O sacerdócio versus o negócio
Era uma vez o ócio sagrado
daí veio Marx, paternalista imóvel,
aristotelicamente motorizado,
Luteranamente inspirado
e autoriza o negócio,
como corruptor.
Então, proibi-se o imaterial;
a fonte de todo o mal é seca de ouro,
avessamente;
tem-se o homem cru, na cidade, nu;
burguês, humano, gente;
(sem celibato não há vida;
com celibato, idem.)
gentil, gentalha, gentio;
Mas homem: distante, paterno.
Afulgentado do campo.
A mulher, coitada, é escravizada.
Agora trabalha, estuda, e, sem o ócio,
só lhe resta o negócio.
Negue o ócio, dizem-na!...
O trabalho dignifica o homem, disse Marx em certa ocasião.
E também a mulher, reiteraria hoje em dia.
Mas o ócio, ah, ah!... é pouco produtivo...
Produzamos a liberdade do livre-arbítrio que vos exclama a revolução:
A incerteza temperada gera convulsão, e a certeza é um erro não notado.
Sabemos que somos livres para ser o que queremos,
mas o que queremos não podemos saber ser.
Partamos, nasçamos. Descobrimos, ocultamos.
Freudianos afirmamos o querer ao contrário.
Relativos estamos e somos contraditórios ao ser/estar.
Negociamos a personalidade, atuamos o parecer.
Autuamos a culpa, constatamos a carne.
E no fim, pagamos com o lucro proibido da matéria.
Queremos mesmo ser a gente séria,
Ou o nosso a gente é Dionísio?
Burgueses materialistas do mundo imaterial religioso, uni-vos!
Comamos um bolo! E recheamos com confetes de moeda em ouro
E cobramos e cobrimos com tudo a produtividade infrutífera e despropositada
O sentido aponta para o nada.
Seguir é uma opção válida se, e apenas se, constata-se a existência racional
Descartes indica, lá está a razão! Ela existe!
Marx confirma a tese que a matéria subsiste!
E, num chiste, Nietzsche idolatrando a vida persiste.
Sendo ou estando de acordo com a produção que revoluciona e se identifica
O mundo gira e continua estático. Errático. Estatístico.
E numa centesimal probabilidade absoluta, o ócio impossibilita a alienação
e a facilita: Marx estava certo, estava contraditório.
Estava dialético consigo próprio.
O ócio não produz, pois a religião é ópio para o povo.
Trabalhemos todos e sejamos da cidade, burgueses!
Assim, após as dezesseis horas diárias de trabalho, nos intervalos de sono
Façamos a revolução para o mundo não parar de girar em círculos
E o poder trocar de mãos nessa távora redonda da vida.
Criaremos em silêncio com o ócio sendo nosso trabalho.
Negaremos o ócio para sermos mais produtivos.
E despertaremos a identidade do livre-arbítrio:
O senhor é escravo de si e de ti mesmo,
basta se obedecer a seu Deus.
O crédito impuro pertence ao nobre,
ao pobre resta o reino dos céus;
A verdadeira bondade é o lucro,
A moral burguesa é mediana e a fiado se paga.
E sem outros malucos confundindo o espírito
Que de início pensava, "o ócio é criativo", tem-se o proibamo-lo.
Trabalhar tecnicamente vinte e quatro horas por dia torna-se insuficiente.
E a gente sente e pensa que pensa que pensa.
E nenhum sacerdócio pode se confundir ao negócio.
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