"Sonho é destino". "Dream is destiny". You do it to yourself, you do, and that's what really 'happens'. "Tudo que não invento é falso."

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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Haja coincidência

Como alertei aqui, no dia 10 de junho do ano corrente, pesquisa datafolha indica dimuição da popularidade da presidente Dilma.

Haja coincidência!...

http://www1.folha.uol.com.br/poder/2013/06/1303541-popularidade-de-dilma-cai-27-pontos-apos-protestos.shtml

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Pássaro Anil, de Alphonse Daudet


Pássaro Anil, de Alphonse Daudet


Há em meu peito um pássaro anil,
Uma charmosa criatura,
Tão pequena que sua cintura
Não tem a espessura de um fio.


Ele faz do sangue, sustento.
Há um tempo, pus-me a brincar
De lhe oferecer seu alimento,
Crendo ser pouco seu manjar.


Sem transparecer nitidez,
Traidor, em meu coração fez,
Largo, um buraco como a mão.


Feito lâmina abriu caminho.
Fino, o bico, do coração
Foi ao fundo d'alma a ter ninho.

Movimentações de fim de junho

  Infelizmente, a implosão dos movimentos, comandada ou não por grupos extremistas, faz com que haja significativa diminuição da adesão das pessoas aos novos protestos marcados via redes sociais.
  Ajudem-nos a mudar essa inversão de tendência desde que algumas vitórias significativas foram conseguidas e que partidos e suas lideranças passaram a assumir, de fato, o controle das passeatas de Junho.
 A foto abaixo não parece retratar o que acabo de relatar, mas houve certamente confusão nesta plenária e obviamente as mesmas pessoas de sempre resolveram assumir seus cargos e influência junto à mesa, a transformando em palanque.
Plenária popular no IFCS (UFRJ) para votar pelo Rio, pelo futuro das manifestações.



sexta-feira, 21 de junho de 2013

A esperança se dá por vinténs

A Esperança Se Dá Por Vinténs
Cidade calma, Rio de paz; Cidade agitada! Ninguém dorme, nem o Paes.
Cidade noturna,notívaga, silente; cidade soturna, cativa, sorridente.
Um Rio em apuros, em fúria, mas frio: um Rio confuso,complexo,revolto.
Um Rio todo, todo um Rio aceso pela Candelária:
Uma onda e buenos aires na cidade que não nunca mais dorme.
Nova onda num mar revolto de Rio. O Rio da paz das pessoas, da revolta das marés.
Nesta onda sublime apenas um bom cheiro no ar: o vinagre, o novo néctar.
A revolta foram vinte sentados, atrás do computador; agora são vinte mil vezes vinte, na frente da passeata.
A esperança se da por vinténs.
O único que não se pode é voltar no tempo, pois o tempo não volta consigo.
Os fatos vão e não voltam junto no tempo, mas mudam, se atualizam. 
O novo sempre vence, mas apenas se o novo se torna um hábito que destrona a monotonia.


Y.C.O 19/06/2013.

Riots made in Brazil - título inglês dá hashtag na internet...

 Riots made in Brazil - título inglês dá hashtag na internet...


Mais uma meta-análise.
1 a parte

 Sabemos com duas correntes de pensamento sobre a verdade. A primeira corrente é da explicação conservantista e machista ou patriarcal, com Deleuze e Gattari, Freud e Marx, Weber e Foucault. É Tradicionalista. A segunda é antropofagista e feminina ou matriarcal; na segunda parte a mostrarei. A  primeira  explicação é um pouco pessimista, diz que as regras do jogo não mudam por n fatores, já a segunda vislumbra uma esperança. E contra o eivado sexismo, uma autocrítica.

 Para a primeira corrente, a explicação é que em ressonância as coisas se espalham, contagiam, ampliam, reverberam, num movimento, num fluxo de quanta. Da Periferia ao Centro e, depois, do Centro à Periferia. Isso ocorre com desde informações a sentimentos. E a verdade passa a ser um detalhe. Uma forma de poder do tipo ideal, carismática ou qual seja, que visa sempre o mando de um em detrimento do mando de outro em cada ordem, requerimento, reivindicação.

 Para nós, com esses pensadores plurais tradicionalistas, sendo a maioria de todos homens, é possível compreender o que se passa em parte, apenas. Soma-se isso, essa busca da justiça do poder -a verdade-, ao fenômeno de divulgação em massa e à coincidência dos tempos kairóticos e aiônicos, da intensidade e da oportunidade, e temos um "voilà!", um movimento, um fluxo constante, se reverberando trazendo num só momento toda sorte de verdades. Ocorre que essa suposta expressão da realidade revelada na opressão sentida pela classe que tem ido à passeata não é novidade alguma para outras classes! outros gêneros! outras cores!

