De grandes saltos e saltos ainda maiores.
Éramos três ou cinco.
Éramos um.
A Lua havia pulado a fase dos românticos...
Estava para os boêmios.
Os sóbrios estavam bêbedos;
Os ébrios estavam enjoados
Para todos os gostos,
O enjoo era das circunstâncias
Da nauseante vida,
Agora, como antes, das sementes
Dos presentes-do-passado.
Um tempo verbal auxiliar.
Adjunto, plural e além-mar.
Allegro ma non troppo.
Tempo de árvore.
A noite... sempre nos traz memórias,
Aquela noite, no entanto, trouxe ordem.
Vale a pena estar com amigos,
Nos bares das madrugadas,
Para falar, sobretudo, sobre o nada.
Falar sobre nós, emaranhados e a sós.
SOS! Acode-nos, e nos acorde!
A madrugada pertence aos mistérios.
Só ela traz um riso sério: o riso da revelação.
A madrugada revela porque todos os gatos são pardos:
Pois têm seus pelos molhados...
Pelas águas de orvalho do destino...
Com sua brisa leve, o destino é o tempo de madrugada:
Propício à celebrações, encontros
E reencontros,
Conversas íntimas, assopros-sussuros...
Shiii!...
Não podemos mais falar.
O silêncio imponente damadrugada não pode ser rompido.
A não ser por um estampido...
Um cano furado...
Um acidente ou incidente epifânico: envelhecemos por saltos.
E os maiores são para o passado...
Causam-nos vertigem!
E como a constelação de Órion, nos rememorando às origens
Das dores da vida, maiêutica ou escatológica,
Nosso fim trágico pode ser belo num arroto ou assopro.
No sopro da brisa leve da madrugada,
Qual rota nos leva mais leves para casa.
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