" Nossa cidade é segura. Podemos até dormir de janelas abertas." morador de uma cidadezinha do interior de Santa Catarina, em entrevista a um jornal de Florianópolis.
Não que a violência no país não seja uma realidade, nem que a sensação de insegurança não esteja tomando conta das pessoas, mas isto para mim foi o cúmulo.... O morador de uma cidade de cerca de 10 mil habitantes, nem isso, em entrevista a um jornal da capital de Santa Catarina queria assegurar a segurança da cidade dele afirmando ser seguro dormir até de janelas abertas. Em que ponto chegamos?
No Brasil há cidades onde os muros não existem, onde os vizinhos e estranhos dão bom dia e boa noite e onde se pode dormir em casa de janelas abertas, e metrópoles onde estranha-se ser simpático, onde definitivamente deve-se por grades nas janelas, pois televisores podem ser roubados! Essa é a diferença do Brasil. Há um medo pelo medo, talvez medo pela posse, ou por estar correto. Mas há de se saber que os crimes não passam impunes, que existe a polícia, que a maioria das pessoas não será sequestrada, que o valor da vida é maior do que o dos bens. Lembro de uma amiga e seu medo de ser roubada.
O medo de ser roubado se justifica quando um salário inteiro está na carteira, e para isso não existe seguro; quando se está num local sabidamente perigoso - talvez perto de um presídio! -; quando a irracionalidade detem a racionalidade e inverte o seu papel, passando a ser considerada racionalidade, ainda que subjetivamente. E tudo não passa de um cismo.
Porque o medo gera medo, a violência é partenogênica. Por saber mais, teme-se mais. Mas o medo, o saber e todo sentimento padrão estão conectados por lógica, e por isso não exstem. De antemão, por lógica ou dedução são possíveis o conhecimento, os sentimentos, os temores e dissabores, as felicidades e a inexistência a contento. Existir não é refletir, é iluminar. Apenas há luz onde os feiches podem durar, onde os relapsos, coices do cavalo errante não desviam o foco.
Com um sentimento fugaz e irracional subvertendo o agir criou-se o caos, e sua teoria inequívoca! No entretanto, um interrogatório subreptício para a própria mente também é capaz de criar, pela verificação automática de erros da mente matemática, algo verdadeiro. Daí do caos surge o controle, e a frieza e o desepero se desinstalam. Pois a calma absoluta pode vir de um desespero absoluto, e o desespero legítimo pode vir do desconhecido, do caos ou da reticente calmaria, quando se sabe que nada pode ser feito.
Estas palavras antagônicas primeiramente e sinônimas em seu extremo, levam à constatação de que não há motivos para se temer, nem temer aos outros.
Se a inteligência pressupõe temor, a genialidade pressupõe humor.Uma coisa é, porém, a extensão da outra, ainda que em níveis distintos.
Temor
Humor.
Yuri Cavour
"Sonho é destino". "Dream is destiny". You do it to yourself, you do, and that's what really 'happens'. "Tudo que não invento é falso."
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Quem sou eu (em agosto de 2012, pois quem se define se limita, dizem)
- Yco
- Mais preocupado com a criatura do que com o criador. Existem perguntas muito complicadas. Existem respostas muito complicadas. Existem pessoas que não são complicadas. Existem pessoas que tentam complicar. Eu sou aquela que procura entender; complicando un peu primeiro para poder descomplicar. Quero dizer: se eu entender o problema de forma completa, poderei encontrar a solução mais correta, eu acho. Um sonhador, dizem. Mas não creio apenas em sonhos. Gosto mesmo é da realidade, empírica ou não. Gosto de estudar sociologia e biologia. Sou acima de tudo, e pretensamente, um filósofo, no sentido mais preciso da palavra: o sentido do amor a sabedoria, ao saber. Mas a vida é para ser levada com riso e seriedade. Sabendo-se separar uma coisa da outra, encontraremos nosso mundo, nosso lugar, nossa alegria. Nossa Vida, com letra maiúscula! "o infinito é meu teto, a poesia é minha pátria e o amor a minha religião." Eu. Um ídolo: Josué de Castro; um livro: A Brincadeira (Milan Kundera) ; um ideal: a vida.
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