"Sonho é destino". "Dream is destiny". You do it to yourself, you do, and that's what really 'happens'. "Tudo que não invento é falso."

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quinta-feira, 23 de abril de 2015

Do verbo amor

Do verbo amor

Amor ao amor, um canto
 no canto do amor eu escondo
escombros dos cantos
amores escambos
amor e´ amor e verbo
bitransitivo

quinta-feira, 16 de abril de 2015

Outros Espaços Foucault

Outros Espaços. Foucault.

 
Em  Espaços Outros, Foucault aduz o advento de “uma época do espaço” posterior à “grande obsessão do século dezenove(XIX), que é a História” e o tempo.  Nesta obra, Foucault verificaria e enalteceria a existência de diversos espaços heterotópicos, onde também há a coexistência de tempos.

De acordo com o texto, são tempos de  simultaneidade espaço-temporal, justaposição, e o próximo e o longínquo convivem; o lado-a-lado e o disperso. Existiria, para Foucalt, espaços utópicos e lugares onde as utopias são realizadas, lugares heterotópicos e lugares intermediários entre essas duas formas de lugar, o lugar do espelho.

 Vejamos:
"Primeiro, há as utopias. As utopias são espaços sem lugar real. São espaços que mantêm com o espaço real da sociedade uma relação geral de analogia direta ou oposta. É a própria sociedade aperfeiçoada, ou é o contrário da sociedade, mas, de qualquer forma, essas utopias formam espaços que são fundamental e essencialmente irreais. Também há, e isso provavelmente existe em todas as culturas, em todas as civilizações, lugares reais, lugares efetivos, lugares que estão inscritos exatamente na instituição da sociedade, e que são um tipo de contra-espaços, um tipo de utopias efetivamente realizadas nos quais os espaços reais, todos os outros espaços reais que podemos encontrar no seyo da cultura, são ao mesmo tempo representados, contestados e invertidos, tipos de lugares que estão fora de todos os lugares, ainda que sejam lugares efetivamente localizáveis. Esses lugares, porque são absolutamente diversos de todos os espaços que refletem e sobre os quais falam, eu os chamarei, por oposição às utopias, de heterotopias" 

