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quinta-feira, 28 de março de 2013

Freud e uma questão de insight: Deus. O ateu que continha uma Prova.



*Lembremos que meus apostos são livremente inspirados em A Brincadeira, de Milan Kundera (quero dizer, são meros pensamentos!)

Freud e uma questão de insight*: Deus. O ateu que continha uma Prova.

"Reconhecemos que o Inconsciente não coincide com o reprimido; é ainda verdade que tudo o que é reprimido é inconsciente, mas nem tudo o que é inconsciente é reprimido."

"todo conhecimento tem sua origem na percepção externa"

 Segundo entendo, para Freud, se o id toma conta do ego, há pouco amor-próprio. Mas o ego pode realizar uma substituição e tornar-se objeto  para o id amar, daí se tem mais amor-próprio, conjecturamos. Curiosamente, talvez seja isso o desapego.

 O desapego seria, numa palavra, a transformação da libido do objeto sexual em libido narcísica. E isto é sublimação. Talvez mesmo Santo Agostinho, de certo modo, ao pregar o desapego referia-se a amar  mais as coisas como elas são, em sua natureza: uma libido anaclítica e holística. E isso pode parece bastante nietzschiniano! Para Nietzsche todas as coisas do homem são boas, suas ações inclusive. Mas, retornando, Freud trata de catexias, impulsos e seus sentidos ou orientações, realização ou repressão nos objetos amados e etc.

 De fato, Freud é ateu. Em aproximação esdrúxula, para Freud Deus seria o superego (o ideal do ego) sendo descoberto, simplesmente aquilo que nunca poderá ser alcançado? (Sobretudo devido às restrições morais da sociedade. - E se assim o for, é mais fácil alcançar o nirvana budista, uma vez que se tem total desapego e total substituição de objeto de adoração, se não narcisísta, holística, e Deus estará sempre presente positivamente, existirá necessariamente).

 Segundo seu entendimento sobre a religião, ser humilde seria, portanto, admitir nunca poder alcançar o ideal do ego, o super-ego, e se resignar a conter os desejos do id (self, eu) por saberem egoísticos - mas pode ser o oposto exato, se o ego é autoconsciência do eu, self, id - e distantes da razão, mas próximos da paixão (isso numa sociedade que preconiza o  racional)? Mas isso não seria admitir que Deus inexiste, ou que ele é um simples objeto de veneração? Pela lógica descrita, um totem tornado tabu? - Ou talvez admitir que esta seja uma Prova de que Ele existe, prova material, intelectual e por que não espiritual? Uma vez que todos podem alcançá-Lo se O descobrirem, Nele crerem, ou se a Ele forem mostrados, apresentados: como discordar de si mesmo?, perguntaria Kant. Isso seria logicamente  irracional. O Absoluto, o imperativo categórico, a Razão Absoluta é presente em todos os homens, logo todos podem olhar para Deus (totheon-ricamente). É a ética humana verdadeira, universal. Somente sem liberdade não se pode acreditar em si. - O livre-arbítrio talvez traga a dúvida! Dúvida cartesiana ou de Jesus?

Com Freud, se a consciência não consegue viabilizar, realizar os desejos, reprimidos, pós-anáclise, inconscientes ou pré-conscientes, se não há análise, há crise, neurose, tensão, sentimento de culpa e outros "di-agnós-ticos" a depender da origem do problema. A melancolia pode surgir, como a  própria confusão de ideias? É um caminho.

 Deixemos estas questões para se pensar e discutimos que, para Freud, quando há um mesmo ideal do ego (entre pessoas), há identificação. E o ego é o representante do mundo externo para o id. O ego é uma parte especialmente modificada do id. São a mesma coisa e junto com o supergo compõe a estrutura da mente, que funciona.

 Ainda, pelo que parcamente resumo de Freud, o inconsciente é: dinâmico: função; descritivo: qualidade; sistema: se aproximando de estrutura. Consciência é função do sistema (da estrutura da mente). No sentido descritivo há dois tipos de inconsciente, no sentido dinâmico apenas um. A mente tem uma estrutura (id, ego, superego) e tem funções, operando como (por) um sistema.

 Por fim, discute-se que há impulsos que têm ou não sentido definido para operar este sistema e levar à ação e fruição, que obedecem  resumidamente ao desprazer e ao prazer. Prazer é consciência realizada. Desprazer é o oposto. E trocas, substituições econômicas dos sentidos e cargas destes impulsos ocorrem para o bom funcionamento do sistema, para o pré-consciente, latente se tornar consciente e se realizar.

 Assim amor e ódio podem ser sinônimos ou se direcionar a um mesmo objeto em tempos variados ou simultâneos, insconsciente e/ou latentes. E somente quando racionalizados, quando tornados conscientes os (estes citados, como amor e ódio) sentimento sociais são percebidos. E como todo conhecimento tem sua origem na percepção externa, são precisos(necessários) os sentidos: primeiros as palavras ouvidas e depois escritas, mas figuras também servem.

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Quem sou eu (em agosto de 2012, pois quem se define se limita, dizem)

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Mais preocupado com a criatura do que com o criador. Existem perguntas muito complicadas. Existem respostas muito complicadas. Existem pessoas que não são complicadas. Existem pessoas que tentam complicar. Eu sou aquela que procura entender; complicando un peu primeiro para poder descomplicar. Quero dizer: se eu entender o problema de forma completa, poderei encontrar a solução mais correta, eu acho. Um sonhador, dizem. Mas não creio apenas em sonhos. Gosto mesmo é da realidade, empírica ou não. Gosto de estudar sociologia e biologia. Sou acima de tudo, e pretensamente, um filósofo, no sentido mais preciso da palavra: o sentido do amor a sabedoria, ao saber. Mas a vida é para ser levada com riso e seriedade. Sabendo-se separar uma coisa da outra, encontraremos nosso mundo, nosso lugar, nossa alegria. Nossa Vida, com letra maiúscula! "o infinito é meu teto, a poesia é minha pátria e o amor a minha religião." Eu. Um ídolo: Josué de Castro; um livro: A Brincadeira (Milan Kundera) ; um ideal: a vida.