Pedintes
Sejamos honestos, ninguém gosta de ser atrapalhado quando está
conversando. Quando, no entanto, um pedinte lhe interrompe a conversa no bar e
você diz que não tem dinheiro, das duas uma: ou você está mentindo ou é
caloteiro.
Se estiver mentindo, há o embate na consciência, pois a mente humana é sã, e odeia mentir. Se estiver mentindo, talvez você seja indiferente. Pensa que o meu, ou o eu, não tem nada a ver com o teu, ou o alheio. Se estiver mentindo, talvez esteja na continha, duro, sem grana para doar. Se estiver mentindo, talvez ache muita folga. Ache inconveniente. Se estiver mentindo, talvez seja do contra. Contrário à postura pedinte. Mas como conseguir algo sem tentar? Esse questionamento vale para tudo na vida.
Se estiver mentindo, há o embate na consciência, pois a mente humana é sã, e odeia mentir. Se estiver mentindo, talvez você seja indiferente. Pensa que o meu, ou o eu, não tem nada a ver com o teu, ou o alheio. Se estiver mentindo, talvez esteja na continha, duro, sem grana para doar. Se estiver mentindo, talvez ache muita folga. Ache inconveniente. Se estiver mentindo, talvez seja do contra. Contrário à postura pedinte. Mas como conseguir algo sem tentar? Esse questionamento vale para tudo na vida.
Nu: o pedinte apenas pede. Às vezes atua, dramatiza, e até implora. Mas
pede. Doar é opção. É algo moral. Tem a ver com a consciência que reflete. Mas esta
uma situação deve lhe parecer inédita: chamar o pedinte para conversar e beber
com você. Sim, isso eu já presenciei. E, pra dizer o mínimo, achei curioso. Não
me lembro na íntegra do assunto entoado na conversa, mas evidentemente o
interesse inicial é pelo estilo de vida. E esse interesse inicial é mútuo. O
pedinte quer saber o que o puxador de conversa faz, e vice versa.
Então, passado o puxar e desenvolver da conversa vem a indagação: você
já viu alguém fazer isso? E porque será tão rara essa cena? Será que a conversa
cotidiana que você tem no bar é muito diferente da conversa do pedinte? Não lhe
resta um pingo de curiosidade? Então, fica o desafio. Da próxima vez que alguém
for lhe pedir trocados enquanto você está em altos papos no bar, convide essa
pessoa à conversa. Se ela aceitar, será surpreendente. Até divida a conta com
ela no fim. Calcule igualmente. E veremos...a pessoa vai se sentir mais humana.
Afinal que diferença essencial há entre você e ela?
09/08/12
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