Filosofia pós-moderna... mais um uma discussão que terminou em "tudo é um processo"...
Mas e se eu não estiver tratando de processo? Porque nem tudo é processo.
Processo implica existência de espaço e tempo. E quem deduziu essa existência foi algum ser. Mas se o tempo não existe per si, não existem processos.
O tempo é apercebido pelo movimento. O movimento só existe se o tempo é contado (numa foto não se vê movimento, mas num filme sim...). Mas o tempo para ser contado deve existir? Ou apenas a sua observação, com os movimentos, o torna existente? O tempo pode existir independente do sujeito, mas este passa a considerá-lo como existindo para poder se inscrever na existência. Existência essa que permeia sucessão.
O espaço-tempo ou o espaço e o tempo são atribulações físicas, sim. Mas podem ser questões metafísicas também.
O espaço é a definição autopoiética, então não se pode defini-lo (falta o espaço). Isso foi uma piada! O espaço é onde todas as coisas estão contidas, inclusive ele mesmo. Por isso na definição do espaço se contém até o infinito, que é o próprio espaço (não) alcançado pelo tempo.
O espaço não pode ser definido mais separado do tempo. Porém, o tempo nem sempre existiu, tãopouco o espaço? Essa dúvida é a mais importante! A teoria do física Big Bang que diz que foi lá (há +/- 15bi. de anos atrás) que o tempo começou já é plasmada por outra que diz que o Big Bang é um ciclo, dado que os buracos negros consomem tudo, a matéria escura preenche o universo, que se explode/implode de bilênios em bilênios, de prováveis buracos brancos.
Essa teoria deduz que o tempo e o espaço existem desde "sempre". E a consciência, por que não assim também seria? Falemos da física para chegar na metafísica.
-Não queria colocar agora, mas colocar que "positivamente o "nada" não existe" é um paradoxo...- Evidentemente que o nada existe, senão não seria o "nada". Senão o sonho também não existe, ele não está contido em nenhum espaço (ademais, ele remete ao nada invariavelmente!). O nada é ausência, a meu ver. E isso existe de sobra! Quer dizer, o nada é o não-ser e o infinito espaço sem matéria. O não-ser é, existe. Ser é existir; não-ser também existe, no entanto. Porque a não-existência também existe. Contra Kant, Sartre ou Nietzsche.
Enfim, essa discussão minha é tola para aquele que não podia conceber que o nada não exista positivamente. É uma questão estética, evidentemente.
Mas, que ser absolutamente infinito seria aquele de Kant? Ele é eterno ( logo, o espaço-tempo existe), imutável (o espaço-tempo existe? Se mudar deixa de ser), infinito ( o espaço e o tempo existem?) etc... O espaço e o tempo não precisam existir "de" per se para o ser ser kantiano? É por ele dito evidente que sim, precisam.
Então "a questão é o agora". E o agora define o ser. Paradoxo. O ser de hoje não é o mesmo do passado. Nem o do futuro, porque a física o transformará. A física transforma questões da metafísica? Não pode, não cabe?
Ainda, o espaço-tempo existe a priori e existe subjetivamente. Ele tem uma existência dua. Logo, o espaço tempo não é. Paradoxo. Como algo que não existe, existe? Eis o nada.
É o espaço-tempo o nada? Muito provavelmente. Por isso voltemos à questão de que seres dotados captam por "rádio frequência" (pela consciência instaurada em um sujeito, que é separado do eu) o espaço-tempo, e tudo atrelado a ele, o transformam e percebem que ele é o... nada. A existência é o próprio nada transformado pela imaginação do ser dotado de intelecto?!
Quer dizer, pelo intelecto, imaginação e criatividade, concluiria-se que o trascendente não faz sentido. Mas eis que a imaginação é o erro. A apreensão das coisas pelos sentidos é o erro. A interpretação é o erro. O material é o erro. Todo este erro está contido no ser. Voltemos à metafísica. Voltemos ao intelecto.
O presente do ser, a duração, o verdadeiro tempo, diz que a mudança da forma efetuada pelo ser é ou a tentativa de mudança ou a tentativa de constância. Mas o devir é intangível, desconhecido. Será mesmo? Esta é a verdadeira questão que é levantada no início ( "mudar a forma normal distorcendo; corrigir o desvio, voltando à forma normal").
Ao meu ver, Kant diria que sim. Que o devir é mesmo desconhecido. Mas isso porque ele tem uma concepção "não-relativista". E o relativismo não fora superado ainda? Kant não o poderia tê-lo feito, seria um anacronismo(?). A física da teoria da relatividade mostrou à filosofia e à metafísica novos rumos, deu novas possibilidades.
