar: pensar com muitas pessoas, ouvir, debater, afirmar, questionar; propor. Isto tudo para, enfim, lutar para melhorar o que não está bom, manter o que funciona, e almejar novos horizontes...
            Com isso, se percebe: a degeneração das virtudes é um problema moral: se o indivíduo pensa apenas em obter o melhor somente para si, sua ética é pouco universalista; ela é individualista. Sua moral será individualista; este indivíduo, esta pessoa será, no limite, egoísta.

            Por isso, ao se pensar o processo político, e um problema político, as questões imediatistas e individualistas devem ser deixadas para segundo plano. Já as questões que garantirão o sucesso e as estabilidades futuras, tanto econômicas quanto sociais e políticas do todo, devem ser pensadas em prioridade.

              E assim, bom é um projeto para a Educação que não está escrito no tempo da physis aqui citada, que tem um ciclo de vida; mas um projeto que pensa no universal, no acesso ao conhecimento por todos, na garantia da qualidade para todos, em todos os lugares, em todas as épocas. NÃO  um projeto eleitoreiro (com "eleitoreiro" entende-se algo inventado para um candidato se eleger e depois de eleito o projeto é descontinuado). E sim um projeto de Governo, mais ainda, de Estado. Algo que  garantirá o sucesso e a estabilidade futuras.

Yuri Cavour.




O minuto

O minuto é o tempo da precisão.
não há necessidade demais, nem pudera,
tampouco menos, ainda pior seria.
E quando se fala conotativamente em precisão
Fala-se de navegação. E das oito faces dos poemas.
A andorinha que cresce estima ir
aonde o vento deixa seu sustentar
ser submisso no inconsciente silêncio.
Pára no ar para cansar a já fatídica
tornada forte, que suspira e arrebenta
um transeunte relapso, de cima a baixo.
Recolhe tudo da sabedoria, deixando-a
Desnuda. Agora, a usada palavra, esconde.

Não há mistério que ao segredo não se revele.

O medo se esconde do perigo constante
para sair da nova reentrância do gênio.
Os fios novos são longos, esguios, pois repelem
todo e qualquer intento, arrepiando más ideias.

O compacto resumo da história não passa
por cima, ou ladejando, as premissas praias.
Pois sabem todos os ambíguos solos férteis:
só perpassa alento o tal imposto inverso,
o que se passa na mente de quem rebusca
o mesmo inúmero vagar de ideais idos,
dos dias de glória, ao perdedor ilusionado.

Mensagens impactantes parecem ressoar,
mas, no farol, o forte luzente protege o náufrago
pelo tremer da incansável falcatrua dúbia.
Não cadece de carnes de espécie dura,
a limpidez está na ordem da leitura.

Quem bem enxerga, bem não-vê senãos outros.
Escolhe o quê idêntico à lógica física:
Descendo, a maré empurra o riberinho;
subindo, a rampa entorce o calcanhar;
de encontro à morte está a vida longa.

Ao difundir mentiras, a si esquece,
e o resto morfo complica, apodrece.
Fazendo o favor de limpar, o grosso,
resta, não apenas das galinhas, o osso.
O do ofício digno, não o do encosto.

Quem sou eu (em agosto de 2012, pois quem se define se limita, dizem)

Minha foto
Mais preocupado com a criatura do que com o criador. Existem perguntas muito complicadas. Existem respostas muito complicadas. Existem pessoas que não são complicadas. Existem pessoas que tentam complicar. Eu sou aquela que procura entender; complicando un peu primeiro para poder descomplicar. Quero dizer: se eu entender o problema de forma completa, poderei encontrar a solução mais correta, eu acho. Um sonhador, dizem. Mas não creio apenas em sonhos. Gosto mesmo é da realidade, empírica ou não. Gosto de estudar sociologia e biologia. Sou acima de tudo, e pretensamente, um filósofo, no sentido mais preciso da palavra: o sentido do amor a sabedoria, ao saber. Mas a vida é para ser levada com riso e seriedade. Sabendo-se separar uma coisa da outra, encontraremos nosso mundo, nosso lugar, nossa alegria. Nossa Vida, com letra maiúscula! "o infinito é meu teto, a poesia é minha pátria e o amor a minha religião." Eu. Um ídolo: Josué de Castro; um livro: A Brincadeira (Milan Kundera) ; um ideal: a vida.