"Sonho é destino". "Dream is destiny". You do it to yourself, you do, and that's what really 'happens'. "Tudo que não invento é falso."

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terça-feira, 5 de julho de 2011

Amanhecer à Praia


Amanhecer à Praia

O silêncio imposto pelo Sol é mesmo genioso, já se anotara.
Mas agora o silêncio parece incomodar:
Não se fica satisfeito quando a contumaz enérgica mente é interrompida.
Não se está acostumado aos refreios.
Mas eles são necessários.
São vias de escape.
Válvulas liberadoras de pressão.
Repensamentos.

Esquecer é também tomar fôlego.
Por isso mergulhar ao gelo é aliviante no verão.
Um choque de energias vão sucumbindo ao léu.
Uma redundante ideia atravessada pode ser ferida, conferida, recortada;
Tal incomodante e veloz serpente à mente é posta à espera
E de supina pode ser desmantelada.
Isto ocorre no meio do caminho, geralmente.
Quando a pedra invisível é reticente.
E depois de todas as conchas e pedras nas canelas
A calmaria pode instalar-se.
No mergulhar-se.

O respiro da paz é da garça copiado.
Pois, junto aos fados da vida citadina, ficam as memórias repentinas.
E em câmera lenta, como as ondas quebrantes, abreviam-se
quaisquer
                redemoinhos
 ainda                            presentes.
Dá-se tempo ao tempo e o tempo que for necessário
Numa estrofe sem fim aparente.
Porque nessas pressas do cotidiano se esquece o que não se deve: 
Esquece-se que a vida não é perene...
Porque nessas pressas do cotidiano inventa-se que se deve.
Inventa-se que se deve ter compromissos incumpríveis!...

Que sirva então a praia ao recaminho!
Seja a lição apreendida por instinto,
Ao contemplar a passagem, ao se guiar à paisagem;
Ao não viver à paisana!
Seja apreendida por filosofia, ao ler poesia.
Quer queira quer não marota...

Restando a última ciência ser completa, a astronômica,
Que de seus inúmeros satélites as boas ideias surjam!
Siderais! Causando eclipse nas demais antigas!

O silêncio perpétuo do Sol nascente não pede licença à Praia:
Impõe-se.
Derrubando satelitais ideias que, antes de orientarem, confundiam.
E ao invés de informações confiáveis, jogavam dados brutos.
Os quais só na Praia podem ser descodificados.

Portanto, a Praia desencripta torrentes de bits desnecessárias.
Ao mesmo tempo, torna líquida qualquer solução não diluída.
Pede uma chance para o simples ser pensado em prioridade.
Afirma serenamente num paradoxo: veja como o instinto ainda comanda:
As gaivotas planam para pensar...
E, no fim, caçar novas presas...
Que foram ideias...
Transmutadas!


Y.C.O. 

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Quem sou eu (em agosto de 2012, pois quem se define se limita, dizem)

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Mais preocupado com a criatura do que com o criador. Existem perguntas muito complicadas. Existem respostas muito complicadas. Existem pessoas que não são complicadas. Existem pessoas que tentam complicar. Eu sou aquela que procura entender; complicando un peu primeiro para poder descomplicar. Quero dizer: se eu entender o problema de forma completa, poderei encontrar a solução mais correta, eu acho. Um sonhador, dizem. Mas não creio apenas em sonhos. Gosto mesmo é da realidade, empírica ou não. Gosto de estudar sociologia e biologia. Sou acima de tudo, e pretensamente, um filósofo, no sentido mais preciso da palavra: o sentido do amor a sabedoria, ao saber. Mas a vida é para ser levada com riso e seriedade. Sabendo-se separar uma coisa da outra, encontraremos nosso mundo, nosso lugar, nossa alegria. Nossa Vida, com letra maiúscula! "o infinito é meu teto, a poesia é minha pátria e o amor a minha religião." Eu. Um ídolo: Josué de Castro; um livro: A Brincadeira (Milan Kundera) ; um ideal: a vida.