Se é possível distorcer o tempo (do erro), fazê-lo voltar a forma normal, como lidar com o presente? A duração será sempre uma tentativa de correção do que ocorreu no passado, e o planejamento futuro será a tentativa incessante de realizá-lo com sucesso. Eis a teoria mostrada por exemplo no filme Dejá vù, com Denzel Washington.
O ser não é mais infinito, imutável, imóvel.... o ser deixará de ser. Logo o sujeito não existirá mais... voltamo-nos ao holismo. Há teorias de que estamos, ao avançar no tempo, voltando para o passado, e isso parece lógico agora. A tecnologia evolui para conectar as pessoas e fazer com que elas conversem quase que face-a-face...e ao mesmo tempo as distancia...
No tempo paramodal, no entanto, essa tal "lógica" não existe!?
Por fim, ainda não sei se a física já afetou a metafísica nesse sentido: se o ser deixará de ser, uma vez que pode ser alterado. O espaço-tempo está sendo manuseado agora também fisicamente (em laboratório busca-se capturar matéria escura). Mas ontologicamente seu presente é paradoxal: quer-se no presente calcular com o futuro o que fazer do passado . E isso não tem a ver com o Sujeito, ou o Eu porque retorna o tempo do holismo ao lugar do individualismo, pois se afirma que este é o causador do caos. -O individualismo em sua essência é um humanismo, é uma atribuição positiva às características de cada um dos indivíduos.
Mas se na metafísica do ser, na origem ontológica, o tempo e o espaço existem, porque não se pode existir fora deles, que ser é esse duo, passível de mudança? Eu não sei se o ser imanente e o trascendente são os mesmos, ou se eles existem simultaneamente, ou independentemente, ou se apenas um deles existe necessariamente.
É possível crer que não existe o sujeito nesse sentido. E esta frase por mais paradoxal que seja, é para além do cogito, é a dúvida de Thomas Hobbes para com René Descartes: quem garante que quem está pensando é o sujeito autoreferenciado e não um ser externo a ele?
Se você nunca pensou nisso, é porque provavelmente não está pensando. Mas algo externo a você está. E está te conformando... Ademais, se não existe o sujeito, o outro também não pode existir. A única coisa que pode existir é um todo segmentado.
(Mais adiante, buscar-se-ia a perfeição quando a esta não existe, apenas o caos. E este caos fora chamado de nada e agora é algo. Tudo trata do agora. Ou da duração. Porém, são faces de uma mesma moeda. A cada face se atribui um valor ou um rosto, que são símbolos. Símbolos que remetem mais uma vez ao nada ou ao atribuído pelo consenso, com a linguagem. A nova ordem cósmica e caótica, pouco religiosa.)
O seu universo existe para você não por causa de uma relatividade, mas por sua condição de existência apriorística. O tempo se sucede e é diferente (apesar de ser sempre o mesmo tempo), mas o espaço é diferente e é simultâneo (todas as coisas estão contidas no espaço, em algum espaço; e pela característica de sucessão do tempo, em algum tempo também estarão contidas todas as coisas, mas apenas como fenômenos). Portanto o universo é particular e múltiplo: o multiverso existe.
Com esta estética, ele, o multiverso, é um desdobramento lógico do universo, analisado sob perpectiva holográfica ou holista. A composição de vários universos conforma o multiverso, logo ele existe necessariamente.
A Filosofia pós-moderna, de ausência do sentido, de Heiddegger, ou a descontrutivista, a qual ainda assim tenta construir e encontrar uma Salvação é.... é loucura. Com razão!
"They say the devil's water it ain't so sweet, you don't have to drink it right now, but you can dip your feet, every once in a little while."
"Sonho é destino". "Dream is destiny". You do it to yourself, you do, and that's what really 'happens'. "Tudo que não invento é falso."
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Quem sou eu (em agosto de 2012, pois quem se define se limita, dizem)
- Yco
- Mais preocupado com a criatura do que com o criador. Existem perguntas muito complicadas. Existem respostas muito complicadas. Existem pessoas que não são complicadas. Existem pessoas que tentam complicar. Eu sou aquela que procura entender; complicando un peu primeiro para poder descomplicar. Quero dizer: se eu entender o problema de forma completa, poderei encontrar a solução mais correta, eu acho. Um sonhador, dizem. Mas não creio apenas em sonhos. Gosto mesmo é da realidade, empírica ou não. Gosto de estudar sociologia e biologia. Sou acima de tudo, e pretensamente, um filósofo, no sentido mais preciso da palavra: o sentido do amor a sabedoria, ao saber. Mas a vida é para ser levada com riso e seriedade. Sabendo-se separar uma coisa da outra, encontraremos nosso mundo, nosso lugar, nossa alegria. Nossa Vida, com letra maiúscula! "o infinito é meu teto, a poesia é minha pátria e o amor a minha religião." Eu. Um ídolo: Josué de Castro; um livro: A Brincadeira (Milan Kundera) ; um ideal: a vida.
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