"Sonho é destino". "Dream is destiny". You do it to yourself, you do, and that's what really 'happens'. "Tudo que não invento é falso."

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segunda-feira, 10 de março de 2008

Dois homens estão na fila para pegar um elevador de um prédio alto. O senhor que chegou a mais tempo está tranquilo, esperando pacientemente. O senhor mais atrasado está irri/equieto(irritado e quieto!). Chegou depois na fila mas não perderá uma oportunidade sequer para levar vantagem sobre o próximo. Plim! O elevador chega. Está descendo. Está lotado. Uma pessoa sai e o funcionário do elevador fala: "Temos um lugar!" Advinhem só!... O apressadinho entra no elevador na frente do senhor mais paciente! E fica provavelmente todo feliz por não ter se atrasado tanto e por ter levado vantagem sobre o "otário" da fila. Porém... sempre há porém(ns)!
O outro elevador chega, o senhor tranquilo entra e usufrui o elevador vazio e confortável. No saguão do prédio ambos os senhores se re-encontram. E ambos se encaminham para o estacionamento. Um aparenta estar nervoso e com pressa, parece estar grávido e ter acabado de romper a bolsa; o outro está zen, parecendo um cão fiel à espera da morte ao lado do dono, falecido. Ambos descem as escadas, rumo ao estacionamento. Adentram em seus carros, cada um a sua moda. O senhor apressadinho "canta" pneus em frente a placa de limite de velocidade "10 km/h."; o senhor paz e sossego engata a segunda marcha e solta levemente a embreagem, pisando no acelerador só o suficiente para estar dentro do limite. Finalmente ambos estão na rua. O trânsito está pesado. Nada nem ninguém se move, exceto as mãos em direção às buzinas. Enquanto o senhor "da paz" está ouvindo um blues em seu carro, o senhor pressa já está quase apertando o botão "voar" do Speed Racer. Depois de enfrentarem ambos os "estresses" do elevador e do trânsito, chegam ao lar, doce lar. O senhor apressado prepara um sanduíche de hamburguer de caixa com pão de forma.; O senhor tranquilo janta vagarosa e alegremente com a sua família. No fim do dia vem o diagnóstico do médico que ambos haviam visitado no dia corrente, no prédio alto do elevador fatídico. Expectativa para abrir o envelope... Um rasga com tudo, o outro vai buscar uma tesoura. Um lê direto o relatório final do exame de sangue e do progóstico do médico; O outro analisa, compara todas as taxas suas medidas com as esperadas e padrões. Resultado: Ambos condenados! O estressado está condenado a um ataque cardíaco iminente, quiçá fatal. Tem expectatva de vida curta e não terá chance de conhecer seus netinhos. Por outro lado, o senhor bons modos e hábitos está condenado a uma vida futura satisfatória e acima da média. Com a vantagem de poder se contentar com a certeza de que, fora uma tragédia absoluta, conhecerá seus netos e bisnetos, com um pouco de sorte.
No último parágrafo há uma batida de carro. E ambos os senhores estão envolvidos. O cidadão pacato e o cidadão sem tempo. Quando vem o resgate, os dois pedem por socorro. O estressado senhor agoniza tanto com sua fratura que o para-médico acha que ele não irá resistir a dor e morrerá de desgosto; já o ancião mais calmo, sente muita dor com suas múltiplas lesões, mas não quer causar sofrimento alheio com gritos desespexagerados. Na ambulância a caminho do hospital, um senhor sofre um ataque cardíaco após reclamar de dores durante a viagem toda ao hospital, e, por fim, tem um aneurisma cerebral, logo depois do desfribilador o reanimar. No outro carro médico, o senhor recebe injeções contra a dor e vai em silêncio para o hospital. No fim, os dois se salvaram. Um com sequelas do ataque cardíaco e do aneurisma, o outro com más recordações da estupidez do motorista que causou a batida por imprudência, por tentar ocupar o mesmo espaço de um carro vindo na contra-mão, em plena curva acentuada.

Agora reconheçamos os veredictos.

1A batida foi causada pelo senhor estressado.
2O mesmo senhor que teve ataque cardíaco e aneurisma cerebral.
3O senhor estressado escarniou o tempo todo ao interior da ambulância, estressando os paramédicos.
4O mesmo cidadão causou prejuízos a sua família e mobilizou cirurgiões, enfermeiros, técnicos de raio-x e tomografia apenas por sentir dores exageradas, que não passavam de pequenas escoriações e vermelhidões.
5Este mesmo paciente impaciente reclamou com os funcionários da limpeza do hospital, por falta de brilho em seu lençol.
Por outro lado....
6O outro senhor não perturbou a ninguém em demazia, apenas recebeu o atendimento médico padrão e fez os exames verificadores de lesões por precaução de seus médicos.
7Ele também foi querido e elogiado pelos funcionários do hospital por sua educação e bom trato. Resumindo: além de causar os mínimos prejuízos possíveis ainda deixou feliz outras pessoas com elogios sinceros a seus trabalhos indispensáveis. E voltou a ter uma vida pacífica e feliz.
8Em compensação, a suma da outra causa é extensa e infeliz. O senhor estressado foi mal-educado com os funcionário ao seu redor, causando mau-estar no ambiente e deixando tristes as pessoas que só querem o seu bem. A gastância com sua recuperação lenta e pouco progressiva foi a pedra lasca que faltava para fazer ruir a união matrimonial já instável.
O casamento se desfez após os prejuízos causados pelo acidente automobilístico de causa irresponsável.
A família não mais pode ter-se junta com harmonia. A falta de parcimônia gerou frutos infelizes. O insucesso e a falta de sossego criou raízes fracas. E, então, a geração seguinte, a de seus filhos, aprendeu, da pior maneira possível, que, para obter algum benefício válido, é preciso saber aguardar a oportunidade certa. Ser menos egoísta e mais compreensível é o melhor jeito de se conseguir aquilo que se quer, e merece. Ah!, Não furar a fila do elevador é primordi e essencial!

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Quem sou eu (em agosto de 2012, pois quem se define se limita, dizem)

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Mais preocupado com a criatura do que com o criador. Existem perguntas muito complicadas. Existem respostas muito complicadas. Existem pessoas que não são complicadas. Existem pessoas que tentam complicar. Eu sou aquela que procura entender; complicando un peu primeiro para poder descomplicar. Quero dizer: se eu entender o problema de forma completa, poderei encontrar a solução mais correta, eu acho. Um sonhador, dizem. Mas não creio apenas em sonhos. Gosto mesmo é da realidade, empírica ou não. Gosto de estudar sociologia e biologia. Sou acima de tudo, e pretensamente, um filósofo, no sentido mais preciso da palavra: o sentido do amor a sabedoria, ao saber. Mas a vida é para ser levada com riso e seriedade. Sabendo-se separar uma coisa da outra, encontraremos nosso mundo, nosso lugar, nossa alegria. Nossa Vida, com letra maiúscula! "o infinito é meu teto, a poesia é minha pátria e o amor a minha religião." Eu. Um ídolo: Josué de Castro; um livro: A Brincadeira (Milan Kundera) ; um ideal: a vida.