  E o que é verificável com a existência de lugares que são utópicos ou heterotópicos é o que vamos analisar aqui. Foucault cita como exemplos de composição e convívio de simultaneidade lugares que chama de heterópicos, como o museu e  o teatro,  o cemitério e o jardim. Espaços estes que têm o fato em comum de representarem ora lugares utópicos, ora lugares reais. Quer dizer, "lugares que existem e que são formados no interior da sociedade - os mesmos os quais seriam algo como "contra-sítios", contra-lugares, e um tipo de utopia efetiva onde os  sítios (lugares) reais, e todos os outros estados reais de sítio (lugar), que podem ser encontrados com a cultura, são simultaneamente representados, contestados e invertidos." 
  Isto porque no início do texto Outros Espaços, Foucault descreve a passagem e a existência do espaço e do tempo medievais, ordenado, de hierarquias de lugares, inaugurado por Galileu. Aqui o infinito fora colocado e os espaços medievais se dissolveriam, cedendo lugar ao espaço infinitamente aberto. Logo, o século de Galileu (dezessete) foi aquele que viveu a passagem de "um movimento  que substituiu a localização pela extensão". Mas hoje o sítio substitui essa extensão.
   E estas substituições do sítio à extensão, e desta à disposição significam com certeza um problema demográfico. No espaço (e tempo) do sítio há essa chamada simultaneidade, convivência com outros sítios, outras elementos, pontos, e mesmo trabalhos técnicos sofrem com a sobreposição, segundo Foucault. E daí haveria por exemplo o problema do trânsito e do armazenamento de dados, surgiria a necessidade da codificação de elementos simples que fariam eles  "parte de um todo, construído de forma aleatória ou classificada, simples ou complexa". 
   E assim, ademais os problema da demografia, o do "sítio humano" ou "lugar vivo", nas palavras de Foucalt, de saber se há lugar para todas as pessoas e coisas, há a questão do ordenamento.  Segundo Foucault, a convivência dos espaços geraria mais ansiedade do que a convivência de tempos. E  atualmente  ainda se vive a sacralização dos lugares, e isto enalteceria um problema, como será explanado mais abaixo. Foucault diria que  há vários espaços que convivem e são os seus antônimos, por assim dizer. Citemos entre eles o social e o familiar, o cultural e o útil, o de lazer e o de trabalho. O externo e o interno, mormente. E Foucalt quer tratar do espaço externo neste trecho de sua obra chamado "Outros lugares".
  Foucault, com sua heterotopologia, para não chamar de ciência dos lugares, afirma então que toda cultura teria seus lugares heterotópicos, e trata amiúde desta heterotopologia a associando também a uma compressão e um continuum de tempo, o que chama de heterocronia.
   Sejam lugares sagrados ou em crise, sejam casas de psiquiatria  ou colégios internos, sempre associando estes lugares a lugares onde deveria haver a contenção das crises, sejam estas das primeiras experiências sexuais ou dos desvios como o mental; sejam também os lugares que recolheriam ambas experiência de crise e desvio, como casas geriátricas. E ainda lugares como Cemitérios e teatros, onde corpos de tempos idos e presentes convivem por pequenos espaços de tempo, ou lugares onde cenários diferentes se camuflam, se alteram em pequenos espaço de tempo e/ ou compartilham quase o mesmo espaço, havendo assim a heterocronia. Em Foucault,  a heterotopologia fora explanada por estes cinco  princípios mostrado a seguir.
   O princípio da convivência em parcelas pequenas de tempo, da convivência em espaços delimitados nos lugares, o princípios da sacralização de lugares,  o princípio da mudança do significado original do sentido do lugar, e o princípio de sistemas de abertura e encerramento.  Em tempo, Foucalut trata amplamente da sociedade de controle, aquela na qual a tecnologia e a revolução por ela causada inicia a crise de um modelo disciplinar voltado para o controle do indivíduo através da vigilância e da punição. Na nova sociedade de controle haveria a chamada massificação de informações. Aqui os conceitos de rizoma de Deleuze e Gattari parecem ter sua importância ressaltada e o homem é tido como apenas uma molécula dentro de um fluxo, sendo assim direcionado pela sociedade.
  Quer dizer, enquando na sociedade de controle o homem é manejado pelos fluxos, na anterior sociedade, a sociedade disciplinada, cada indivíduo seria moldado de modo a obedecer a uma grade ordem, deixando de ser ele mesmo. A ideia dos fluxos podem ser exemplificados como àquelas ordens cotidianas como o trânsito, a casa, e o trabalho, e dentro destes fluxos haveria um controle ainda maior da sociedade sobre o indivíduo e haveria, simultaneamente, a crença subjacente da liberdade. Liberdade esta que, de fato, não existiria nesta sociedade de controle , segundo Foucault.
  E, então, a heterotopia surge para Foucault como sendo esta possibilidade de fuga cujo sentido desaparece. É sim o concreto, o real, mas o seu significado fora alterado, o padrão agora inexiste. E assim, na literatura contemporânea, esta possibilidade de fuga, esta heterotopia de Foucault, no interior de uma sociedade de controle, apareceria como sendo (a realidade da) as mídias alternativas.
  Nelas, os escritores  junto com os poetas contemporâneos, utilizando mídias pouco usuais,  acreditando numa falsa liberdade, fazem uso destas mídias unusuais para divulgar suas obras e acabam, neste ínterim, tendo o seu conteúdo influenciado justamente por esta mídia nova na qual sua obra fora divulgada.
Nesta convivência de espaços virtuais, de tempos exíguos e prazos não-permissíveis, a torrente de bits tem de ser decodificada ao mesmo tempo em que uma conversão ou tradução é feita. Assim a própria palavra proferida por um autor pode tornar-se o seu contrário em poucos instantes.
  O sentido pode ser alterado pelas tomadas em (de) parcelas, pela ressignificação oportúnua. O real tem uma conotação e não mais uma denotação. A interpretação condizente do estruturalismo é uma explicação insuficiente, pois recai num relativismo onipresente e todo o sentido de liberdade é obliterado porque falso; a liberdade é cercada pela restrição do meio, da mídia alternativa que pode ser também deturpadora da experiência.
  Ao longo da história da sociedade, o sentido original se perde, o sagrado torna-se profano, de acordo com a vontade ou a função planejada para um fim determinado e vacilante. O espaço de lugares em heterotopia e heterocronia confunde cenários, contrai tempos, faz ser possível a co-presença do morto e do vivo nos cemitérios, e lugares antes incompatíveis entre si agora convivem, nos jardins, -inclusive os para animais, os jardins zoológicos-, teatro, cinema e literatura, ainda que afastados da cidade nos seus espaços delimitados.  E, mais ainda, toda essa realidade heterotópica ressurge no mundo virtual. 
  Destarte, o quinto princípio dos lugares heterotópicos, a do sistema de abertura e de encerramento, hermético e permeável,  é também destacado. Apesar de se referir a heterotopia como sendo um lugar que geralmente não é acessível tal qual um lugar público, em seus exemplos, Foucault pode ser alcançado contemporaneamente neste quinto princípio, com O mundo virtual.  Mas em verdade, quando trata da quinto princípio da heterotopia, Foucault se refere a lugares onde a entrada é compulsória ou através de rituais.
   Finalmente, Foucault trataria de outros exemplos, como lugares de purificação, como saunas escandinavas; de ilusão, como os bordéis; e de compensação, como as sociedade do lugar-outro, como as colonizações, feitas pelos puritanos a América do Norte no século dezessete ou colônias jesuítas na América do Sul. 
   Para ilustrar com uma citação, veremos que Foucault chega a comparar Bordéis e navios e afirma que estes têm todas as características de uma heterotopia e que apesar de serem heterotopias de opostos extremos, "um navio é um pedaço flutuante de espaço, um lugar sem lugar que existe por si só , que é fechado sobre si mesmo e que ao mesmo tempo é dado à infinitude do mar. E de porto em porto, borda em borda, bordel em bordel, um navio vai tão longe quanto como una colônia em busca dos mais preciosos tesouros que se escondem nos jardins". 
  E termina afirmando sobre a ausência de sonhos numa sociedade sem navios, pois acredita que os navios tem sido, desde o século dezesseis até os nossos dias, " o maior instrumento de desenvolvimento econômico ..., e simultaneamente, o grande escape de imaginação. O navio é a heterotopia por excelência. Em civilizações sem barcos, esgotam-se os sonhos, a aventura é substituída pela espionagem, os piratas pelas polícias."