 Não vemos(e vimos) novidade na repressão do Estado, que é sempre e todo ele conservantista. O temor e a vontade são pela mesma coisa, pela detenção do poder. No momento podemos estar passando por uma oclocracia, mas com o ciclo das constituições já visto por Políbio no século III a.C, rumamos à democracia e então a Politeia! ou Poliarquia. O meu latim sociológico básico explica e implica que em tempos de "internet", tudo se amplia. E a metafísica crença passa a ser o sobredeterminante. A atual crença é de que o poder advém do povo, e que a massa de manobra também manobra sozinha. Mas isso é notório: o poder não mudou de mãos.

2 parte
 E nunca pode o poder mudar de mãos, pois ele simplesmente não existe. Está em toda parte e em parte alguma. Como resume tudo isso muito bem Clarice Lispector: "a verdade está em alguma parte, mas é inútil pensar; não a descobrirei e, no entanto, vivo dela". A verdade é também um mito. A feminista antropologia sabe disso. A matriarcal sociedade sabe disso; mas, como vivemos um movimento, uma transição de queda de patriarcado a um matriarcado, os atuais detentores do machista poder acham que não há explicação.

 Para nós, de outro modo, a explicação de Tarsila do amaral ou Oswald de Andrade persiste. O Brasil quer, num movimento antropofágico e de oclocracia, um retorno a uma sociedade matriarcal, na qual o português é despido e sua verdade nua é mostrada, travestida, jogada de volta. E ele, perplexo, não vê solução sem vexame a não ser tentar impôr de antemão sua verdade a quem era índio, ingênuo. E o atual português(e Cabral vem bem a calhar, no caso do Rio), que é o detentor do poder, só pensa em manter a ordem e o progresso de nossa bandeira, de nosso hino, de nosso "filho que não foge a quem te adora a própria morte".

 Não vemos outra saída e não ficamos surpresos com nada do que ocorre, pois sabemos que, como o velho ditado que vimos discutindo a meses, o seguinte se fatora: novos hábitos destronam a monotonia. E assim, ao avançar no tempo cronológico, ao rumarmos para o futuro, tendemos ao passado: ao querermos o novo, a mudança, vimos no horizonte a esperança da sociedade matriarcal. Onde inexiste poder vertical. O problema é que, se imortal, a esperança pode também nunca ser alcançada; como uma utopia, como o mito da verdade, e apenas vislumbramos, transformamos nossa imaginação em nossa verdade, em tempos de individualismo exacerbado pela internet.

 E, por fim e não menos importante, apesar do que falam da presidente do país, seu discurso é de que repressão gera apenas mais insatisfação; mas falta sua postura coincidir com seu discurso. Manter a agenda do país rumo à diminuição das inequalidades e iniquidades é o que tem faltado tacitamente. Extremamente, fala-se em golpe, e o golpe seria acordar d/nesse sonho quase ufanista.

 E assim a ciência se subdivide em análises, femininas,  masculinas; frias-quentes, racionais e/ou passionais e em verdade. Mas são sempre falsas. É impossível, inverosímel e indesejável haver essas separações. A verdade é uma conjunção de fatores em desequilíbrio. Algo quase químico.



Y.C.O

terça-feira, 18 de junho de 2013

Elevation

BAUDELAIRE (- Le fleurs du Mal, 1857), Elevation

Au-dessus des étangs, au-dessus des vallées,
Des montagnes, des bois, des nuages, des mers,
Par delà le soleil, par delà les éthers,
Par delà les confins des sphères étoilées,
Mon esprit, tu te meus avec agilité,
Et, comme un bon nageur qui se pâme dans l'onde,
Tu sillonnes gaiement l'immensité profonde
Avec une indicible et mâle volupté.
Envole-toi bien loin de ces miasmes morbides;
Va te purifier dans l'air supérieur,
Et bois, comme une pure et divine liqueur,
Le feu clair qui remplit les espaces limpides.
Derrière les ennuis et les vastes chagrins
Qui chargent de leur poids l'existence brumeuse,
Heureux celui qui peut d'une aile vigoureuse
S'élancer vers les champs lumineux et sereins;
Celui dont les pensers, comme des alouettes,
Vers les cieux le matin prennent un libre essor,
- Qui plane sur la vie, et comprend sans effort
Le langage des fleurs et des choses muettes!

