"Sonho é destino". "Dream is destiny". You do it to yourself, you do, and that's what really 'happens'. "Tudo que não invento é falso."

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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Banho sujo (repost)

Banho sujo

De tanto brincar com fogo
O menino tomou gosto
Virou artista e apresenta espetáculos
A Vaga platéia não se anima
O troco é pago sem consenso
Mas ao menos é uma fonte de renda
Aos poucos a brincadeira vira rotina
O trabalho é agora o nome
Todo dia de sol e de chuva em cada esquina

Por pouco. Estudar com vontdade.
A vida seria melhor...
Tentou sozinho e alcançou finalmentes
Os outros não se importam se alimentam
O encosto à sombra sem vida
Ainda sustenta o resto da casa de ponte
E uma percepção é melhor desviada
Não mover-se é escolher nada
A intenção boa pode valer em cada rua

De tanto sofrer com todos
O menino jogou fora
Virou-se de costas e apresenta-se em pó
A vaga platéia continua ali
O troco é o custo sem sentido
Mas ao menos é uma prova de verdade
Aos poucos a realidade vira brinquedo
O trabalho é de renome
Todo dia de sol o ar fica mais fraco na esquina

Por pouco. Estudar sem direitos.
A vida prega peças...
Tentar sozinho é o Quase infinito
Os outros são restos e nem enxergam
O encosto é sinal de folga
Ainda debaixo da rota dos carros roncando
É uma ausência de perspectiva privada
Não mover-se pode, pois morte
A intensa que chega, sempre, em cada rua

Onde falta ao abrigo do sol
Onde anda ao pé do calçado
Onde pede ao nu de vergonha
Onde tenta ao menos comer
Onde volta ao início errante
Onde lembra ao bem-sucedido
Onde está onde foje onde briga
Sofre onde o sol não é abrigo da vida
Manca onde o sapato não tem solo sequer
Toma banho onde a nudez é castigada
Passa fome onde a comida soberba é dejeto
Espera um dia voltar ao passado onde havia
A esperança de um choro alto em uma vida
Diminuta insígnea mas ao menos justa e digna

A esperança que se torre não se colhe mais
Se a culpa soubesse de si desistiria certeira
A semelhança estende-se sem coibir as más
Sem a dupla dos deméritos, mentiria fileiras
De vezes quanto necessário, inoscência e impotência
As preces tanto evidenciaram mas apenas sozinhas,
sem ação e ajuda sem parceiros e sem companhia
Assolam o alarmado atolado no deserto quente e vago
Enquanto deliciam o gelado importado com novo frasco
Os odores não se misturam e o cheiro não perpassa
Há uma dezena de camadas de algo ou de água
Sob a superfície o entorno e a ribanceira
Ou é pena de todos ou puro eZagero contado
Pôe-se culpa em poucos esquecendo a besteira
Afinal a validade tem prazo curto no sistema
Quanto mais rápido apodrece, mais se consome
Mais mistura, se inventa; menos cultura, se corrompe
Mais dinheiro, se bebe; menos papel, se come
Mais pujância, se dorme; menos sono, se morre.

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Quem sou eu (em agosto de 2012, pois quem se define se limita, dizem)

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Mais preocupado com a criatura do que com o criador. Existem perguntas muito complicadas. Existem respostas muito complicadas. Existem pessoas que não são complicadas. Existem pessoas que tentam complicar. Eu sou aquela que procura entender; complicando un peu primeiro para poder descomplicar. Quero dizer: se eu entender o problema de forma completa, poderei encontrar a solução mais correta, eu acho. Um sonhador, dizem. Mas não creio apenas em sonhos. Gosto mesmo é da realidade, empírica ou não. Gosto de estudar sociologia e biologia. Sou acima de tudo, e pretensamente, um filósofo, no sentido mais preciso da palavra: o sentido do amor a sabedoria, ao saber. Mas a vida é para ser levada com riso e seriedade. Sabendo-se separar uma coisa da outra, encontraremos nosso mundo, nosso lugar, nossa alegria. Nossa Vida, com letra maiúscula! "o infinito é meu teto, a poesia é minha pátria e o amor a minha religião." Eu. Um ídolo: Josué de Castro; um livro: A Brincadeira (Milan Kundera) ; um ideal: a vida.