terça-feira, 14 de abril de 2015

Life's easy

Life's easy
Live it
Life isn't easy
Live it
Life is good
Enjoy it
Life isn't good
Enjoy it
Life is joy
Is it food?

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Redação sobre o Tempo

Redação Sobre o Tempo de Crhonos 

O relógio bate: 
tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac...
 Então, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac tic-tac, tic-tac...

 Logo, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac, tic-tac,tic-tac,tic-tac,tic-tac,tic-tac,tic-tac...

p.s.: redação nota 10 no ENEM.

domingo, 12 de abril de 2015

O que Sou

O que Sou

Sou
mais preocupado
com a Criatura
do que com o criador.
O que sou,
Sou.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

C'est Noir À Midi

C'est Noir à Midi

J'aurai comment fumer et je vie
il n'est pas tout de goût
c'est le pur air
quelque chose comment le pluie
ou le pleur d'un bébé
ou boire sans la peur

Mais le vie c'est ne pas tout ça vivre
c'est a dire, tout ça avoir un goutte
le temps, une goutte se au mois d'août
Je vais devenir vieux; a vire de l'age

Moi, je été viré la semaine dernière,
mais non du mon travail
Et oui dû le fait de etre une enfant
c'est une menace

Le jeu du coup de était
la tête, en vérité,
était tombée
ressemble, tout ça e ja sais,
a une noir sans le étoile...
rester fumée;
le air inefable, intangible c'est rien
c'est naïf, il est vrai, e le vérité...
aujourd'hui...n'existe pas
la vérité...
soit oublié
ils sont seuls; lui même avec les ailes
e ses alliés


Au même temps, le roi, c'est là
régnant
le ignorants qui ignore!

Surtout le née, et le naturel
m'ont mouvement de là, je voir;
leurs mouvements sont mauvais, le croix
d'un côte, a coeur d'agent;
l'otre côte, le pièce des gens...
et l'argent jamais achètera notre coeur...
cest veritable que nous non pensée
?
cest faible là
aussi ici
jamais être faible
est la ordre!
Nous allons ordonner
 à l'ordinateur
ordinaire
qui pense soir lui-même
 le génial gens
     mais
             en effet
                         est le malicieux agent!

C'est mal noir à midi.
Mais le Soleil reviendra!

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Quem são os oportunistas?

