"Sonho é destino". "Dream is destiny". You do it to yourself, you do, and that's what really 'happens'. "Tudo que não invento é falso."

Arquivo do blog

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Polissilábica da vontade


Polissilábica da vontade

(Era) a minha vontade infinita de querer
(Mas ela) não trazia consigo a vontade infinitiva de saber
Que a sua vontade intrasitiva de dormir
Perpassava qualquer ação ao meu ser

Dormir era dúbio e sob duplo aspecto
Seu sentido denotativo pouco controverso
Poderia causar vontade interior de uma ação superior
Sobre a ação anterior do passado composto
Por uma vogal diferença de gosto

Tudo era reticente em excesso.....

E numa instransigente demonstração de vergonha
Abríamos a cabeça sem olhares intersílabas
Ou vontades escondidas nas entrelinhas
Restavam altercadas as conjunções frágeis

Assim, contaminados por advérbios imberbes
Dávamos sentido e força às nossas substantivas
vontades de trocar objetos diretos
Mas, apostos estávamos postos
Sob locuções verbais mudas
Nossa ação não era coletiva
E as vontades passavam sede
Se os verbos de ligação não se trocavam
Mas se confundiam às preposições
Um tanto quanto circunflexas e inflexíveis
Sobrancelhas com arcos reflexos
Reflexões demasiado explicadas
Talvez o líquido sem tônico acento

E sem tantos conectivos nós vimos
Exclamadas vontades redundantes
Plurais, que surgiam a todo instante
E momentaneamente se abreviavam
Para no ponto, ou na pausa, por vírgulas
Enfatizar que era monossilábica a vontade
Sim, aspas

Rindo e rimando conforme a estrofe
Dançando conforme a música,
Detínhamos sentidos ocultos
Nos nossos sujeitos de núcleo abstrato
E por um átimo não nos tocávamos

Éramos cegos
As leituras labiais, difíceis
Mas, como surdos, nos comunicávamos por gestos
e se cada gesto é mais verdadeiro,
Ganhávamos apreço mútuo

O desejo, a vontade, contudo, se acentuava
Contanto, com tanto contato era tudo o que se esperava
E o sujeito indicado cego ou mudo não exclamava impropérios
E por isso julgava algo sério sem um valor conjuntivo
Oculto estava outro sujeito segredo
O tecido disposto era uma composta ação iminente
E toda a gente continha o sufixo querer da vontade

Assim, entreatos, só se aumentaria a ansiedade
Contida no tempo do futuro do pretérito
Ou do pretérito mais que perfeito, que, com efeito
Não causara o presente perfeito

Em verdade,
Era uma chocante vontade chocolate
Ao leite, descafeínado, e em crase
Encontrava consonontais diferenças sintáticas

E destoava à leitura do ávido personagem discreto
Não era um erro crasso, mas um provérbio parnasiano

Ao fim, sem conexões esdrúxulas e metafóricas
Partiam abraçados à leitura inadvertida
Sofriam por tanto, por tanta indireta linguagem
Parecia 'a vontade, mas faltava a coragem de disseminar;
Ao não-frívolo leitor o desejo explica-se em composição.
Tê-la, à vontade, é amá-la;
Em comparação,
Ter a vontade é amar.

Y.C.O

Nenhum comentário:

Quem sou eu (em agosto de 2012, pois quem se define se limita, dizem)

Minha foto
Mais preocupado com a criatura do que com o criador. Existem perguntas muito complicadas. Existem respostas muito complicadas. Existem pessoas que não são complicadas. Existem pessoas que tentam complicar. Eu sou aquela que procura entender; complicando un peu primeiro para poder descomplicar. Quero dizer: se eu entender o problema de forma completa, poderei encontrar a solução mais correta, eu acho. Um sonhador, dizem. Mas não creio apenas em sonhos. Gosto mesmo é da realidade, empírica ou não. Gosto de estudar sociologia e biologia. Sou acima de tudo, e pretensamente, um filósofo, no sentido mais preciso da palavra: o sentido do amor a sabedoria, ao saber. Mas a vida é para ser levada com riso e seriedade. Sabendo-se separar uma coisa da outra, encontraremos nosso mundo, nosso lugar, nossa alegria. Nossa Vida, com letra maiúscula! "o infinito é meu teto, a poesia é minha pátria e o amor a minha religião." Eu. Um ídolo: Josué de Castro; um livro: A Brincadeira (Milan Kundera) ; um ideal: a vida.