"Sonho é destino". "Dream is destiny". You do it to yourself, you do, and that's what really 'happens'. "Tudo que não invento é falso."

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domingo, 19 de setembro de 2010

cultura mundo

Cultura Mundo

O rito é baseado no mito. O mito não pode ser contestado. Hoje não se crê em mitos e ritos, crê-se?

Se o homem não consegue perceber a diferença entre ele mesmo e o mundo externo, ele cria o sobrenatural. O homem crê que o mundo sobrenatural tem uma existência independente do homem, e do mundo externo, porque não consegue perceber que ele criou o mundo sobrenatural por simbologia, ou simbologização. E é claro que para compreender isso tudo é preciso a linguagem, o discurso articulado e a crença, retumbando, de que somente a linguagem é capaz de criar coisas originais, humanas.

Então, a própria cultura humana surge por um discurso articulado, oriundo da capacidade humana única de simbologizar. Cultura não é comportamento, nem objetos físicos; não é o material, nem o abstrato, não é nem espiritual, nem substancial, nem insubstancial. Cultura é aquilo próprio do homem, do ser-humano que não é passível de definição por ser demais complexo e simples em simultâneo. Cultura é paradoxo. Ideias contrárias que se chocam e produzem algo, se difundem. Imiscuem-se. Reproduzem-se. Chocam-se de novo. E criam de novo. (Crendo no difusionismo); Não há cultura sem interação? Há, porém tende a ser involuída. (Sendo evolucionista). E a cultura, afinal, está por toda parte? Vamos estudá-la, sejamos funcionalistas, ou estruturalistas!

Antropólogos culturais, ou sociais, biológicos ou arqueólogos, devemos estudar e ir a campo de todo modo? A prática conduz à perfeição? Ou a teoria conduz à perfeição? A teoria também é uma prática. Anotou-se. Mas a perfeição não existe, verdadeiramente. Existe o imperfeito, e eis aí a perfeição do conceito. A perfeição é conceitual apenas. É criada por um discurso, que dita as regras, emula a moda, simula a realidade, ou denota o deslumbre humano, tipicamente humano.

Com exceção para Deus. O não-conceitual, evidente.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Trajetória

Trajetória

Pastrano em potocas
Ou biologia social

EqUiLíBrIo n'uma bamba'corda
Viver n'uma tensão permanente
Não é um jogo ou um'escolha
Soma questão resiliente

Mínimo espaço centrado
Risco iminente necessariamente
Pruma queda livre agravitante
E que gravita de todo modo

Nesta excelcia tangente
Purgante vinho me abranda
A não tentar de novo
Uma pausa

Intervalo esbulho
Petição indelével
Mais simples mistério

Futuro inconsentido e preciso
Tempos vãos incréptos
Não mos trazem ou tragam mais

Escárnio riso sério
Escabeçando ou dejarretado sem solo
Flores também inúteis enfeitiçam enfeites
Transindo-me depressa
Esqueço a compencha

Desprezar também é mútuo
-E não relativo
Intentar fugir ao tempo do oblíquo
Esqueçam os solos e os dejetos
Não há nada fértil e êxcetra dijaôje

E neste prelúdio sem esperança
Um alento é apenas lembrança
De um passado que era branco e negro
E agora cinza não mede-palmos
Inabitável com exceto para os bacilos

Estes não vacilam
Aqueles no relógio antigo se perdem
E uma hora e trinta minutos não veem
Pois, ignoram a nobreza autêntica

A dentirrostra trajetória não se reverte jamais
Por isso o equívoco após o moderno
Aparente grande engano proposital
Uma solução filosófica
[Ainda não diluída


Yuri Cavour

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O beija-flor - por Tobias Barreto (1839-1889)

O Beija-flor

Tobias Barreto (1839-1889)


Era um moça franzina
Bela visão matutina
     Daquelas que é raro ver,
     Corpo esbelto, colo erguido,
     Molhando o branco vestido
     No orvalho do amanhecer.


     Vede-a lá: tímida, esquiva...
     Que boca! é a flor mais viva,
     Que agora está no jardim;
     Mordendo a polpa dos lábios
     Como quem suga o ressábio
     Dos beijos de um querubim!


     Nem viu que as auras gemeram,
     E os ramos estremeceram
     Quando um pouco ali se ergueu...
     Nos alvos dentes, viçosa,
     Parte o talo de uma rosa,
     Que docemente colheu.


     E a fresca rosa orvalhada,
     Que contrasta descorada,
     Do seu rosto a nívea tez,
     Beijando as mãozinhas suas,
     Parece que diz: nós duas!...
     E a brisa emenda: nós três! ...