Quem são os oportunistas? Para que(m) serve a política? E o poder? Para corromper as pessoas, aduziria um republicano Maquiável.

 O que se desvia aqui é o tiro no pé, com o perdão da expressão, da própria esquerda no caso da "re-ocupação" do Complexo do Alemão - favela no Rio de Janeiro - e os lamentáveis recentes e antigos fatos com mortes de inocentes: por um lado a esquerda acha que a maconha já é legal, e faz uso dela, - a direita, então...- por outro, acha que a polícia não se presta a proteger o status quo? Ora, a polícia detém o poder legítimo da violência, e Hobbes nos ensina que assim é porque queremos nos proteger de ação alheia contra a nossa vida.

 Em meio a isso, tem-se na democracia a sina: respeita-se o vencedor, e se o governo vencedor assume em acordo excêntrico a tal política de repressão, que tem locus, é tolice crer que a mudança de comportamento do político mudará a política. É importante ater-se ao risco do político, lembra-nos Carl Schimitt.

 Explico com uma palavra: não se pode querer o cumprimento da lei quando se discorda da lei; e o bom político segue regras, leis quando deve e as muda quando pode.

 E se política é correlação de forças, chegaremos à biopolítica de Foucault e seus sequazes. Pois, as "forças nominais de guerra" partem do establishment, e do estabelecido, e se este novo estabelecido reproduz o tal jogo de manutenção de seu poder, tende a manter as forças nominais de guerra atuantes. É jogado à regra de status quo primitivo.

 Como temos, direitos humanos são universais. E o direito à vida é dos mais importante deles. E a força da lei é para que ninguém se sinta compelido a fazer algo que não quer, numa face, e, na outra, é para orientar o devir. Se não se concorda com o descumprimento da lei, há de ser coerente e cumpri-la. Se se diz que a lei é desigual, injusta, aplicada qual fórum íntimo, é preciso saber que
forças estão se movimentando à baila do poder.

 Assim, o poder em si não corrompe, porque ele é intangível, mas aqueles que o detêm temporaria e supostamente tratarão de seguir as normas para a sua manutenção. O problema é o segundo adjetivo do poder: supostamente. O poder real está além do que se vê. Está no não-dito. No silêncio. Na ação
subreptícia. Na capacidade de mobilizar fingindo não mobilizar. Nas entranhas do poder o camaleão sobrevive, sabe-se também com a biopolitica.

 Então, o que nos resta é perceber como é escrever um paradoxo defender o cumprimento da lei e dos direitos enquanto se sustenta a contravenção e o querer o bem alheio - uma vez que o alheio é distante, e é o estabelecido pelo prato da balança dos poderes que só muda conforme os pesos sejam manipulados, no duplo aspecto da palavra, por quem pode antes do poder. E pode porque detém seus meios, está nos seus interstícios faz tanto tempo que já sabe como se comportar. Trata-se de poder simbólico. Au même temps, o novo sempre vence, pois é metamorfose e amálgama.

 Portanto, não há solução unilateral. E se a própria suposta esquerda age por fora das regras do jogo, a tendência é este golpe ser acusado e o efeito tomar o lugar da causa.

 Questiono: se não se quer mais violência, primeiro mude a própria realidade, depois haja conforme a mudança./? Não é possível o contrário./? primeiro age conforme a realidade própria, como se a lei fosse outra, e depois pede-se o seu cumprimento, a sua observação./? Tiremos as interrogações.

 Isto é Marx versus Hegel, depende da estética. Primeiro muda-se os fatos, depois observa-os, ou primeiro observa-se os fatos e depois muda-os. O exemplo é algo edificante e a coerência, fundamental.

 Então, como sustentar que os mesmos policiais que combatem o narcotráfico, ilegal, e ceifam vidas de inocentes criaturas, outro dia, tiram foto em passeatas contra o Governo Federal com inocentes criaturas?

 A inocência é a mesma: não se pode pedir a cabeça de alguém quando este alguém é seu correlato, mas sim quando a sua imagem defletida. Seu mal interior exteriorizado.

 Sobretudo, é preciso a autocrítica para que se entenda: o dirimir da culpa apenas legitima o culpado a perpetuar a ação nefasta, uma vez que ele entende estar agindo conforme a ordem. Ou às ordens. Então, o assumir da culpa conduz à ação [pela negativa.

