"Sonho é destino". "Dream is destiny". You do it to yourself, you do, and that's what really 'happens'. "Tudo que não invento é falso."

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terça-feira, 9 de outubro de 2012

Re-ciclo humano


Re-ciclo humano

Ando me procurando pelas cortinas cerradas
Mas repentinas
Fechado no meu cancro me dilacero
E enveneno
Alcoólica lógica me consumindo
À noite

E a sede permanece em éter
Intacta
Vontade de te ver de perto
Rápido, repito. E rapto.
Insisto em escrever em quadrados
Ao teclado

E a rua sozinha fala "estou acordada"
À madrugada
Obrigada pela lei do silêncio
Imposto
Tecendo palavras com meias verdades,
Mentiria

E o que aduz aquela conversa
Arquivada?
É a sua menção ao sentido pungente
Da gente!
A não-resposta seria uma resposta
Mal-criada
De propósito

O assim sofrer é viver em êxtase no sempre
Qual nunca
Criando propósitos para evitar o vácuo vício
Cibernético
Mal respondendo para insistir na distância
Que afaga

Parar de pensar é logo esquecer
Deduzo e estudo
E o sentido vem se impondo aos dedos
Contanto, em tudo
O som se aguça ao pensamento e sub'verte
Omitindo a beleza

Querendo terminar a proeza da prosa
Não degola, enrola
O próprio aflito estanca tremores
E as dores
Bastam
Cessar em estanque enlace
Moral

Não querer nunca findar o descrito
Vivido
Ainda assim fazendo locuções
Tresloucando sentenças com um fim composto e inesperado
Alianças
Jornais revistos

Florestas de palavras, inundadas em belos montes
De cimento
Viram objetos lançados contra correntes de sílabas
Madeira!, Gerônimo!
Destroça os anéis da idade, ao derrubá-los
Em prazos

Contado engenhosamente por cálculos
Carbônicos
Apenas nos restam as penas das aves vogais
Que não voam
Tratamos de toda diversidade de espécie
Valiosa

E o valor só é dado no quando
Compensa
A quem tenha sentimentos pela floresta
De pé ou deitada,
Representando um mundo humano
Do desperdício da vaidade

Utilitária ideia que nos diz impensando:
Re-utilize-se.
Esquecemo-nos do bípede implume
Humanos,
Erramos ao querer mais do que o dever
Podemos?

Assim as penas foram todas caçadas e feitas chapeus
Pseudocaciques!
E um carnaval nada querido
Conversa afiada
Tornou qualquer semelhança amealhada
De índio
Um papo, em beiço
Furado

E a fuga comum ao ser atingido pela ameaça
Da vida
Repete o ciclo demasiado
Enfastioso
E a ânsia fez o favor de pôr fim ao tempo
Então não se sentia o psicológico
Cansaço

Retomava-se o fôlego por mais tempo para dar tempo
Ao tempo
E somente esta palavra mágica faria o trabalho
Pesado
De tentar recuperar a energia liquefeita
Gás
E uma lembrança reaviva a penúltima da pandora
Nobre

E com o tempo, tão somente o tempo,
Esse pesado gás nobre
Mantemos viva a chama, a proteção do jarro e da caixa da vida
A esperança

Da vida boa para a boa morte restamo-nos a sós...
Há lembranças!
Diz-se: tenha a coragem da inocência
Da criança!
Tenha a vontade da verdade,
Do poeta.

Se não tiver, ao menos tente...
De novo!
Em pé de floresta
De palavras!
De mitos!
Emulamos todos sentidos!

E conseguimos com signos
[e motivos
confabular!

Um comentário:

Leonardo Brum disse...

Cara, MUITO legais esses versos! A maneira como você vai brincando com as palavras, colocando outras parecidas, as metáforas e tudo o mais. Deu vontade de ler mais algumas vezes pra pegar todo o sentido...

Quem sou eu (em agosto de 2012, pois quem se define se limita, dizem)

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Mais preocupado com a criatura do que com o criador. Existem perguntas muito complicadas. Existem respostas muito complicadas. Existem pessoas que não são complicadas. Existem pessoas que tentam complicar. Eu sou aquela que procura entender; complicando un peu primeiro para poder descomplicar. Quero dizer: se eu entender o problema de forma completa, poderei encontrar a solução mais correta, eu acho. Um sonhador, dizem. Mas não creio apenas em sonhos. Gosto mesmo é da realidade, empírica ou não. Gosto de estudar sociologia e biologia. Sou acima de tudo, e pretensamente, um filósofo, no sentido mais preciso da palavra: o sentido do amor a sabedoria, ao saber. Mas a vida é para ser levada com riso e seriedade. Sabendo-se separar uma coisa da outra, encontraremos nosso mundo, nosso lugar, nossa alegria. Nossa Vida, com letra maiúscula! "o infinito é meu teto, a poesia é minha pátria e o amor a minha religião." Eu. Um ídolo: Josué de Castro; um livro: A Brincadeira (Milan Kundera) ; um ideal: a vida.