"Sonho é destino". "Dream is destiny". You do it to yourself, you do, and that's what really 'happens'. "Tudo que não invento é falso."

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sábado, 13 de março de 2010

Liberdade, desejo e força política

"A liberdade é um desejo de classe". Mas, como assim?

Os desejos vêm de uma luta, luta entre consciências. Estas consciências querem ser reconhecidas. Só há reconhecimento havendo várias consciências. Além, havendo reconhecimento mútuo, há exclusão mútua. Só há reconhecimento de consciênias havendo embate de consciências, e a autoconsciência advém desse embate de consciências."A autoconsciência só atinge a sua satisfação em outra autoconsciência"(1). Só há consciência se há trabalho. No trabalho há criação: a atividade subjetiva é objetivada.

O trabalho, se por um lado produz alienação, por outro produz consciência de si, diferenciação entre a coisa e o ser (homem), o objeto e sujeito*. Mas se o sujeito se torna objeto, não toma consciência de si**, de seu livre arbítrio, de sua liberdade tão desejada. Conquanto, a criação do homem pelo trabalho se o torna capaz de criar um objeto e verificar nos atos cotidianos - homoeconomicus- sua alienação, também o torna capaz de enxergar na imaginação (criar) a sua liberdade.


Mas a liberdade é o desejo de uma consciência reprimida, inferiorizada, escravizada, ou que se vê como tal. A liberdade é um desejo dos escravos contras os senhores opressores. É portanto um desejo insólito, pois, inexistente no mundo real, prático ou material e de classes. Com efeito, o desejo de liberdade é o que cria as classes, as diferenças de classes. Quem primeiro toma conta de si, de sua liberdade, primeiro ordena aos demais para poder ser possível um embate de consciências e o reconhecimento de um(a) líder, o qual torna-se necessário para uma multidão apenas por sofismas, persuassão. E força política, violência.





(1)Hegel, fenomenologia do espírito

*objeto e sujeito, no entanto, são uma só coisa para uma consciência elevada, para o Saber Absoluto. Só com o sujeito e objeto sendo a mesma coisa que as consciências podem se confrontar e o sujeito, o ser se reconhecer nos objetos, nas coisas. O ser é sujeito-objeto, espírito e embate de consciências resolvido, com uma superando a outra ao se reconhecer dupla, como espírito.

** o "paradoxo do trabalho" diz: o trabalho permite ao sujeito tomar consciência de si e o torna objeto ao mesmo tempo, o torna coisa. Assim a frase poderia ser "Mas se o sujeito não trabalha, não se torna objeto e não toma consciência de si, de seu livre arbítrio, de sua liberdade tão desejada."

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Quem sou eu (em agosto de 2012, pois quem se define se limita, dizem)

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Mais preocupado com a criatura do que com o criador. Existem perguntas muito complicadas. Existem respostas muito complicadas. Existem pessoas que não são complicadas. Existem pessoas que tentam complicar. Eu sou aquela que procura entender; complicando un peu primeiro para poder descomplicar. Quero dizer: se eu entender o problema de forma completa, poderei encontrar a solução mais correta, eu acho. Um sonhador, dizem. Mas não creio apenas em sonhos. Gosto mesmo é da realidade, empírica ou não. Gosto de estudar sociologia e biologia. Sou acima de tudo, e pretensamente, um filósofo, no sentido mais preciso da palavra: o sentido do amor a sabedoria, ao saber. Mas a vida é para ser levada com riso e seriedade. Sabendo-se separar uma coisa da outra, encontraremos nosso mundo, nosso lugar, nossa alegria. Nossa Vida, com letra maiúscula! "o infinito é meu teto, a poesia é minha pátria e o amor a minha religião." Eu. Um ídolo: Josué de Castro; um livro: A Brincadeira (Milan Kundera) ; um ideal: a vida.