 Num exemplo do corpo do Leviatã pós-moderno, de resultados, eficiência e aparência como sobredeterminantes, com impulsos trocados temos a ataxia da ação. Porém, atos instintivos podem ser controlados com treinamento. Logo, antes do julgamento minucioso não se pode atestar a adequação do ato. E, ao mesmo tempo, a velocidade de reação é diretamente proporcional à urgência, à iminente morte. Um coágulo no cérebro não pode esperar. Nosso cérebro comanda nosso corpo, mas, ao mesmo tempo, a dislexia, a confusão da cognição que transforma efeito em causa, pode causar desvio de movimento, e a tosse, a repulsa são os efeitos-resposta naturais/fisiológicas, para ficarmos nos termos leviatãnescos.

 Em outras palavras, apenas com o atestado da supraescrita dislexia se deduz que é possível controlar um câncer com o poder da mente, do cérebro.

 É uma falta de entendimento. A falta de entendimento de que (ou que aduz) a descentralização (necessária), a desvirtuação (inerente), o desmembramento (ético-particularista), numa palavra, a correlação perfeita de forças antagônicas, dependa sumariamente de um ente. Ou uma pessoa. Isto é império, não democracia. É preciso se ater às estâncias.

 E, então, encarnar numa figura central a detenção do erro, ou do acerto, apenas é correto quando se pode em ato-contínuo executivo mudar a realidade e a realidade histórica. A realidade deve ser histórica, com paroxismo ou marxismos.

 Evidentemente, política é influência. E quem influi são os atores políticos . E se os atores são subsumidos com os pratos da balança dos poderes, manipulados, não detendo seu biopoder, o verbo perde para a carne - que deve pesar mais.

 Porém, o pecado não está na carne, mas no pensamento, ensina Santo Agostinho. E o pensamento conduz à ação. Pensamento, como tudo que existe, precisa de tempo e espaço. Mas se se perde tempo com mudança equivocada de espaço, com desvios de rota, têm-se duas hipóteses: crise ou corrupção. Que tal as duas? Temos um voilà!

 Crise é quebra, ruptura, momento de mudança. Essa altercação do momento, este momentum, diz-nos algo: não se pode inserir novos caracteres sem alterar o padrão de comportamento adjacente. Mas se se copia o padrão antigo, tem-se a reprodução atualizada.

 Logo, a farsa.

 Para se combater a farsa é preciso retomar o nó da falácia: quem autoriza e se beneficia, se não se mobiliza, concorda ou compadece. E adoece para sempre se pré-visualisa, vislumbra o futuro como irremediável.

 Por outro lado, quem enxerga além da hipocrisia umbilical do comportamento em paradoxo como supraescrito, está tranquilo para afirmar que a única maneira de vencer o discurso alheio não é segui-lo pela tangente e copiar seu paralelo, mas propor e realizar a mudança efetiva passo-a-passo. O que leva tempo. E espaço. A educação é o passo mais importante. E primevo.

 A mudança é a de paradigma, mais a frente trataremos disto.

 Por agora, não sejamos ingênuos. Houve eleição, re-eleição e o Governo do Estado implementou a UPP(Unidade de Polícia Pacificadora) e foi aplaudido, agraciado, quando re-eleito. Não é questão de ser a favor ou contra, a questão-problema é também a autorização do sistema representativo democrático.

 Outrossim, quem disse que a nossa polícia respeita cidadania? Cidadania para quem? Todos, menos os idiotas, no sentido grego do termo.


 Sim, entendo a posição que diz a respeito da responsabilidade da Excelentíssima Dilma. Então, o entendimento é de que a opressão é maior pela parte da polícia do que dos traficantes?...Não se pode confundir o bem e o mal, diz-se. Sim, há esse maniqueísmo na sociedade.

 A pôr luz, o que foi a ocupação do Complexo do Alemão (no Rio de Janeiro)? Aquelas pessoas sendo "perseguidas " e filmadas de helicóptero? Como disse, repito, quando se está no poder luta-se com as forças que compõem, as favoráveis e as contrárias, as que ajudam no projeto de nação em vigor ou em voga, e as que corrompem a sociedade. A questão, mais uma vez, é cognitiva: combate-se a consequência porque quer-se eliminar a causa. Não faz sentido.


