"Sonho é destino". "Dream is destiny". You do it to yourself, you do, and that's what really 'happens'. "Tudo que não invento é falso."

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sábado, 28 de agosto de 2010

Rio os "royalties"

333,33 reais por ano para cada cidadão fluminense é muito?

Não parece muito, mas é isso tanto que perderiam os cidadãos fluminenses com a redistribuição dos "royalties" do petróleo. Não parece muito: 333 reais por ano são quase 30 reais por mês: são R$27,78 por mês, ou noventa e três centavos por dia. Isso é muito?

Se for, basta aumentar o preço do pão francês em três centavos a unidade (dos atuais 40 centavos para 43 centavos, na média), o do combustível para veículos automotores em 11 centavos, o do feijão e arroz em catorze centavos cada e o dos remédios em 51 centavos para cobrir a perda dos royalties. Ainda não parece muito. Isto, é óbvio, se esses valores fossem impostos dados (cobrados), destinados para as mesmas áreas para as quais supostamente os "royalties" são (e se comprássemos todos estes produtos todos os dias).

Quer dizer, a questão dos royalties parece mesmo ser semântica, de ordem da violência, do respeito e da política. A letra da lei diz uma coisa, mas o foro íntimo pede outra. Um valor constitucional não é superior ao outro, há de existir a proporcionalidade, o equilíbrio nas leis. Como ao mesmo tempo é possível garantir a distribuição da riqueza à entidade Federação e dizê-la insconstitucional segundo a letra da lei? A lei está ambígua, contraditória ou demais interpretável? E se a lei está sendo modificada, não se pode reclamar inconstitucionalidade, pois talvez a lei anterior fosse inconstitucional e por isso estaria sendo modificada? Então, outra vez a geografia comanda a tudo. A questão parece injusta se contabilizado o dano imediato ou futuro, mas não parece se levantada a hipótese de ganho imediato e futuro: a diferença está no lugar. O lugar da distribuição foi o que mudou, mas o dinheiro é o mesmo. Cidades que antes não tinham nada agora terão algo, e as que muito tinham terão muito menos.

Se as cidades detentoras de riquezas petrolíferas reclamam do aumento da população e dos danos ambientais, sabem que podem agora ver esses números variado. Talvez a população sem trabalho migre, talvez mude de emprego, talvez vá poluir em outro lugar, utilizar o hospital público de outro lugar. Este outro lugar terá agora dinheiro do petróleo. Poderá investir com ele, utilizá -lo bem ou mal. Ademais a questão geográfica há a questão egoística.

Trinta reais(~R$27,78) não é o preço de um teatro, em um fim de semana, ou de uma partida de futebol? Gastar isto de uma só vez numa hora e meia parece pouco, mas em um mês parece muito. Existe aí algo errado. Um equívoco de contas, no mínimo. Diz-se ( o Governo) que a população é quem de fato perde, não o Governo; e diz-se (não o Governo) que o Governo perde e, na sequência, a população, pela perda de serviços ou por pagamentos de salários e outros investimentos. Sim, o salário é um investimento para o governo, e ele o trata assim ao reservar o dinheiro oriundo de um investimento (que é a exploração do petróleo) para pagar salários ( segundo o atual governador do Rio...).

Que esperar de novas interpretações para leis constituídas, e alteradas? Que se mude de lugar aquele que acredita na falência das Olimpíadas e da Copa, que se vê incompetente para administrar sem investimentos petrodolíferos. Que se enxergue o progresso da bandeira nacional como lema nacional, e não local como se vê e diz: que eu progrida e os outros venham até mim, até meus pés. Expulse as massas inertes saboreantes do petróleo. Doe a elas o seu regado fim de semana no cartão de crédito, pois crédito só há para quem tem dinheiro em conta, ou parece um bom investimento. Para o salário não há crédito, para os serviços públicos de qualidade não há crédito, para o meio ambiente não há crédito. Mas, espere, estes não dão retorno?

O salário volta con"sumindo-SE", pagando escolas; os serviços de saúde pública atendem quem não pode trabalhar por estar doente e o meio ambiente... até turismo ecológico há! Dá retorno, se preservado. Qual é então a ordem dos investimentos do governo para a população? Educação, Saúde e Lazer. Pontos satisfeitos. E a ordem dos investimentos para o mercado? Laissez-faire, laissez-consumer et laissez-mourir.

Examine na sua consciência: Trezentos e trinta e três reais por ano é muito para você? No que você investiria? Na poupança ou na bolsa de valores?

15.000.000: quinze milhões de pessoas é a população do Estado do Rio.
5.000.000.000: cinco bilhões de reais é quanto por ano perderá o Estado do Rio.
5 bi / 15 mi = 333,33.

No fim das contas, até parece muito.

Ah, o Petróleo é nosso! por mais abígua que essa exclamação seja...

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Quem sou eu (em agosto de 2012, pois quem se define se limita, dizem)

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Mais preocupado com a criatura do que com o criador. Existem perguntas muito complicadas. Existem respostas muito complicadas. Existem pessoas que não são complicadas. Existem pessoas que tentam complicar. Eu sou aquela que procura entender; complicando un peu primeiro para poder descomplicar. Quero dizer: se eu entender o problema de forma completa, poderei encontrar a solução mais correta, eu acho. Um sonhador, dizem. Mas não creio apenas em sonhos. Gosto mesmo é da realidade, empírica ou não. Gosto de estudar sociologia e biologia. Sou acima de tudo, e pretensamente, um filósofo, no sentido mais preciso da palavra: o sentido do amor a sabedoria, ao saber. Mas a vida é para ser levada com riso e seriedade. Sabendo-se separar uma coisa da outra, encontraremos nosso mundo, nosso lugar, nossa alegria. Nossa Vida, com letra maiúscula! "o infinito é meu teto, a poesia é minha pátria e o amor a minha religião." Eu. Um ídolo: Josué de Castro; um livro: A Brincadeira (Milan Kundera) ; um ideal: a vida.