SUS, CUBA, BRASIL: SOS em ato executivo.
Atenção, essa questão não é uma coisa genérica. A discussão é: é preciso mais médicos em muitas cidades do país. Isso é urgente. Que fazer? Nada? Nada melhor do que uma medida executiva, afinal o voto no executivo significa, ao cabo, a vontade da população, a autorização da população para que o presidente ou a presidenta em exercício faça valer seu poder para sanar os males do país. Dentre outros. De fato, do presidente esperamos ação. Porém, em que condições médicos trabalham e trabalharão?
Ainda, a questão salarial se prepõe. Claro que o salário destes profissionais médicos pode ser discutido, assim como em todas as profissões, mas essa é apenas uma parte do problema. Em caso semelhante, faltam professores e seu salário como funcionários públicos é realmente baixo, mas há projetos para que sejam mais altos e eles tramitam no congresso faz "decênios". Não vão à ordem do dia por interesses escusos; Faltam engenheiros nucleares, e daí cursos novos são abertos na UFRJ, p.ex., com uma medida executiva, e seus salários são altos. Não estou vendo ninguém reclamar da falta desses engenheiros no dia-a-dia; Falta toda sorte de profissionais.
Mas falta equipamento. O salário é apenas parte da solução. Ele galga à motivação por melhoramentos das condições de trabalho. Se um profissional não está satisfeito, ele têm de ir reclamar nos órgãos competentes. Primeiro junto à administração do hospital ou local de trabalho, depois junto às instâncias político-administrativas superiores maiores. Isso se refere à falta de equipamentos, não reclama o salário.
Assim, não é razoável criticar algo que pensa investir na educação. Ela também é fundamental. Quais são as prioridades do governo é o que importa. E o governo de facto somos nós, a população em geral. No caso, a medicina não é uma profissão como outra, ela tem um quê de nobreza, no sentido da doação e no lidar com a vida e a morte em uma linha tênue, sob uma corda bamba. Nos primeiros anos de carreira e até "chegar lá" o médico vai ter mesmo de passar por provações, o problema é quando isso se estende no tempo, ad infinitum. Daí, se o governo propõe um auxílio salarial para desequilibrar uma iniquidade, é de se esperar admiração, não ferrenha crítica. Falo isso sem ser da área especificamente médica e nem para defender específico governo.
Mas é claro, quando se fala em condições da realidade objetiva, vimos o caráter prático da teoria em obra. Talvez com Lênin ou Marx, para quem a teoria revolucionária não se dá em torno da própria teoria, mas se dá em nome da prática, e da práxis - das condições objetivas da realidade material e real, e que importam-, entenderemos essa medida. No caso, entender a ideologia do governo ajuda a entender suas determinações, resoluções. A dor é real; a falta de médicos é real. E segundo notícias recentes, a falta de equipamentos não se aproxima da falta de médicos. E além, há escolha, alternativa. Mais além, diz-se por aí para ser obrigatório o tratamento de políticos por médicos do SUS. Contraditório?
Se alguém acredita que não é preciso uma medida urgente no país-continente Brasil para atender à população em geral, para o atendimento básico e que isto não ensina nada aos médicos em formação, que ponha a mão no fogo...
Ainda, a obrigatoriedade da prestação de serviços pode ser tida como uma contra-partida ao investimento, pode ser tida como uma medida cautelar, um investimento na saúde e no profissional, uma crença na importância da vida, uma democratização do serviço médico. E isso desmantela o argumento de que o governo não investe um centavo em médicos que se formam em faculdades particulares (como se o governo não as fiscalizasse e nem desse o parecer para a emissão do diploma, não as autorizasse a existir). Num mundo ideal liberal, o CRM seria um luxo. Mais ou menos como na Índia, onde charlatões são médicos e matam milhares por ano...
Agora, quando sair a medida para o professor ganhar R$10 mil por mês, ficarei feliz. Pena que isso não vai ocorrer tão cedo. E que professores estão em maior número, realmente seria preciso uns 10% do PIB para a educação. E o pior, alguns economistas creem que a alta do consumo conduz à qualquer tipo de inflação.
Com humildade, quero mais discussão, pois essa questão merece. Não deteremos a verdade nunca.
"Sonho é destino". "Dream is destiny". You do it to yourself, you do, and that's what really 'happens'. "Tudo que não invento é falso."
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- Mais preocupado com a criatura do que com o criador. Existem perguntas muito complicadas. Existem respostas muito complicadas. Existem pessoas que não são complicadas. Existem pessoas que tentam complicar. Eu sou aquela que procura entender; complicando un peu primeiro para poder descomplicar. Quero dizer: se eu entender o problema de forma completa, poderei encontrar a solução mais correta, eu acho. Um sonhador, dizem. Mas não creio apenas em sonhos. Gosto mesmo é da realidade, empírica ou não. Gosto de estudar sociologia e biologia. Sou acima de tudo, e pretensamente, um filósofo, no sentido mais preciso da palavra: o sentido do amor a sabedoria, ao saber. Mas a vida é para ser levada com riso e seriedade. Sabendo-se separar uma coisa da outra, encontraremos nosso mundo, nosso lugar, nossa alegria. Nossa Vida, com letra maiúscula! "o infinito é meu teto, a poesia é minha pátria e o amor a minha religião." Eu. Um ídolo: Josué de Castro; um livro: A Brincadeira (Milan Kundera) ; um ideal: a vida.
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