BAUDELAIRE (1857) ,Elevation

Above the lakes, above the vales,
The mountains and the woods, the clouds, the seas,
Beyond the sun, beyond the ether,
Beyond the confines of the starry spheres,
My soul, you move with ease,
And like a strong swimmer in rapture in the wave
You wing your way blithely through boundless space
With virile joy unspeakable.
Fly far, far away from this baneful miasma
And purify yourself in the celestial air,
Drink the ethereal fire of those limpid regions
As you would the purest of heavenly nectars.
Beyond the vast sorrows and all the vexations
That weigh upon our lives and obscure our vision,
Happy is he who can with his vigorous wing
Soar up towards those fields luminous and serene,
He whose thoughts, like skylarks,
Toward the morning sky take flight
— Who hovers over life and understands with ease
The language of flowers and silent things!


 BAUDELAIRE, Elevazione




Al di sopra degli stagni, al di sopra delle valli,
delle montagne, dei boschi, delle nubi, dei mari,
oltre il sole e l'etere, al di là dei confini delle sfere stellate,
anima mia tu ti muovi con agilità,
e, come un bravo nuotatore che fende l' onda,
tu solchi gaiamente, l'immensità profonda
con indicibile e maschia voluttà.
Via da questi miasmi putridi,
va' a purificarti nell'aria superiore,
e bevi come un puro e divin liquore
il fuoco chiaro che riempie i limpidi spazi.
Alle spalle le noie e i molti dispiaceri
che gravano col loro peso sulla grigia esistenza
felice chi può con un colpo d'ala vigoroso
slanciarsi verso campi luminosi e sereni;
colui i cui pensieri, come allodole,
verso i cieli al mattino spiccano un volo
- che plana sulla vita. e comprende senza sforzo
il linguaggio dei fiori e delle cose mute.


segunda-feira, 10 de junho de 2013

Porque nem tudo é uma questão de coincidência. Ou é?

Na próxima manifestação em Copa ou Ipa, pense nesse (des)equilíbrio.
Equilíbrio numa tensa corda...

 Porque nem tudo é uma questão de coincidência. Ou é?

  Pesquisa Datafolha é feita nos dias anteriores e posteriores às manifestações contra o aumento das passagens de ônibus em São Paulo, SP. Dentre outros, a pesquisa avaliava o desempenho com relação à popularidade do prefeito...
  Resultado: a taxa de avaliação como ruim/péssimo subiu de 14 a 21%; a avaliação positiva subiu 3 pontos percentuais, de 31 a 34%. Isto tudo em relação a março.
  Decerto, com mais tempo de governo mais pessoas se definem quanto a avaliação - ante o fato de que aqueles que não souberam ou não opinaram variou de 13 a 9%. No entanto, há perguntas que não querem calar: quem, que grupos ou organizações puxaram as passeatas, manifestações? Qual o critério de data para a empresa pesquisadora fazer a pesquisa? Segundo especialista da própria empresa, a amostra teve 50% de influência, já que a pesquisa ocorreu um dia antes e um dia depois da manifestação...

http://datafolha.folha.uol.com.br/opiniaopublica/2013/06/1292765-haddad-e-aprovado-por-34-em-sp.shtml


Quem sou eu (em agosto de 2012, pois quem se define se limita, dizem)

Minha foto
Mais preocupado com a criatura do que com o criador. Existem perguntas muito complicadas. Existem respostas muito complicadas. Existem pessoas que não são complicadas. Existem pessoas que tentam complicar. Eu sou aquela que procura entender; complicando un peu primeiro para poder descomplicar. Quero dizer: se eu entender o problema de forma completa, poderei encontrar a solução mais correta, eu acho. Um sonhador, dizem. Mas não creio apenas em sonhos. Gosto mesmo é da realidade, empírica ou não. Gosto de estudar sociologia e biologia. Sou acima de tudo, e pretensamente, um filósofo, no sentido mais preciso da palavra: o sentido do amor a sabedoria, ao saber. Mas a vida é para ser levada com riso e seriedade. Sabendo-se separar uma coisa da outra, encontraremos nosso mundo, nosso lugar, nossa alegria. Nossa Vida, com letra maiúscula! "o infinito é meu teto, a poesia é minha pátria e o amor a minha religião." Eu. Um ídolo: Josué de Castro; um livro: A Brincadeira (Milan Kundera) ; um ideal: a vida.