     Vai nesse andar descuidoso,
     Quando um beija-flor teimoso
     Brincar entre os galhos vem,
     Sente o aroma da donzela,
     Peneira na face dela,
     E quer-lhe os lábios também


     Treme a virgem de surpresa,
     Leva do braço em defesa,
     Vai com o braço a flor da mão;
     Nas asas d’ave mimosa
     Quebra-se a flor melindrosa,
     Que rola esparsa no chão.

     Não sei o que a virgem fala,
     Que abre o peito e mais trescala
     Do trescalar de uma flor:
     Voa em cima o passarinho...
     Vai já tocando o biquinho
     Nos beiços de rubra cor.


     A moça, que se envergonha
     De correr, meio risonha
     Procura se desviar;
     Neste empenho os seios ambos
     Deixa ver; inconhos jambos
     De algum celeste pomar! ...


     Forte luta, luta incrível
     Por um beijo! É impossível
     Dizer tudo o que se deu.
     Tanta coisa, que se esquece
     Na vida!  Mas me parece
     Que o passarinho venceu! ...


     Conheço a moça franzina
     Que a fronte cândida inclina
     Ao sopro de casto amor:
     Seu rosto fica mais lindo,
     Quando ela conta sorrindo
     A história do beija-flor.

Minha poesia

Minha poesia

Minha poesia é literal.
Minha poesia é visceral.
Transparente, sem redundância ou duplo sentido.
Há apenas um sentido: o sentido.

Não se imagina mais do que a imaginação.
Não se esconde mais o sentimento belo;
O que é belo deve ser exposto, não escondido.
O que assusta de fato é a beleza, escondê-la é insano.

O que demais aparenta... é engano...
O literal é direto.
O visceral é impetuoso.
Se não se compreende em um tomo, não se dá outro.
Se bem se esquiva há um tombo, e está morto.

Não há sentido oculto, ou inconsciente.
O escrever racional, intransigente.
E aí então o engano sobressaliente...
O subconsciente sempre comanda,
E manda o pensamento ser meneado.

Está errado. É preciso expulsar os demônios.
Escrever na lata o que falta.
Escrever no ato o discurso.
Falar da boca pra fora e pra dentro.
E nunca é suficiente.

Yuri Cavour

Que é educar

Assim como em inglês, em português o verbo ducere (conduzir), latim, deu origem às palavras: duct (duto), duke (duque), educate (educar), produce (produzir), Conduzir, etc.

Porque a educação é importante, porque os duques são importantes? Porque em última instância educar alguém é ajudar este alguém a pensar de sua melhor maneira possível, alcançar o seu melhor, em uma interpretação que concordo mais. E, segundo uma explicação mais formal (também encontrada na internet):

"education / 'educar' vem do latim educare, por sua vez ligado a educere, verbo composto do prefixo ex (fora) + ducere (conduzir, levar), e significa literalmente 'conduzir para fora', ou seja, preparar o indivíduo para o mundo.
É interessante observar que o termo 'educação' em português [de Portugal?] possui uma conotação não encontrada na palavra 'education' do inglês. Enquanto que em português a palavra pode ser associada ao sentido de boas maneiras, principalmente no adjetivo 'educado', em inglês educated refere-se unicamente ao grau de instrução formal."

A origem, ou transformação, das palavras é importante, ainda que nem todas as palavras tenha sua origem tão bem conhecida ou presumível. É importante porque saber expressar-se é importante. E isto é importante porque a compreensão é importante. A compreensão é importante principalmente para haver diálogo. E o diálogo é o que em termos finais permite a vida em sociedade. E esta lição chega até as relações políticas internacionais, numa viagem mais profunda, melhor dizendo, num grau mais denso de abstração.

Quem sou eu (em agosto de 2012, pois quem se define se limita, dizem)

Minha foto
Mais preocupado com a criatura do que com o criador. Existem perguntas muito complicadas. Existem respostas muito complicadas. Existem pessoas que não são complicadas. Existem pessoas que tentam complicar. Eu sou aquela que procura entender; complicando un peu primeiro para poder descomplicar. Quero dizer: se eu entender o problema de forma completa, poderei encontrar a solução mais correta, eu acho. Um sonhador, dizem. Mas não creio apenas em sonhos. Gosto mesmo é da realidade, empírica ou não. Gosto de estudar sociologia e biologia. Sou acima de tudo, e pretensamente, um filósofo, no sentido mais preciso da palavra: o sentido do amor a sabedoria, ao saber. Mas a vida é para ser levada com riso e seriedade. Sabendo-se separar uma coisa da outra, encontraremos nosso mundo, nosso lugar, nossa alegria. Nossa Vida, com letra maiúscula! "o infinito é meu teto, a poesia é minha pátria e o amor a minha religião." Eu. Um ídolo: Josué de Castro; um livro: A Brincadeira (Milan Kundera) ; um ideal: a vida.