 E este problema cognitivo só pode ser resolvido com a educação. Mas de ambos os lados. Daquelas pessoas que estão no governo, que têm de fomentar as oportunidades iguais, o acesso, as leis inclusivas, o querer e o respeito à inclusão e transformação rumo à cidadania - combatendo para tanto aqueles que corrompem a sociedade porque marginalizados devido, é verdade, ao entendimento conservador de que drogas só são boas quando on demand - e fazendo isso no pacto político-conservador da carta de Lula, que subsiste.

 Todos sabemos, o fim da Polícia Militar como nos moldes atuais é por todos nós querido aqui no discurso; assim como a gradual descriminalização das drogas. Porém, o crime organizado, o poder paralelo continuará existindo. E deve ser combalido. A forma atualmente encontrada é essa. Então, há de se confranger o modelo, a forma dada, pois mudar o paradigma é alternativa da terceira via. Esta que, infelizmente - admito -, não foi ao segundo turno e que, estranhamente, está perdendo espaço devido ao conservantismo que o poder induz. É preciso esperança e força para a mudança, e é errado crer em soluções instantâneas.

 Mas também a educação dos que criticam o governo é necessária. É o intermediário poder da educação que vai possibilitar a mudança de paradigma, que é algo lenta. A polícia, repito, não deve combater o inimigo externo qual o exército, mas proteger do perigo interno que corrompe a sociedade.

 E se a polícia está corrompida qual um câncer que estraga o perfeito funcionamento do sistema, todos devemos criticá-la. Mas se compactuamos,...

 Devemos unir esforços com aqueles que querem realmente a mudança de paradigma, e não com aqueles que querem se beneficiar do poder, usufruir benesses.

 Por isso, a alternativa na democracia representativa é tão importante. Não se pode acostumar ao poder, pois o status quo é isso, e ele, assim como o direito consuetudinário, quer a sua manutenção. Mas se no Mar-do-Poder todos querem flutuar quando no navio que atravessa quase afundando, temeroso do Leviatã, a ideia de cooperação visa salvar primeiro os mais desprotegidos, desprovidos de poder estabelecido, detentores da presumida força que garante o existir pacífico da sociedade, os resguardadores do pacto civil: o poder emana do povo.

 Então, a emancipação deste povo depende de educação com pedagogia mais progressista. Mas se algo está no caminho do Estado que visa qualquer forma de educação e pedagogia, é preciso a conversa, o diálogo com aqueles que detém o poder legítimo: o dado via voto; no mundo moderno a là Benjamin Constant, o francês.

 A pergunta não cala: quem eram os fugitivos não identificados do Alemão? Milicianos? Em tom íntimo: já ouviram os áudios dos dias da operação? O poder paralelo existe, repito, e continuará existindo. O combate é interno, o inimigo agora não é outro e é outro, como diz o Tropa de Elite. Não é outro porque é antigo, e também porque o outro é algo excludente, e inexiste, de fato. E é outro porque trata de mudar o paradigma.

Trocando em miúdos: o debate é, sobretudo, sobre classe, preconceito, racismo, virulência, opressão, dorgas, armas. E Poder Simbólico. Capital Cultural. Bourdieu tinha razão como os suicidas de Drummond: não tem mais porque hipossuficiente, pois morto, esquecido.


Y.C.O.

06-04-15

Quem sou eu (em agosto de 2012, pois quem se define se limita, dizem)

Minha foto
Mais preocupado com a criatura do que com o criador. Existem perguntas muito complicadas. Existem respostas muito complicadas. Existem pessoas que não são complicadas. Existem pessoas que tentam complicar. Eu sou aquela que procura entender; complicando un peu primeiro para poder descomplicar. Quero dizer: se eu entender o problema de forma completa, poderei encontrar a solução mais correta, eu acho. Um sonhador, dizem. Mas não creio apenas em sonhos. Gosto mesmo é da realidade, empírica ou não. Gosto de estudar sociologia e biologia. Sou acima de tudo, e pretensamente, um filósofo, no sentido mais preciso da palavra: o sentido do amor a sabedoria, ao saber. Mas a vida é para ser levada com riso e seriedade. Sabendo-se separar uma coisa da outra, encontraremos nosso mundo, nosso lugar, nossa alegria. Nossa Vida, com letra maiúscula! "o infinito é meu teto, a poesia é minha pátria e o amor a minha religião." Eu. Um ídolo: Josué de Castro; um livro: A Brincadeira (Milan Kundera) ; um ideal: a vida.