Padrão do século
Executivos e judiciários se engolfinham
judicativos degolam executáveis
engolidos regurgitam ordens
Pois nesta ordem desordenada
segue o caos alinhado à lei
Legislativos atropelam a lei
Revolucionários pedem a lei
A lei olha-se no espelho, convexa
Com vexame de sua lógica, suspende-se
Por ilógico uso de seu desuso
Tampouco Deus ousa inter-agir
Temporária ordem e função
Funcionária pública e padrão
Padrão medievo século vinte e um
Neste Estado de coisas amorfas
Um leilão sobre uma pessoa
Um jogador do pôquer da vida
Sem mais apostas e cacife
Cem mais caciques, apostos
Ao posto imposto por um imposto
Mandam-nos chuvas
Secas seguem sem som singrante
Chuvas chispam, chistes chorando
Resumamos a ópera na guerra em paz
E a paz peçamos a quem mais deve
agimos, atuamos
A nós é dado esse abraço
Mais enrolados ficamos, sem cordas
Acordar não é estar de acordo
Se de acordo com o tempo variamos
A nossa temperatura interior
E sem clima ameno, mas seco, suamos
A sede é por um devaneio são
Que o mundo inspira evanescendo
Ao desvanecer toda razão
Animais estamos, somos paixão
Aficcionados gostamos de uma ficção
Temos animais. Temo-na. Razão.
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