"Sonho é destino". "Dream is destiny". You do it to yourself, you do, and that's what really 'happens'. "Tudo que não invento é falso."

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quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Resultado: dezessete

Resultado: Dezessete

Uma situação tensa. O prejuízo em si é incalculável. E, no entanto,
há ordens. Ordens de despejo. Ordem de prisão. Nenhuma ordem de
arrumação para a bagunça à vista, a olho nu.
De fato, a súmula da história apresenta-se a todos, porém poucos
são capazes de enxergar aquilo que está diante de seus olhos,
vendados, ou aquilo que está embassado pela mentira. Há de haver uma
resposta outra; porém, parece, não é possível enxergar esta quando
analisa-se um dado. Os dados são frios e não oferecem muitas opções.
Contudo, as opções existem exatamente para contemplar a democracia do
sistema. Pena ser a democracia apenas no papel, sem tinta a pleno.
Em perspectiva, o soberano lá está sempre, impondo, sobrepondo e
sempre contrapondo. Sempre até certo ponto. Quando o seu ponto frágil
se estratifica, até o mal súbito parece lhe confrangir. E então o
tempo da oportunidade se interpõe. Mas este tempo tem sentido
anti-horário, idêntico ao sentido da vida do atual Sistema Mundial.
Quanto mais rápido passa, mais angustiante. Quanto mais lento, mais
decepcionante. Talvez seja ao contrário, mas tudo é relativo para quem
está na dúvida. E a dúvida não pode ser a nova soberana. Mas também
não pode isolar-se de todo o resto, ela tem uma razão de existir. É
saudável.
Destarte, compreende-se a demora: não há demanda. A lei é esta:
oferta e procura. Quando algo é angariado pela maioria, talvez seja
mais difícil obtê-lo; em contrapartida, quando este mesmo algo é
auferido por uma minoria, talvez seja mais difícil contemplá-la. A
minoria e a maioria, no entanto, formam um corpo comum. Uma pertence a
outra e vice-versa. Enquanto uma depender da outra haverá democracia.
Democracia capitalista.
De um lado, os ronca-e-fuça consomem, dormem, consomem, fuçam e
consomem um pouco mais. No extremo oposto, os trabalhadores capinam,
carregam a cruz, preparam o arado e vão cochilar para no dia seguinte
voltar a rotina, para alimentar os focinhos largos, gulosos. A maioria
aqui se identifica de um lado e a minoria do outro, parece ser um
problema quando a identificação é sempre subjetiva, e nunca coletiva.
A dúvida tende ao meio termo. E o termo, estático, não sente a culpa.
A inércia não tem culpa, e culpa a gravidade.
E assim vai a história da qualificação profissional sem pingos de
realidade. Sem responsabilidade concreta. Sem concreta formação. Sem
formação condizente. Sem contigente diverso. Sem verso nem voz.
O temeroso e pior de tudo é pensar que existe um perigo grande que
nos cerca, nos camufla e esconde ao mesmo tempo. Este perigo está,
temerosamente, no topo, está aonde gostaríamos de estar (exclua-me
dessa! você pode ter pensado, mas no fundo, no fundo você acha que
faria melhor.). E o pior ainda fica para a conclusão e a solução. A
conclusão é que algumas regras precisam ser mudadas para o jogo se
equilibrar. Porém, se sabe que, desta forma, ainda há a necessidade de
seguir as regras, e esperar... Esperar pela ação, daqueles que veem e
não permanecem estáticos. Não se fazem tetraplégicos ou vegetativos.
Esperar pela solução. Como se ela existisse per si, não dependesse
(de) alguém, ninguém!
Não está óbvia a exclamação? Somente as interrogações fazem
refletir? Em suma, a alternativa para a falta de vontade política é a
demonstração da existência desta mesma vontade. Se você tem vontade de
jogar contra o ditador das regras do Jogo da Injustiça, una-se àqueles
que precisam de sua ajuda. Apareça, compareça, concorde, discorde e
principalmente, acorde. Quando a peteca quente cair em suas mãos,
talvez você não tenha para quem jogar de volta, porque você foi
rebaixado. E ninguém quer ser rebaixado diante do seu próprio orgulho.
E quando seu orgulho vira motivo de piada, perceba que a culpa também
é sua.
Contudo, apesar dos pesares, você tem um número significativo. Você
merece ser o dezessete e saber que, num lugar onde a desigualdade é
exponencial, o egoísmo puro vinga e a desinformação é comemorada, isto
é ridículo. Porém tolerável; exceto para os intolerantes. Mas, nem
somente os intolerantes não são indiferentes. E sabemos que não ser
egoísta é uma virtude.
Mas se você é egoísta, pense no respeito. Quando o respeito dizer e
for contra você, você fará algo? Claro, porque você é egoísta! Não,
não é por isto. É porque você não gosta de ser desrespeitado. Não
gosta de ser ignorado. Não gosta quando não prestam atenção em você.
Não gosta quando as regras não lhe representam dentro do jogo. E você
está certo em tentar mudar? Depende. Se você não agir da mesma forma
pela qual é tratado, será digno, merecerá respeito. Caso contrário,
game over, você perde.
Vemos nas pessoas contradições todo o tempo, saber lidar com elas é
saber lidar com as pessoas, sem redundâncias.

Y.Cavour

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Quem sou eu (em agosto de 2012, pois quem se define se limita, dizem)

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Mais preocupado com a criatura do que com o criador. Existem perguntas muito complicadas. Existem respostas muito complicadas. Existem pessoas que não são complicadas. Existem pessoas que tentam complicar. Eu sou aquela que procura entender; complicando un peu primeiro para poder descomplicar. Quero dizer: se eu entender o problema de forma completa, poderei encontrar a solução mais correta, eu acho. Um sonhador, dizem. Mas não creio apenas em sonhos. Gosto mesmo é da realidade, empírica ou não. Gosto de estudar sociologia e biologia. Sou acima de tudo, e pretensamente, um filósofo, no sentido mais preciso da palavra: o sentido do amor a sabedoria, ao saber. Mas a vida é para ser levada com riso e seriedade. Sabendo-se separar uma coisa da outra, encontraremos nosso mundo, nosso lugar, nossa alegria. Nossa Vida, com letra maiúscula! "o infinito é meu teto, a poesia é minha pátria e o amor a minha religião." Eu. Um ídolo: Josué de Castro; um livro: A Brincadeira (Milan Kundera) ; um ideal: a vida.